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sábado, 4 de maio de 2013

Viagem e visita ao concelho de Alter do Chão

Brasão de Alter do Chão

Localização

         O concelho de Alter do Chão está integrado no distrito de Portalegre, abrangendo uma área de 361.6 km2, distribuída por quatro freguesias: Alter do Chão, Chancelaria, Seda e Cunheira, faz fronteira com o concelho de Crato, a Norte, com Monforte, a Este; Fronteira, a Sudeste; e Avis e Ponte de Sor, a Oeste. 
Dos recursos hídricos, existentes no concelho destacam-se as ribeiras do Freixo, do Cornado, da Silada, do Papa Leite, do Vale de Galegas, Zambujo, de Seda e de Navalha.


História

          Alter do Chão terá provavelmente a sua origem na cidade romana Abelterium, atravessada por uma das três vias militares que ligavam Lisboa a Mérida e da qual, possivelmente, fazem parte as ruínas das Termas que se encontram junto à Vila. Um dos vestígios mais importantes da época de dominação romana é a ponte de Vila Formosa, sobre a ribeira de Seda e que ligava o eixo viário militar entre Lisboa e Mérida. Um outro vestígio importante relativo ao primitivo povoamento romano é o topónimo principal do concelho, tendo este origem no termo romano Abelterii que se desdobrou em Alter "Chão", com o adjectivo "chão" alusivo à situação plana característica do local, e Alter "Pedroso" por se caracterizar o lugar especialmente pela circunstância a que se refere o adjectivo. Mais tarde, o adjectivo do primeiro topónimo, sem com isso se alterar o sentido toponímico topográfico, passou a substantivo, com auxílio da preposição e artigo: Alter do Chão.
Segundo a tradição, a cidade romana de Alter terá sido mandada destruir pelo imperador Adriano no ano 120 antes de Cristo, em castigo da resistência oposta pelos seus habitantes ao avanço das legiões do império romano. No reinado de D. Sancho II, o Bispo da Diocese da Guarda D. Vicente, propôs "restaurar e povoar Alter", atribuindo-lhe o seu primeiro Foral no ano de 1232. D. Afonso III com o objectivo de incentivar o povoamento, manda reconstruí-la e terá concedido novo foral em 1249. D. Dinis atribui-lhe dois forais em anos consecutivos, o último data de 25 de Março de 1293 e conferia-lhe todos os privilégios de Santarém. 
A D. Dinis se atribui também a fundação do castelo de Alter Pedroso, apesar de alguns autores o considerarem de construção anterior, dada a sua localização, fazendo supor que a sua origem terá sido mourisca, ou mesmo romana. Em 1359, D. Pedro I mandou edificar o atual castelo e confirma-lhe, através de nova carta de foral os privilégios anteriores. D. João I, Mestre da Ordem de Avis, cede em senhorio a D. Nuno Álvares Pereira, passando os bens para a Casa de Barcelos e posteriormente para a Casa de Bragança. O Foral de Leitura Nova, foi-lhe atribuído a 1 de Junho de 1512 no decurso da nova reforma mandada efetivar por D. Manuel. O eclesiástico local é notável, especialmente pelos dois mosteiros que aqui existiram: o de capuchos da província da Piedade e o dos padres carmelitas descalços. O primeiro foi fundado por D. Manuel I, em 1524, a instâncias da sua terceira esposa, a rainha D. Leonor de Áustria. O segundo, foi fundado em 1595, poucos anos após a entrada dos carmelitas no país, com as rendas da confraria da igreja do Espírito Santo que fora antigamente uma albergaria destinada a peregrinos; a sua fundação deve-se essencialmente à atividade de Manuel do Rego. Em 1599, tendo morrido alguns religiosos, os restantes abandonaram o convento e passaram a Évora. Os moradores de Alter do Chão, sentindo esta ausência, alcançaram do padre geral a licença de novamente se povoar a casa, o que se fez com maior número de religiosos; mas passados cinco anos estes ausentaram-se secretamente, de noite, diz-se que pelos vexames sofriam, o que foi tão sentido por Manuel do Rego que se expatriou, para Valhadolide, onde veio a falecer. Novamente o povo, ou aqueles que melhor avaliavam a necessidade espiritual da vila de ter em si uma congregação, procurou promover o regresso de religiosos, intercedendo junto do Duque de Bragança para que alcançassem a vinda de religiosos da província da Piedade. Estimou o Duque, grandemente, a resolução e comprometeu-se a mandar fazer um convento novo à sua custa, do qual ficou sendo padroeiro. 
A atual composição concelhia data de meados do século XIX quando nele foram incorporadas as antigas vilas de Chancelaria e Seda, até então com jurisdição própria. Já a freguesia de Cunheira foi apenas criada a 20 de Fevereiro de 1976, desanexada da freguesia de Chancelaria.

Bandeira de Alter do Chão


Heráldica : 

Brasão: cortado de prata e de negro. No primeiro, um castelo de vermelho, aberto e iluminado de negro, acompanhado de duas quinas de Portugal. No segundo, uma fonte de ouro realçada de negro, repuxando de prata aguado de azul, acompanhada de duas flores de lis de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres «Vila de Alter do Chão», a negro.

Bandeira: esquartelada de amarelo e de vermelho. Cordões e borlas de ouro e de vermelho. Haste e lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos os dizeres «Câmara Municipal de Alter do Chão».


Cultura e Turismo

            Para além da magnífica paisagem deste concelho que pode ser desfrutada do miradouro natural de Alter Pedroso, Alter do Chão dispõe de vários elementos de interesse turístico e cultural. Do seu património cultural e edificado são de destacar: o castelo de Alter do Chão, o Palácio de Álamo e os vários chafarizes existentes pelo concelho. O castelo de Alter do Chão, cuja construção remonta ao século XIV, serviu de residência senhorial após a passagem da sua propriedade para a Casa de Bragança. Em finais do século XIX, o castelo foi vendido a particulares, tendo sido adquirido mais tarde pela Fundação da Casa de Bragança. O Palácio e Jardim do Álamo, de arquitetura barroca, sofreu algumas remodelações em 1649 e em 1732, quando adquiriu a sua fisionomia atual   Posteriormente foi adquirido pela Câmara Municipal e aí funcionava a Biblioteca e o Serviço Sócio-cultural, sendo que atualmente  encontrando-se o palácio em obras, esses serviços funcionam no edifício do Cine-Teatro.
Do património religioso deste concelho destaque para: a Igreja de N. Sr. Jesus do Outeiro, monumento do século XVII; a igreja de Nossa Senhora da Alegria, decorada ao gosto da primeira Renascença, que apresenta como motivo de maior interesse, o portal compósito da fachada; e a igreja do Convento de Santo António. De mencionar também as capelas de Santa Ana, inicialmente edificada no século XVII; de S. Miguel; de S. Francisco; e da Misericórdia.
Também ligada ao concelho de Alter do Chão está a Coudelaria de Alter, fundada em 1748; passou a pertencer às Casa Real, em 1770, após ter permanecido na posse da Casa de Bragança. A primeira vintena do século XIX foi um período conturbado para a Coudelaria de Alter: roubo dos melhores cavalos Alter-Real, danos nas piaras, redução na área do pastoreio, vandalismo nas instalações e surgem as primeiras ameaças à integridade étnica da manada. Após a proclamação da república a Coudelaria foi integrada no Ministério da Guerra, com o nome de Coudelaria Militar de Alter do Chão. Em Janeiro de 1942 dá-se a integração da Caudelaria no Ministério da Economia, na jurisdição da Direção-Geral dos serviços pecuários. Atualmente  a Coudelaria de Alter está integrada num programa de desenvolvimento suportado pelo Ministério de Agricultura, do Desenvolvimento Rural e Pescas e do AVNA (PPDR, FEDER) - Ação de Valorização do Norte Alentejano. A Coudelaria toma a seu cargo a recuperação e a divulgação da Falcoaria portuguesa, sendo oferecido aos visitantes uma mostra temática sobre o património desta modalidade de caça. A Coudelaria dispõe ainda de um museu do Cavalo que conta com a colaboração de outros museus e instituições culturais.

Coudelaria Nacional
Coudelaria Nacional


Gastronomia :

         Da gastronomia concelhia destaque para o sarapatel (guisado de carne de porco, fígado, rim, bofes, etc.), o ensopado de borrego com arroz amarelo e as fatias da China.

Sarapatel
Sarapatel