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sexta-feira, 22 de março de 2013

Viagem e visita ao concelho da Batalha

Brasão de Batalha

Localização

             O concelho da Batalha está integrado administrativamente no distrito de Leiria, na região centro litoral de Portugal. Com uma área de 103.6 km2, dividida em quatro freguesias, o concelho da Batalha faz fronteira a Norte com Leiria, a Este com o concelho de Ourém e Alcanena; e a Sul com Porto de Mós. Grande parte do concelho é ocupado pela zona florestal do planalto de S. Mamede, uma área de terrenos pouco férteis para uso agrícola, composta sobretudo por pinheiros e sobreiros.
O principal curso de água da Batalha é o rio Lena que nasce na Serra d` Aire e desagua no rio Lis, próximo de Leiria. A Batalha está ainda integrada na Diocese Leiria/Fátima, faz parte dos municípios que constituem a Associação de Municípios da Alta Estremadura, a par de Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós e integra a Região de Turismo Leiria/Fátima.


História

          O concelho da Batalha deve o seu nome à celebre batalha de Aljubarrota, sendo que a vila se desenvolveu em torno do mosteiro de Santa Maria da Vitória, erguido em memória da dita batalha. A cerca de 12 quilómetros para Norte da povoação de Aljubarrota, deu-se o encontro entre os exércitos português e castelhano, no dia 14 de Agosto de 1385, que marcou de forma decisiva a guerra luso-castelhana de 1384-1397. O rei de Castela, D. João I, alegando direitos de sucessão do trono português, invadiu o país contando com o auxílio de muitos fidalgos portugueses e com tropas constituídas por cerca de 22 000 homens. O mestre de Avis, D. João, aclamado rei em Coimbra quatro meses antes, tinha conseguido reunir apenas 7 000 soldados para se opor à invasão. Assim que, em inícios de Agosto, a invasão se definiu com segurança, pela Beira-Beixa, Nuno Álvares Pereira, que fora a Estremoz recolher gente para o combate, correu para Abrantes, onde o rei se encontrava. Aí se fez conselho onde Nuno Álvares expôs a necessidade de travar logo de início o invasor, em qualquer das linhas de ataque que este seguisse e tomar desde logo a iniciativa ofensiva para se opor ao adversário. Após o conselho, Nuno Álvares recolheu as suas tropas e avançou para Tomar e Porto de Mós ao mesmo tempo que os castelhanos chegavam a Leiria. A 13 de Agosto, viram os portugueses surgir das bandas de Leiria as tropas castelhanas. As tropas portuguesas, embora militarmente inferiores, conseguiram derrotar os Castelhanos graças ao excelente comando e às tácticas indicadas pelo Condestável Nuno Álvares. Durante três dias, a hoste portuguesa manteve-se no campo de Aljubarrota, em sinal de vitória, segundo o espírito cavaleiresco da época. Segundo a tradição, por ocasião de se preparar para a batalha de Aljubarrota, D. João I, Mestre de Avis, suplicou à Virgem santíssima que protegesse o seu exército e fez o voto de lhe erigir e dedicar um sumptuoso mosteiro caso lhe fosse concedida a vitória. Assim, no sentido de cumprir a sua promessa, o mestre de Avis mandou construir, a pouca distância do local de combate o convento de Santa Maria da Vitória, hoje conhecido como Mosteiro da Batalha e em torno do qual a povoação aí existente se desenvolveu. O povoamento do território que corresponde ao atual concelho de Batalha é bastante remoto, tendo sido encontrados vestígios que remontam à época de ocupação romana. De facto, segundo alguns achados arqueológicos encontrados na área, a cerca de quatro quilómetros para Norte da atual vila, é de crer que tivesse existido uma povoação romana denominada "Colipo". É um erro pensar-se que na altura da fundação do mosteiro, o local seria um ermo completo, bem pelo contrário, pois no lugar onde foi edificado e onde atualmente assenta a vila, existia uma grande "quintãa" chamada do Pinhal, junho à aldeia de Canoeira e que na altura pertencia a D. Maria Fernandes "de Meira" e a de seu filho Egas Coelho, um dos heróis de Aljubarrota. A aldeia de Canoeira constituiria pois as "fundações" daquela que viria a ser a vila da Batalha. No entanto, foi de facto a construção do mosteiro que fez desenvolver a região, tendo o povoado crescido primeiramente com a fixação dos operários que trabalhavam no mosteiro. O Mosteiro foi entregue à Ordem Dominicana logo em 1388 e esta doação prestigiou a Vila, nomeadamente ao nível dos estudos que no Mosteiro eram ministrados. O facto do Panteão de D. João I e da sua família estar neste Mosteiro deu-lhe também importância acrescida - uma tradição que se manteve até ao reinado de D. João II. Em 1498, a povoação era elevada à categoria de vila, antes mesmo de se tornar paróquia, o que só veio a acontecer em 1512, por iniciativa de D. Pedro, Bispo da Guarda. Nesse ano iniciou-se a construção da Igreja Paroquial sob a evocação da Exaltação da Santa Cruz que só veio a ser terminada durante o reinado de D. João III. O Mosteiro foi Convento dos Dominicanos até cerca de 1834, data da extinção das Ordens Religiosas em Portugal e 6 anos depois o monumento estava votado a um completo abandono. Em 1907 deu-se a sua classificação como Monumento Nacional e, em 1983 o Mosteiro passou a ser considerado Monumento do Património da Humanidade, pela UNESCO. Em 1855 a área administrativa do concelho da Batalha seria aumentada com a integração da freguesia de Reguengo do Fetal. Mais tarde, em 1895 o concelho foi extinto e anexado ao de Leiria, voltando a ser restaurado a 13 de Janeiro de 1898 e mantendo-se até à atualidade.

Bandeira de Batalha

Heráldica

Brasão: de prata, com uma cruz de S. Jorge de vermelho, firmada nos bordos, carregada pela imagem de Nossa Senhora da Vitória com um menino ao colo, vestidos de azul com mantos de prata e resplendores de ouro. A cruz acantonada por duas cruzes da Melícia de Aviz de verde e por duas cruzes do timbre de Nuno Álvares de vermelho. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres: «Vila da Batalha» de negro.

Bandeira: de vermelho. Cordões e borlas de prata e de vermelho. Haste e lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres: «Câmara Municipal da Batalha».


Cultura e Turismo

O concelho da Batalha está inserido numa região turística de grandes potencialidades, onde a natureza, o património histórico e as tradições se combinam, sendo o concelho conhecido pela diversidade das atividades culturais e recreativas que desenrolam ao longo de todo o ano. O concelho dispõe de várias unidades museológicas  com especial destaque para Casa-Museu do Rancho Folclórico Rosas do Lena, que inclui a reconstituição de uma casa estremenha, do século XIX e um interessante núcleo museológico com o espólio histórico do Rancho Folclórico Rosas do Lena. Ao nível de infra-estruturas de desporto e lazer, o concelho da Batalha possui vários pavilhões e ringues gimnodesportivos, Piscinas Municipais e um Kartódromo.

                                                                                                    Pia do Urso


Pia do Urso 

Pia do Urso 

Gastronomia

            Relativamente à gastronomia do concelho, a Batalha beneficiou da presença do mosteiro que deixou fortes tradições gastronómicas, sobretudo na área da doçaria sendo de se destacar: as morcelas de arroz; os pudins da batalha, bolos de ferradura e as cavacas. Um especial destaque vai também para o bucho recheado, a canja de galinha e cabidela e para o tchadéu (fritada de porco em tacho de barro).

                                                                                                      Cabidela de Galinha
Bolos de Ferradura