Localização :
Integrado no distrito de Santarém e na sub-região da Lezíria do Tejo, o Concelho de Salvaterra de Magos abrange uma área de 244.7 km2, distribuída por seis freguesias, o concelho é limitado a Norte por Almeirim; a Poente com o rio Tejo que o separa dos concelhos do Cartaxo e de Azambuja; a Sul, faz fronteira com Benavente; e a Nascente com Coruche.
História :
Acerca do topónimo principal deste concelho, supõe-se que Salvaterra refere "terra salva" de certas obrigações pela concessão de privilégios; já o segundo elemento do topónimo, "Magos", é uma pequena corrupção da palavra persa "majus", que significa "filósofo", referindo-se a uma religião ou seita de magos que adoravam o fogo. O povoamento do território de Salvaterra de Magos é bastante remoto, a julgar pela proximidade de povoações ricas em achados arqueológicos, tal como a de Muge. A freguesia de Muge está situada na margem esquerda da ribeira homónima, afluente do Tejo, numa situação que ao longo da história lhe proporcionou acesso relativamente fácil aos grandes centros populacionais. Povoação antiquissíma Muge conquistou notoriedade nos meios científicos em virtude de, nas proximidades da ribeira do mesmo nome, terem sido descobertos abundantes e notáveis restos da atividade do homem pré-histórico; dessa época foram descobertos alguns concheiros e esqueletos humanos sendo os mais importantes os de Moita de Sebastião, Cabeço da Amoreira e Cabeço da Arruda; deles se têm retirado conchas de moluscos, misturados com ossos de animais, cinzas, carvões, utensílios de pedra, osso e chifre. Os cadáveres têm dado origem a controvérsias e discussões entre os mais versados no assunto, pois enquanto para uns pertenciam a um tipo antropológico não identificável, para outros o referido tipo de ossadas será uma variedade do homem de Cro-Magnon.
"A história de Salvaterra de Magos está intimamente ligada à vida das cortes e dos nossos reis, especialmente aos seus tempos de lazer". A povoação foi fundada através do foral de 1295, de D. Dinis, que doou a vila ao Bispo de Lisboa, que um ano depois ali mandou construir a igreja da nova paróquia; este foral foi mais tarde confirmado por Foral Novo de D. Manuel I, a 20 de Agosto de 1517.
A 17 de Setembro de 1817, um violento incêndio deflagrou na sala dos Archeiros, que se propagou a todo o edifício, escapando apenas a Capela Real e o Teatro. As obras de reconstrução começaram de imediato, terminando em Agosto do ano seguinte. Nesta mesma época, foram realizadas reparações na Falcoaria Real e no Telheiro dos Escaleres, local onde se guardavam os bergantins reais, que transportavam a corte pelo Tejo até Salvaterra de Magos. Nos finais do reinado de D. João VI, o palácio foi destruído por um novo incêndio, restando apenas algumas paredes que acabaram por ruir com o terramoto de 11 de Novembro de 1858. Um outro terramoto, a 23 de Abril de 1909, destruiu muitos edifícios em todo o concelho; foi o caso da Matriz de Salvaterra de Magos, mandada construir por D. João Martins de Soalhães, Bispo de Lisboa, da Misericórdia, fundada em 1660, e do palácio real, do qual subsistem apenas a capela real e as chaminés do antigo paço. Em 1845, a junta da paróquia de Salvaterra de Magos decidiu criar o "aforamento" daquela vasta área de terreno em que se constitui hoje parte do concelho. Iniciado de forma espontânea, o processo tinha como objectivo o desbravamento de todo o matagal que cobria o solo, tornando-o cultivável. O aforamento das terras não demorou a demonstrar o seu sucesso, surgindo novas formas de explorar a terra, como a exploração direta de parceria e de arrendamento; todos estes sistemas favoreceram a fixação de pessoas naqueles territórios, e necessariamente, o grande incremento populacional se verificou.
Heráldica :
Brasão: de azul com um touro possante de ouro. Em chefe um cacho de uvas de púrpura folhado de ouro, acompanhado de dois molhos de três espigas cada um, do mesmo metal. Coroa de prata quatro torres. Por debaixo uma fita branca com os dizeres: «Vila de Salvaterra de Magos», de negro.
Bandeira: esquartelada de azul e amarelo. Cordões e borlas de ouro e de azul. Haste e lança douradas.
Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres: «Câmara Municipal de Salvaterra de Magos».
Cultura e Turismo :
Com esplêndidas paisagens, Salvaterra de Magos mantém também magníficos monumentos, sendo de destacar: a Igreja Paroquial, de invocação a S. Paulo, que data de 1296 e que também ficou bastante danificada com os terramotos; os edifícios da Real Falcoaria; a Capela do antigo Paço Real de Salvaterra de Magos; a Igreja da Misericórdia; e a Igreja de Glória do Ribatejo. De destacar também é a zona histórica da freguesia de Muge, integrando o vasto património cultural e edificado desta freguesia a casa Cadaval, a Igreja Matriz, o coreto, as fontes da Costa, da Nossa Senhora e a do Pião, os concheiros de Muge, a ponte romana e alguns moinhos de vento.
Para além da sua zona histórica, a freguesia tem outros pontos de interesse para os locais e turistas, como: a ponte D. Amélia, a praia fluvial do Porto do Sabugueiro e a adega da casa Cadaval.Ainda a destacar no concelho de Salvaterra de Magos é a barragem e albufeira de Magos, localizada na ribeira de Magos, na bacia hidrográfica do rio Tejo, projetada em 1936 e que apresenta condições naturais com vocação turística; a aldeia de pescadores do Tejo de Escacorim; e o parque natural da Mata Nacional.
Gastronomia :
Da tradicional gastronomia do concelho destaca-se a açorda de sável à Ribatejana, a sopa camponesa, a furjoca, a lapardana, a açorda de saboga e rancho à moda dos foros.
Broa
Barretes