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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Viagem e visita ao concelho de Almeirim

Brasão de Almeirim

Localização

            O concelho de Almeirim está inserido no distrito de Santarém, ocupando uma área de 221.8 Km2, distribuída por quatro freguesias, a Norte, faz fronteira com o concelho de Alpiarça; a Sul, com Salvaterra de Magos e Coruche; a Oeste, com Santarém e Cartaxo; e a Este com Chamusca. 
A Poente, o concelho é banhado pelo rio Tejo, sendo que integra a sub-região da Lezíria do Tejo. Um outro elemento hidrográfico importante de Almeirim é a ribeira de Muge. Em termos turísticos faz parte da Região de Turismo do Ribatejo.


História

            Apesar de não existirem documentos escritos que o provem, é crível que neste local existisse já povoamento em épocas primitivas, facto apenas comprovado pela arqueologia e pela geologia; a própria toponímia é pobre nesse aspecto, sendo que apenas o topónimo principal, "Almeirim", demonstra relativa antiguidade, por evidenciar influência arábica; assim, colocam-se duas hipóteses: poderá derivar de "Al-Meirim" conforme consta numa descrição de Pinho Leal "Foi fundada em 1411, em um sítio que os Mouros chamavam já Al-Meirim, nome próprio de homem...", tratando-se neste caso de um antropónimo; ou então poderá ter tido a sua origem no nome de planta, "almeirão", através do árabe "alamron" ou "alamiron", de origem, no entanto, latina, não como derivado mas como nome paralelo, tratando-se neste caso de um fitotopónimo. Através dos vestígios arqueológicos encontrados na Estação da Azeitada (Benfica do Ribatejo) e no Alto dos Cacos (Almeirim), sabe-se que a presença humana nesta região remonta ao Paleolítico Superior, sendo que existem também indícios das épocas do Bronze e do Ferro. Apesar de não se ter mantido constante o povoamento, depreende-se que o local não chegou a ficar em total despovoamento, facto que de certa forma não é admissível, dada a sua localização, próximo do Tejo, e dada a vontade de repovoamento e colonização sentida por diferentes monarcas ao longo dos séculos XII, XIII e XIV. 
Almeirim foi "criada" em 1411 por D. João I, a partir da criação da Coutada Real de Almeirim, cujo território foi demarcado em 1424; o mesmo monarca edificou no local um palácio, rodeando-o de amplos e belos jardins e hortas. Em 1430, D. Duarte, ainda Infante, mandou aqui construir uma torre que no entanto foi destruída a mando de D. João I. Em 1483, D. João II outorgou aos moradores de Almeirim, uma Carta de Mercê. 
No século XVI, D. João III mandou construir a Igreja e o Hospital de Nossa Senhora da Conceição, S. Roque e S. Sebastião, com uma confraria de que faziam parte a rainha e os infantes, o Duque de Bragança e inúmeros fidalgos de Lisboa. O Paço que havia sido edificado a mando de D. João I foi ampliado por D. Manuel I que aqui costumava passar o Inverno; nesta época, a corte era atraída pela presença do soberano que ali construiu boas casas e quintas, em volta do palácio real. Almeirim foi palco de importantes acontecimentos da História de Portugal: as cortes foram aqui convocadas duas vezes (primeiro por D. João III para o juramento do Príncipe D. João e depois pelo Cardeal Rei D. Henrique, por causa da sucessão do reino). Nesta terra também se celebraram os casamentos da Infanta D. Isabel com o Imperador Carlos V, e o de seu filho Filipe II com a Infanta D. Maria e aqui faleceu o Cardeal D. Henrique, em 1580.
Eclesiasticamente, Almeirim foi uma vigairaria do padroado real, com o rendimento de cem mil réis anuais, e com um coadjutor da mesma apresentação.

Bandeira de Almeirim

Heráldica

Brasão: escudo partido de uma pala de negro e duas de ouro, sendo a de negro carregada por uma águia aberta de ouro de voo abatido, acompanhado em chefe por uma seta de ouro carregada por uma quina de Portugal e em contra-chefe por três faixas ondadas, duas de prata e uma de azul. As palas de ouro são carregadas cada uma por uma trompa de caça de vermelho forrada de negro, acompanhada em chefe e em contra-chefe, por cachos de uvas de púrpura folhados e sustidos de verde. Coroa mural de cinco torres de prata. Listel branco com a legenda de negro: "CIDADE DE ALMEIRIM".

Bandeira: de púrpura, cordões e borlas de ouro e púrpura. Haste e lança de ouro.


Cultura e Turismo

           São vários os pontos de interesse turístico no concelho de Almeirim, sendo que a nível patrimonial, merecem especial referência na vila de Almeirim a Igreja Matriz e as fontes de S. Roque e do Largo dos Namorados; outros locais de grande interesse turístico são as margens do rio Tejo e da Ribeira de Alpiarça, que para além de serem locais de grande beleza, contribuem também para a economia local. Ainda na vila, uma especial referência para o Museu Etnográfico, instalado na casa do povo; para a Biblioteca Municipal Marquesa do Cadaval e para a Galeria Municipal de Almeirim, situada no edifício dos Paços do Concelho e destinada a exposições temporárias. Já na freguesia de Fazendas de Almeirim, um pequeno destaque para o Pórtico do Paço dos Negros, uma magnífica portada de um antigo paço do século XVI, coroada por seis merlões manuelinos.



Gastronomia

            Da gastronomia tradicional do concelho de Almeirim, destaca-se: a cachola e espetadas de porco, o ensopado de enguias, a caldeirada à pescador, a massa à barrão e a sopa de pedra.


Sopa da Pedra

Melão
Melão