Translate

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Viagem e visita ao Parque Nacional da Peneda-Gerês


Localização :  

              O Parque Nacional da Peneda-Gerês ou conjunto serrano da Peneda-Gerês" , é o único parque nacional de Portugal e situa-se no extremo nordeste do Minho, estendendo-se até Trás-os-Montes, desde as terras da Serra da Peneda até a Serra do Gerês - daí a sua designação -, sendo recortado por dois grandes rios, o Rio Lima e Cávado. Fazendo fronteira com a Galiza, abrangendo os distritos de Braga (concelho de Terras de Bouro), Viana do Castelo (concelho de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca) e Vila Real (concelho de Montalegre) numa área total de cerca de 70 290 hectares. O Parque Nacional da Peneda-Gerês é considerado pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera, é uma das maiores atracções naturais de Portugal, pela rara e impressionante beleza paisagística e pelo valor ecológico e etnográfico e pela variedade de fauna (corços, garranos, lobos, aves de rapina) e flora (pinheiros, teixos, castanheiros, carvalhos e várias plantas medicinais). Estende-se desde a serra do Gerês, a Sul, passando pela serra da Peneda até a fronteira espanhola. Inclui trechos da estrada romana que ligava Braga a Astorga, conhecida como Geira. No parque situam-se dois importantes centros de peregrinação, o Santuário de Nossa Senhora da Peneda, réplica do santuário do Bom Jesus de Braga, e o de São Bento da Porta Aberta, local de grande devoção popular.





História

             Criado em 1971 segundo o Decreto-Lei n.º 187/71, de 8 de maio, o Parque Nacional da Peneda-Gerês abrange uma área montanhosa do Noroeste português, com cerca de 72 000 hectares, que se estende pelos distritos de Viana do Castelo (concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca), de Braga (Terras de Bouro) e de Vila Real (Montalegre), ao longo de cerca de 100 km de fronteira. Desde o planalto de Castro Laboreiro, a norte, até ao da Mourela, a leste, inclui grande parte das serras da Peneda, do Soajo, Amarela e do Gerês, com alguns dos pontos mais altos de Portugal continental: Giestoso (1337 m), Outeiro Alvo (1314 m), Pedrada (1416 m), Loriça (1355 m), Borrageiro (1433 m), Nevosa (1545 m), Cornos da Fonte Fria (1456 m). O Parque Nacional da Peneda-Gerês apresenta um riquíssimo património natural e humano que, pela variedade de paisagem, pela diversidade dos microclimas, pelas espécies vegetais e animais existentes e pelos vestígios históricos de mais de 50 séculos de ocupação humana, satisfez de forma notável os pressupostos para a sua criação. O interesse do seu conteúdo levou ao reconhecimento, como Parque Nacional, pela União Internacional para a Conservação da Natureza e seus Recursos (UICN). Segundo a UICN, um Parque Nacional é um território relativamente extenso que apresenta um ou mais ecossistemas pouco ou nada transformados pela exploração e ocupação humanas, oferecendo um especial interesse do ponto de vista científico, educativo e recreativo; no qual a mais alta autoridade do País tomou medidas para proteger os valores nele contidos e que justificaram a sua criação; onde as visitas são autorizadas, sob certas condições, com fins educativos, culturais e recreativos. Em face dos valores existentes e para dar satisfação a estes princípios internacionalmente aceites, permitindo ao mesmo tempo a salvaguarda do património existente e o seu usufruto pelos visitantes, foi estabelecida no Parque Nacional da Peneda-Gerês uma zonagem, donde resultaram duas grandes áreas. Uma delas é periférica (área de ambiente rural), onde se situam os aldeamentos serranos, os campos de cultura que lhes servem de apoio e os terrenos de pastagens, isto é, os locais onde a influência humana mais fortemente se faz sentir. A outra (área de ambiente natural), além de protegida pela zona envolvente, e de difícil acesso, é por excelência a área de Protecção. A existência de comunidades humanas neste Parque Nacional confere-lhe uma grande originalidade. Estas comunidades serranas, isoladas nos vales das montanhas ou nos planaltos, separadas umas das outras por caminhos de serra de acesso difícil, tiveram que viver por si, bastando-se a si mesmas, pelo que desenvolveram actividades e criaram uma organização social que lhes permitisse ultrapassar as condições hostis que o ambiente lhes proporcionava. Os seus habitantes têm, desde tempos remotos, praticado um ritual de vida em que a pastagem e o gado desempenham um papel preponderante. Por esse facto e para suprirem as necessidades que se lhes depararam, ordenaram o território que ocupam em zonas de pastoreio, de cultivo e de floresta. Desta luta milenária pela sobrevivência resultou um saber de experiência acumulada ao longo dos séculos, traduzido nos usos e costumes, muito dos quais ainda se mantêm. As dificuldades dos trabalhos da agricultura da montanha criaram a tradição, que ainda subsiste, de um comunitarismo de serviços - malha de centeio, forno do povo, moinhos, fojo do lobo, vezeiras (rebanhos) e os espigueiros -, típicas construções de granito normalmente dispostas junto de uma eira comunitária, servindo para armazenar as espigas de milho e protegê-las dos roedores. Nesta região montanhosa, a orientação diversificada do relevo, as variações bruscas de altitude e a influência dos climas atlântico, mediterrânico e continental dão origem a uma infinidade de microclimas. Estes, associados à constituição essencialmente granítica do solo, criam características particulares, donde resultam aspetos botânicos muito especiais, que conferem ao Parque Nacional da Peneda-Gerês um lugar de primazia em relação à demais flora portuguesa. Em verdade, as condições edafoclimáticas e altimétricas existentes permitem que aqui se encontrem espécies que variam desde as das zonas mediterrânicas e subtropicais até às das euro-siberianas e alpinas. Assim, nas encostas dos vales mais quentes e abrigados aparecem, entre outras, o sobreiro, o medronheiro, o azereiro, o feto-do-gerês, o feto-real e a uva-do-monte. Nas zonas onde se sente mais influência do clima atlântico e em altitudes que podem ir até aos 800-1000 metros surgem as matas de carvalho comum, a que se associa muitas vezes o azevinheiro. Este, podendo subir até aos 1300 metros, toma por vezes porte arbóreo e constitui nalguns casos, por si só, verdadeiras matas. Acima dos 900 metros o carvalho comum cede lugar ao carvalho-negral, ocorrendo também o vidoeiro, espécies já características da zona euro-siberiana, tal como o pinheiro de casquinha e o teixo, localizados em altitude, nos vales mais húmidos e abrigados e representando restos de uma flora pós-glaciar. De entre as espécies alpinas destacam-se o zimbro e a erva divina. Para além de todas as espécies que se encontram no parque, uma dentre elas merece referência especial, pela sua raridade, visto que em todo o mundo apenas aparece numa pequena área desta região o lírio-do-gerês. O valor faunístico da área do Parque da Peneda Gerês é notável pela quantidade e diversidade dos animais dignos de interesse que nela se podem encontrar. Apesar de terem desaparecido, em 1650, o urso-pardo,e, em 1890, a cabra-do-gerês, o isolamento em que permaneceram as altas zonas serranas e as condições favoráveis do meio permitiram que aqui se mantivessem espécies hoje raras e únicas no mundo, como é o caso dos garranos selvagens, que se encontram numa parte da serra do Gerês. Além destes, outros mamíferos estão representados nesta região, dentre os quais se refere o corço, o javali, o lobo, a raposa, a fuinha, o toirão, o texugo, a gineta, e a lontra. No que respeita à avifauna, encontram-se no parque: a águia-real, a águia-calçada, a águia-de-asa-redonda e o açor, que vivem nas zonas de maior altitude e isoladas. São ainda encontrados: o milhafre-real, o peneireiro, o bufo-real, a coruja-dos-matos, o mocho-de-orelhas-pequenas, além de muitas outras espécies que aqui nidificam ou passam nas épocas migratórias. Também os répteis e os anfíbios aqui se encontram representados com considerável diversidade, referindo-se de entre os primeiros a víbora-negra, a cobra-d'água, a cobra-de-focinho-alto, a cobra-d'água-viperina, e o lagarto-d'água. Dos anfíbios, que vivem nas águas e riachos, encontra-se o quioglossa, a salamandra, o tritão-alaranjado, o tritão-palmado, o tritão-verde, a rã-castanha, a rã-verde, o sapo-parteiro e o sapo-comum. Especial atenção deve ser dada ao cão de Castro Laboreiro, cão pastor muito apreciado pela rusticidade e bravura na guarda de gados e propriedades; a outra, o boi barrosão, de excecionais qualidades no trabalho e na carne que fornece. O Parque Natural estende-se por uma região povoada pelo menos desde há 5000 anos, conforme revelam as numerosas mamoas, antas, cistas, sepulturas e outros vestígios históricos. Exemplos importantes da vida e cultura dos povos da pré-história recente são as oito rochas da Bouça do Colado (Lindoso) ou a estátua-menir da Ermida (Ponte da Barca), esta datando do Calcolítico ou da Idade do Bronze. O tipo de povoamentos que a partir do final da Idade do Bronze e na época romana ocuparam e fortificaram a região é exemplificado pelos castros da Calcedónia, do Crestelo (Tourém) e da Ermida. O mais importante vestígio da ocupação militar romana são os restos da VIA.NOVA.A BRAC., a via militar n.º 18 do Itinerarium Antonini, que ligava Bracara Augusta (Braga) a Asturica Augusta (Astorga). Esta via percorre parte da serra do Gerês, nas margens do rio Homem, e é localmente conhecida por Geira. Geologicamente é uma área ocupada por extensas manchas de granitos (idades: 298 a 280 milhões de anos) e por pequenas faixas xistosas, de origem sedimentar, atravessadas por numerosos filões de quartzo, de pegmatites graníticas e de dolerites. Existem variadas falhas nas formações rochosas, entre as quais a do vale da Peneda e a do vale do Gerês, esta responsável pelo termalismo das águas daquelas caldas. Os efeitos da glaciação - circos glaciares, moreias, rochas aborregadas - podem observar-se nos pontos mais elevados das serras da Peneda, do Soajo e do Gerês, nos quais existiram glaciares nas cabeceiras de alguns rios (Vez, Homem, Couce-Coucelinho). 



Paisagem

           A natureza e orientação do relevo, as variações de altitude e as influências atlântica, mediterrânica e continental traduzem-se na variedade e riqueza do coberto vegetal: matos, carvalhais e pinhais, bosques de bétula ou vidoeiro, abundante vegetação bordejando as linhas de água, campos de cultivo e pastagens. As matas do Ramiscal, de Albergaria, do Cabril, todo o vale superior do rio Homem e a própria Serra do Gerês são um tipo de paisagem que dificilmente encontra em Portugal algo de comparável, estas serranias já foram solares do Urso pardo e da Cabra montesa. O Lobo vagueia num dos seus raros territórios de abrigo. A Águia-real pontifica no vasto cortejo das aves. Micro-mamíferos vários, caso da Toupeira-de-água, diversidade de répteis e anfíbios e uma fauna ictiológica que inclui a Truta e o Salmão enriquecem o quadro zoológico. É um momento estranho, parece que, de repente, ficamos extasiados perante tanta beleza. No coração deste vale (de Albergaria), diante do silêncio entrecortado pelo ruído do rio, assumimo-nos encantados perante tamanha beleza.

O que visitar

Castro Laboreiro 
O Castelo de Castro Laboreiro, também referido como Castelo de Castro Laboredo, localiza-se na vila e freguesia de Castro Laboreiro, concelho de Melgaço, distrito de Viana do Castelo, em Portugal. Em posição dominante no alto de um monte, em terreno de difícil acesso entre as bacias do rio Minho e do rio Lima, está integrado no Parque Natural da Peneda-Gerês. A região encontra-se ocupada por humanos desde época pré-história, conforme o demonstram os monumentos megalíticos abundantes no planalto a nordeste de Castro Laboreiro, embora não haja informações históricas abundantes, a ocupação deste sítio parece se ligar ao traçado das diversas estradas romanas que aqui possuíam pontes para a travessia dos rios da região (ribeiro de Barreiro, o rio Laboreiro, o rio Cainheiras, o rio do Porto Seco e outros). À época da Reconquista cristã da península Ibérica, Afonso III de Leão (848-910) doou o domínio de Castro Laboreiro, na primeira metade do século X, ao conde D. Hermenegildo, avô de São Rosendo, por este ter vencido Witiza, um chefe local que se havia revoltado. Durante o domínio do conde, o castro existente (e que lhe deu o nome) teria sido adaptado a castelo, voltando, posteriormente, ao domínio muçulmano. Em 1141, D. Afonso Henriques (1112-1185) conquistou a povoação de Castro Laboreiro, fazendo reforçar a sua defesa (1145), que passava a integrar a linha fronteiriça dos domínios de Portugal. Embora se desconheçam os detalhes dessa defesa, ela estaria concluída, conforme inscrição epigráfica, sob o reinado de D. Sancho I (1185-1211). No início do reinado de D. Afonso III o castelo foi severamente danificado diante da invasão de tropas do reino de Leão (1212). Vila e sede de Concelho entre 1271 e 1855, Castro Laboreiro foi pertença do condado de Barcelos até 1834, bem como comenda da Ordem de Cristo desde 1319. Sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), por volta de 1290, as suas defesas foram reconstruídas, quando assumiram a atual feição. Por esta época, a alcaidaria de Castro Laboreiro e a de Melgaço encontravam-se unidas, a cargo da família Gomes de Abreu, de Merufe. Posteriormente, sob o reinado de D. Fernando (1367-1383), o soberado doou esta alcaidaria a Estevão Anes Marinho. No século XIV, após a conquista de Melgaço, D. João I (1385-1433) utilizou Castro Laboreiro como base para deter as incursões das forças castelhanas oriundas da Galiza. O alcaide-mor Martim de Castro foi afastado de suas funções em virtude das queixas dos moradores da vila (1441). No início do século XVI, o castelo encontra-se figurado por Duarte de Armas, no seu Livro das Fortalezas (c. 1509), podendo-se observar as muralhas reforçadas por cinco torres de planta quadrangular. Ao centro, a torre de menagem, também de planta quadrangular, precedida por outra construção, com a cisterna a norte. Isolada, em plano inferior, a vila. Erguido no alto de um monte, na cota de 1.033 metros acima do nível do mar, apresenta planta aproximadamente oval, adaptada ao terreno, orientada por um eixo norte-sul, de arquitetura românica, apresenta padrões góticos expressos na integração de cubelos e pequenos torreões nos panos da muralha da alcáçova. O conjunto compreende dois núcleos:
 - a norte, em plano mais elevado, o centro militar integrado pela torre de menagem no centro da praça de armas e pela cisterna. Em seus muros rasgam-se duas portas, a principal, a leste, denominada como Porta do Sol; a norte, a Porta da Traição, também denominada como Porta do Sapo.
 - a sul, em plano inferior, um recinto secundário, delimitado por um pano de muralhas orientado no sentido leste-oeste. O acesso é feito por uma ponte em arco pleno sobre pés direitos. A sua função primitiva era a de recolher gado e bens em caso de ameaça, o que, segundo os estudiosos, é único no país e denota a importância da actividade pecuária na região. 

Castelo Castro Laboreiro.JPG

Igreja Matriz de Castro Laboreiro ou Igreja de Nossa Senhora da Visitação -  localiza-se na freguesia de Castro Laboreiro, Melgaço, Portugal. A igreja tem uma planta longitudinal com uma única nave,
é um edifício da Idade Média, com características românicas, de paredes laterais maciças, com cinco volumosos contrafortes de reforço aos arcos interiores. A capela mor é reentrante mas de igual pé direito que a nave, junto à pilastra sul da fachada pode-se encontrar um relógio de sol, conserva ainda uma curiosa pia baptismal decorada românica. Está classificada como Imóvel de Interesse Público pelo IGESPAR desde 1993.


Lindoso 
 Castelo de Lindoso - Localiza-se, na freguesia e lugar de Lindoso, concelho de Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo, em Portugal, sobranceiro a terras de Espanha, em posição dominante na serra Amarela, sobre a margem esquerda do rio Lima, este castelo foi erguido de raiz, na Idade Média, com a função de vigia, defesa e marco de soberania da fronteira. Embora não tenha estado envolvido em grandes batalhas ou episódios de história militar, é considerado como um dos mais importantes monumentos militares portugueses, pelas novidades técnicas e arquitectónicas que ensaiou, à época, no país. Alguns autores afirmam que o topônimo Lindoso deriva do latim "Limitosum" (limitador, fronteira, extrema). Embora não existam informações sobre a primitiva ocupação humana de seu sítio, esse topónimo não se encontra mencionado nas Inquirições de 1220, o que vem a ocorrer nas de 1258. Compreende-se, por essa razão, que tenha sido erguido de raiz no reinado de D. Afonso III, inscrita no esforço de reforço do sistema defensivo das fronteiras, empreendido por aquele soberano. Entre as obrigações dos habitantes da povoação, incluíam-se as de prover o alcaide de alimentos sob determinadas circunstâncias, sendo a ele vedado praticar quaisquer abusos contra esses mesmos habitantes. O castelo teria sido reforçado e ampliado no reinado de Dinis I de Portugal, a partir de 1278. O núcleo que chegou até nós do castelo medieval, é de planta similar a do Castelo de Lanhoso, do Castelo de Arnóia e de vários outros desta região. É composto pelas muralhas de alvenaria de pedra, cujo topo é circundado por um adarve. Nestas rasgam-se duas portas, uma a norte, próxima à torre, e outra, a sul, acedida por uma ponte levadiça de madeira. Esta última porta ostenta pelo interior um arco de volta perfeita e pelo exterior um arco quebrado, sendo ladeada por dois cubelos de planta retangular. No interior, abre-se a Praça de Armas, na qual se inscreve, a norte (lado da Espanha), a torre de menagem, de planta quadrangular, com porta rasgada acima do nível do solo, dividida internamente em dois pisos e coroada por ameias de remate tronco-piramidal.
A adaptação do perímetro defensivo do castelo aos tiros da artilharia, no século XVII, materializou-se por uma linha envolvente de muralhas de tipo abaluartado, com planta no formato estrelado, em cujos parapeitos se rasgam canhoneiras em pontos estratégicos, apresentando guaritas cilíndricas encimadas por cúpulas semiesféricas nos vértices. O conjunto era acedido por porta encimada por matacães, precedida por ponte levadiça e cercado por altos taludes e fossos. Um revelim provê a defesa da entrada principal. 

Castelo de Lindoso

Pitões das Júnias 
O Mosteiro de Santa Maria das Júnias localiza-se nos arredores de Pitões das Júnias, na freguesia de mesmo nome, concelho de Montalegre, Distrito de Vila Real, em Portugal, este convento remonta a um antigo eremitério pré-românico, fundado no século IX, cuja implantação obedeceu a critérios de isolamento. Encontra-se num vale estreito, de difícil acesso e longe dos caminhos e de lugares habitados, inscrito em um grandioso fundo paisagístico. Em contraste com outros cenóbios do Norte de Portugal, que no geral são possuidores de produtivos coutos, esta primeira comunidade de monges das Júnias dependia da pastorícia, fato que acentuou o seu carácter humilde e ascético. O atual mosteiro e seu templo anexo foram erguidos durante a primeira metade do século XII, antes mesmo da fundação da nacionalidade. Era então ocupado monges da Ordem de São Bento.
Em meados do século XIII, o mosteiro passou a seguir a regra da Ordem de Cister, ficado agregado à Abadia de Oseira, na Galiza. Ao longo dos séculos, este mosteiro foi enriquecendo com a obtenção de terras na região do Barroso e na Galiza. No inicio do século XIV, conheceu obras de manutenção e melhoramento em que se destaca a construção do claustro e a ampliação da capela-mor.
No início da Idade Moderna foram realizadas obras de elevação de algumas dependências do convento e da capela-mor do templo, entretanto destruídas pelo assoreamento provocado pelo ribeiro que corre junto à cabeceira do mesmo, na primeira metade do século XVIII, a igreja foi restaurada, a nível do madeiramento e do lajeamento, e redecorada com retábulos em talha dourada. A partir de meados desse século, entretanto, começou a entrar em decadência e acabou por perder monges e rendimentos, com a extinção das ordens religiosas masculinas (1834) o seu último monge passou a exercer a função de pároco de Pitões. Na segunda metade do século XIX, um devastador incêndio levou à ruína muitas das dependências conventuais. O Mosteiro de Santa Maria das Júnias encontra-se classificado como Monumento Nacional pelo Decreto nº 37.728 de 5 de Janeiro de 1950, em 1986 a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais levou a efeito obras de recuperação e melhoramento, mais recentemente, em 1994 e 1995, o Parque Nacional da Peneda-Gerês promoveu uma intervenção arqueológica no claustro e na cozinha conventuais. À igreja deste convento acontece uma romaria anual, a 15 de Agosto, a que acorrem gentes de Pitões das Júnias e de povoações vizinhas. 
Este mosteiro apresenta-se organizado segundo uma planta trapezoidal, encontrando-se a igreja implantada no lado norte a as dependências conventuais no sul, as divisões do convento, em grande desmoronadas, compreendem dois corpos: o primeiro, paralelo ao riacho, era o dormitório dos monges. O segundo, que se encontra perpendicular ao primeiro, era onde se localizava a cozinha, que ainda mantém a sua chaminé piramidal, do antigo claustro românico só se conservam três arcos da galeria encostada à igreja. De volta perfeita, assentam em capitéis com decoração fitomórfica.
O templo tem nave única e uma capela-mor que é a estrutura mais bem conservada do cenóbio. Na frontaria, românica rematada por uma empena truncada por um campanário setecentista de dois olhais, abre-se um belo portal com arco de volta perfeita, com uma primeira arquivolta lisa e uma segunda, exterior, adornada com lancetas, por sua vez envolvida por um friso com decoração geométrica. Os ábacos do arco foram decorados por motivos cordiformes, enquanto o tímpano apresenta, ao nível inferior, um dintel decorado com flores estilizadas cruciformes e, por cima deste, uma cruz de Malta vazada, enquadrada por perfurações circulares dispostas em triângulo, nas paredes laterais da nave rasgam-se dois portais simples, de tímpanos vazados por cruzes de Malta, semelhantes entre si, sendo rematadas por friso e cornija moldurada e percorridos, a meia parede, por um friso adornado com motivos geométricos, sob o qual se projectam mísulas, também estas enfeitadas por elementos geometrizantes. A janela axial da ousia mostra a sobreposição do estilo gótico ao românico inicial, numa janela lateral da ousia, voltada a norte, uma curiosa estátua jacente de um monge é interpretada pela população como sendo o marco da cota máxima transbordos do rio ao longo dos séculos. No interior conserva-se um friso ornamentado que percorre a nave à altura das janelas. O arco triunfal, de duas arquivoltas lisas apoiadas em ábacos boleados, é enquadrado por dois retábulos de talha. Na capela-mor, dispõe-se um retábulo-mor com uma elaborada composição em talha.


Santuário de Nossa Senhora da Peneda
O Santuário de Nossa Senhora da Peneda é um santuário localizado na freguesia de Gavieira, Arcos de Valdevez, Portugal, construído entre os finais do séc. XVIII e o terceiro quartel do séc. XIX.
A igreja foi terminada em 1875. Frente à igreja encontra-se o escadório das virtudes, com estátuas representando a Fé, Esperança, Caridade e Glória, datado de 1854, obra do mestre Francisco Luís Barreiros. Após um largo triangular onde se situam os antigos dormitórios para os peregrinos (hoje transformados num hotel), o santuário desenvolve-se numa alameda arborizada em escadaria, com cerca de 300 metros e 20 capelas, com cenas da vida de Cristo (Natividade e Paixão). Uma das capelas ostenta uma inscrição que atesta ter ela sido oferecida pelo negus da Etiópia. Ao fundo da alameda, numa praça circular, situa-se um pilar oferecido pela rainha D. Maria I. Na primeira semana de Setembro realiza-se no santuário um grande arraial popular. 


Lazer e Passeios

            Parta de jipe do Campo do Gerês, entre o Rio Cávado e o Rio Homem. O primeiro ponto de interesse vai ser a Barragem do Lindoso. Quando a albufeira está mais vazia aparecem as ruínas da antiga aldeia de Vilarinho das Furnas, coberta pela água durante quase todo o ano. Quando chegar à Mata da Albergaria é altura de iniciar o percurso a pé, pois o acesso a veículos está condicionado. Vale a pena este passeio até à Portela do Homem, em que a aventura supera as expectativas. Use os trilhos dos pastores seguindo as "mariolas", pequenos montes de pedra que indicam o caminho, e vá parando nas frescas quedas de água que vai cruzar. Os percursos podem ser combinados com escalada, rappel e slide.Se escolher a BTT, siga os marcos miliários que assinalavam a antiga estrada romana. O esforço vai ser recompensado pelo miradouro da Junceda, a 950 m de altitude, onde se vê toda a Serra e algumas aldeias. 
No limite noroeste da Serra do Gerês, conheça as aldeias comunitárias de Pitões das Júnias e Tourém, que ainda conservam costumes antigos. Pitões é o fim da estrada. No entanto, ainda tem muito a descobrir. Quedas de água e um antigo mosteiro beneditino vão ser algumas das surpresas no meio da paisagem. Aceite este desafio e descubra o mundo preservado do Gerês.



Onde ficar

 Casa das Olas - Ermelo - Arcos de Valdevez
   Implantada num plano altaneiro na margem direita do rio Lima, e com uma vista soberba sobre albufeira da Barragem de Touvedo e sobre as encosta graníticas da Serra Amarela, encontramos a Casa das Olas.
Localizada no lugar de Vilarinho de Souto, da freguesia de Ermelo, a um passo do Parque Nacional da Peneda-Gerês, da Vila do Soajo e do Lindoso, encontramos um local idílico para um merecido descanso. 
Venha descobrir os recantos esquecidos de uma aldeia rica em memórias, sem no entanto abrir mão do seu conforto e bem-estar.  
Complementos: Casa com 2 pisos, composta por:
- No rés-do-chão: 1 quarto com cama de casal, com acesso directo ao espaço de jardim; 1 quarto pequeno com cama individual adapatável para 2 pessoas, e 1 casa de banho.
- No 1º andar: cozinha equipada com espaço de sala, com acesso a varanda. Sofás, televisão, DVD e recuperador de calor.
Espaço exterior de jardim com barbecue, roupa de cama e banho incluída. Oferta de um cabaz com produtos para o pequeno-almoço por estadia. Piscina partilhada a 50 metros.