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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Viagem e visita ao concelho da Trofa


Localização : 

            O recente concelho da Trofa, assenta num vale entre a serra de Covelas e o Monte de S. Gens, apresenta uma extensa área natural, de floresta e terra propícia à agricultura, que se estende pelos vales do Coronado, de Ervedosa e Paradela, de Alvarelhos e Guindões. É sede de município com 71,88 km2 e subdividido por 8 freguesias. A sua excelente localização na zona Entre Douro e Minho, entre os principais pólos do Vale do Ave e a duas dezenas de quilómetros de importantes centros urbanos, a sul o concelho da Maia, a norte com o de Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso a nascente e com Vila do Conde a poente, tornou-o numa boa escolha para a implantação de inúmeras unidades industriais  não esquecendo as comerciais, campo onde têm também surgido bons investimentos. 



História :

             Deste primitivo povoado, cuja descrição inicial era Bougado, se conhece a primeira referência escrita, um documento datado de 1073, referente a uma doação de casais feita por uma ilustre senhora Dona Gontinha ao Mosteiro de Santo Tirso. As inquirições de 1258 referem que aqueles casais formavam já duas freguesias devidamente instituídas, com oragos diferentes, ambas pertencentes ás Terras da Maia que constituíram o famoso senhorio dos Mendes, dos quais Gonçalo Mendes, " o Lidador", foi o mais célebre. Nas Terra da Maia, que iam do Ave ao Douro pela linha marítima, espalhando-se profundamente para Leste, se mantiveram as duas referidas freguesias (bem como as demais seis que, hoje, constituem o recente Município da Trofa), até à reforma administrativa de 1832 (Mouzinho da Silveira), em que passaram a pertencer ao concelho de Santo Tirso. Nesta altura, era a "Trofa" um simples lugar da freguesia de Bougado (Santiago), atualmente designado de "Trofa Velha", e cuja antiguidade de povoamento é justificada pela existência de algumas mamoas e por vestígios da via romana que ligava "Olisipo" a "Bracara Augusta", atravessando o Ave no lugar ainda hoje conhecido como do "Vau", nesta freguesia. Trofa teve uma brilhante participação na defesa do território durante a II Invasão Francesa. Junot, havia sido expulso do país em 1808, após o grito de revolta da cidade do Porto. No ano seguinte, Soult, consegue infiltrar-se em Portugal por Trás-os-Montes. Apesar da forte resistência das populações, os franceses conseguem avançar até Braga, onde se dividiram em três colunas, com um único destino: o Porto. Foi a segunda coluna, comandada por Soult, que se dirigiu à Barca da Trofa. Por onde quer que passassem, os franceses sofriam a hostilidade dos povos locais; mais ainda na Trofa, apesar dos fracos meios de que dispunha. A Companhia de Ordenanças de S. Tiago do Bougado, comanda pelo Capitão Luís Carneiro, e reforçada pelo espírito patriótico das gentes locais, conseguiu levar a cabo a fortificação do rio Ave, no lugar da Barca da Trofa, impedindo a passagem do exército inimigo, a 24 de Março de 1809. A forte necessidade de industrialização sentida na região a partir do século XIX, foi acarretando algumas transformações importantes na paisagem, na economia e na sociedade. Porém, estas transformações foram sobretudo sentidas no aspecto paisagístico, essencialmente pela necessidade de aproveitar intensamente a energia hidráulica como alternativa ao esforço humano. Implantadas algumas fábricas ao longo do rio Ave e de seus afluentes, surge um outro agente transformador da paisagem não menos importante, a criação de uma rede de transportes que permitiria o curso de gentes e mercadorias entre as povoações. Depois de construída, após a primeira metade do século XIX, a nova estrada que ligava Porto a Braga, novos factores foram determinantes para o desenvolvimento local: a construção em 1858 da "Ponte Pênsil da Barca da Trofa" que veio permitir maior comodidade e rapidez às deslocações entre Porto e Braga, facilitando a travessia do rio Ave que, desde a Idade Média, se fazia "a vau" ou "de barca" (Porto de Formariz) e, ainda, a inauguração, em 1875, do troço da linha férrea do Minho entre Campanhã e Braga. Ao redor da estação de caminho-de-ferro, localizada junto à Igreja Paroquial de S. Martinho e a que foi dado o nome de "Trofa", rapidamente cresceram o casario e várias unidades fabris (de serração de madeiras, de moagem, de chapelaria e de mecânica agrícola), dando origem assim, à popularmente designada "Trofa Nova". A abertura e exploração da linha de Guimarães entre Trofa e Vizela em Dezembro de 1883 e, depois, entre Vizela e Guimarães e entre Trofa e Trindade (Porto) mais contribuíram para o desenvolvimento sócio-económico. Este, sempre progressivo e abrangente, teve como resultado a criação da vila da Trofa, a 16 de Maio de 1984, a ascensão a cidade a 27 de Maio de 1993 e, a elevação a concelho, em 14 de Dezembro de 1998.



Cultura e Turismo :

         O concelho da Trofa tem uma oferta turística bastante interessante, podendo-se realçar a beleza paisagística, mas também os vestígios arqueológicos que foram encontrados ou o património cultural e edificado. Porém, ao longo dos tempos, algum património construído se perdeu. Entre o mais saudoso, ocupa lugar de destaque a antiga Ponte Pênsil da Trofa (ou da Barca da Trofa, como também era conhecida). Além da ponte, construída em 1858 e demolida em 1935, o concelho da Trofa tem orgulho na sua arquitetura religiosa. O turista pode apreciar as praias fluviais nas margens do Rio Ave, algumas delas a aguardar a conclusão do plano de despoluição, do Monte de S. Gens e do Monte de Santa Eufémia; e a interessante capela de Nossa Senhora das Dores, que o Conde de S. Bento mandou erguer a expensas suas, nos finais do século XIX. Banhado pelo rio Ave, que nasce na Serra da Cabreira e desagua no concelho de Vila do Conde, o concelho da Trofa convida a uma visita, não só pelos seus espaços verdes, constituindo alguns deles um verdadeiro Património Natural de inegável valor paisagístico a preservar, mas também pelas suas gentes e tradições. 




Gastronomia :

              Embora não exista uma gastronomia típica deste concelho, não se pode deixar de referir um dos seus doces tradicionais, o Bolo da Trofa.