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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Viagem e visita ao Concelho de Braga


Localização :

                Situada no coração do Minho, Braga encontra-se numa região de transições de Este para Oeste, entre serras, florestas e leiras aos grande vales, planícies e campos verdejantes. Terras construídas pela natureza e moldadas pelo homem, inserida na região do Minho, Braga é sede do distrito homónimo. Com uma área de 184 km2 confronta a norte com os concelhos de Vila Verde e Amares, a nordeste e este com Póvoa de Lanhoso, a sul e sudoeste com Guimarães e Vila Nova de Famalicão e a oeste com o concelho de Barcelos. Administrativamente, o concelho de Braga é a capital do distrito de Braga e abrange a totalidade de 62 freguesias, sendo um concelho predominantemente urbano, principalmente em torno da cidade.


História :

          A ocupação humana da região onde se integra o município de Braga remonta a milhares de anos, estando documentada por vestígios que adquirem monumentalmente a partir do período megalítico. Na época correspondente à Idade do Ferro, desenvolveu-se a denominada cultura castreja, característica do povo brácaro que ocupava estrategicamente sítios fortificados nos pontos altos do relevo. O processo de romanização iniciou-se por volta do ano 200 a.C., consolidando-se a partir dos primórdios da nossa era, com a fundação da primeira cidade de Braga - Bracara Augusta. A partir do século V a.C., as invasões bárbaras, trouxeram à região profunda conturbação que se prolongou com os Árabes até finais do século VIII, só se iniciando o processo organizativo nos finais do século seguinte. Cerca de 1070, D. Pedro, primeiro Bispo de Braga, reorganiza a Diocese, conhecendo a cidade e a área envolvente um clima de franco fortalecimento das suas estruturas fundamentais, a urbe vai-se desenvolvendo em torno da Catedral circunscrita ao núcleo amuralhado e sucessivamente fortificado, não sofre significativa expansão. Braga no século XVI, é uma cidadela que vive à margem dos ventos dos descobrimentos e do progresso consagrado da época, D. Diogo de Sousa, homem de ideias renascentistas, vai transformá-la de tal forma, que se pode falar em refundação, sobrevivendo a nova Bracara, quase inalterada, até ao século XIX. Ao período vivido entre meados de quinhentos e as primeiras décadas de setecentos, associa-se um fervoso clima de religiosidade, patente na afluência de comunidades religiosas que vão construir Mosteiros, Conventos e Igrejas, apagando sucessivamente os edifícios de traça romana e influenciando a própria arquitetura civil através do recobrimento das fachadas do casario com gelosias. No século XVIII, Braga ressurge e brilha nas floreadas curvas do Barroco, protagonizadas pelos Arcebispos da Casa de Bragança e pelo génio artístico de André Soares, que lhe conferiram para a eternidade, um legado excecional, verdadeiro ex-librís do Barroco em Portugal. No final do século assiste-se com Carlos Amarante à transição para o Neoclássico. A centúria seguinte traz consigo focos de conflito e destruição, afluindo a partir da segunda metade, o dinheiro e o gosto dos brasileiros, introduzem-se na cidade algumas melhorias a nível de infraestruturas e equipamentos e o centro cívico deixa a tradicional zona da Sé, passando para o Jardim Público, hoje chamada Avenida Central.


Gastronomia :

           O Minho é sobretudo bacalhoeiro, em lascas, de cura amarela, hoje praticamente desaparecido, à Margarida da Praça, à Miquelina, à Mira Penha e em Braga, forçosamente à Narcisa, que melhor se deveria dizer à Eusébia, a emérita cozinheira do restaurante vizinho do cemitério e falecida em 1972. Em Braga, algo há devidamente local, embora copiado um pouco por toda a parte, o arroz de pato à moda de Braga, cozido o arroz em que se trabalhou o pato e levado ao forno com rodelas de chouriço e tiras de presunto. Toque especial leva na cidade dos Arcebispos o sarrabulho. Fundamental é acompanhar o sarrabulho com os rojões, carne enrijada e vinha-de-alhos, os farinhotes, enchidos e condimentos, os fígados e o sangue frito com alho, exclusivamente bracarenses, as friguideiras, grandes pastéis de massa folhada com recheio de vaca e presunto, citadas como divinas por Júlio Dinis e com que fazia as suas orgias gastronómicas o José Fistula. é na doçaria que a cozinha de Braga atinge uma maior originalidade e requinte, com o pudim Abade de Priscos, o toucinho do céu, as vieiras, o bolo rei, os doces de romaria e os fidalguinhos de Braga, biscoito seco para acompanhar o chá, bem como outras especialidades ricas de longa tradição conventual e popular.







Santuário do Bom Jesus de Braga ou do Monte :

       O Santuário do Bom Jesus do Monte, também referido como Santuário do Bom Jesus de Braga, localiza-se na freguesia de Tenões, na cidade, concelho e distrito de Braga, este Santuário católico constitui-se num conjunto arquitetónico-paisagístico integrado por uma igreja, um escadório onde se desenvolve a Via Sacra do Bom Jesus, uma área de mata, o Parque do Bom Jesus, alguns hotéis e um funicular, o elevador do Bom Jesus.

História :

           Acredita-se que a primitiva ocupação deste sítio remonte ao início do século XIV, quando alguém terá erguido uma cruz no alto do monte Espinho. No ano de 1373 já é mencionada uma ermida no local, sob a invocação da Santa Cruz, esta ermida terá estado anexa  à Paróquia de Tenões. Local de devoção e peregrinação das gentes da região de Braga, em 1494 foi erguida uma segunda ermida, por iniciativa do então Arcebispo de Braga, D. Jorge da Costa, conforme atestam as armas desse prelado, encontradas durante as obras empreendidas em 1839. Uma terceira ermida foi erguida em 1522 por iniciativa do deão da Sé de Braga, D. João da Guarda, período em que se registou um aumento da devoção no local. Em 1629 um grupo de devotos constituiu a Confraria do Bom Jesus do Monte, sendo edificada uma capela onde foi colocada uma imagem de Cristo Crucificado, além de casas para abrigo dos romeiros e as primeiras capelas dos Passos da Paixão, sob a forma de pequenos nichos, dedicados aos episódios da Deposição da Cruz, da deposição do túmulo, de Ressurreição e da Ascensão. Foi nomeado o primeiro ermitão, Pedro do Rosário, a partir de 1722, o então Arcebispo de Braga, D. Rodrigo de Moura Teles, concebeu e iniciou um grande projeto que desembocaria no atual Santuário, as obras iniciaram-se a 1 de junho de 1784, tendo ficado concluídas em 1811.