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domingo, 4 de novembro de 2012

Viagem e visita ao concelho de Guimarães

Localização :

           Guimarães é uma cidade portuguesa situada no distrito de Braga, região norte e sub-região do Ave, é sede de município com 201,05 km2, subdividido por 69 freguesias, sendo que a maioria da população reside na cidade e na sua zona periférica. O município é limitado a norte pelo município de Póvoa de Lanhoso, a leste por Fafe, a sul por Felgueiras, Vizela e Santo Tirso, a oeste por Vila Nova de Famalicão e a noroeste por Braga. é uma cidade histórica, com um papel crucial na formação de Portugal e que conta já com mais de um milénio desde a formação, altura em que era designada como Vimaranes. Podendo este topónimo ter tido origem em Vimara Peres, nos meados do século IX, quando fez deste local o seu principal centro governativo do condado Portucalense que tinha conquistado para o Reino de Galiza e onde veio a falecer.



História :

          Habitualmente designada por Berço da Nacionalidade, a cidade de Guimarães possui características ímpares que a distinguem de outras cidades portuguesas e a colocam num lugar de relevo na História de Portugal, o que lhe confere tal epíteto, de acordo com o que reza a tradição, terá sido em Guimarães que nasceu e foi batizado aquele que, em 1179, viria a ser coroado o primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques, Guimarães assumiu um papel de grande relevo no tempo do Condado Portucalense, pois era a sua Villa mais importante, Guimarães terá sido palco da batalha de S. Mamede, cuja vitória de D. Afonso Henriques foi decisiva para a fundação da Nação Portuguesa ao garantir a independência do Condado Portucalense face ao reino de Leão. A origem de Guimarães remonta a uma Villa, então designada Vimaranes, que se julga ser o genitivo do nome pessoal de origem germânica Vimara ou Guimara, o qual seria um dos donos da terra, com o passar dos séculos, a palavra foi evoluindo para Guimarães por via do latim. No entanto, ainda hoje os habitantes são designados por " Vimaranenses". No século X, a Condessa Mumadona Dias, tia do Rei Ramiro II de Leão e viúva do Conde Hermenegildo Gonçalves, manda construir na sua terra Vimaranes o convento de frades e freiras que se tornou num pólo de tração e de fixação populacional, para sua defesa, Mumadona manda erguer o castelo, entre os anos de 959 e 968, a então Villa Vimaranes desenvolve-se em volta destes dois pólos dinamizadores: o Convento e o Castelo. No século XI o rei Afonso VI de Leão  e Castela entrega o governo da Provincia Portucalense ao Conde D. Henrique, que para aqui vem viver, este casa-se com D. Teresa e desta união nasce em 1111 aquele que viria a tornar-se o primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques. Em 1114, o Conde D. Henrique morre, tendo poucos anos antes, outorgado foral à Villa Vimaranes concedendo privilégios especiais aos seus moradores. Em 1128, no dia 24 de junho, dá-se a Batalha de S. Mamede, o campo de S. Mamede junto ao Castelo de Guimarães é apontado por vários historiadores como tendo sido um dos seus palcos, esta batalha é travada entre as hostes de D. Afonso Henriques e as de sua mãe, D. Teresa e do Conde de Trava de Galiza, em que os primeiros defendiam a independencia do condado face ao reino de Leão, esta batalha é vencida por D. Afonso Henriques, marcando assim os alicerces da nação Portuguesa. Em 1179, D. Afonso Henriques é reconhecido Rei de Portugal pelo Papa Alexandre III, no século XII, o convento fundado pela Condessa Mumadona Dias, vai ser transformado em Colegiada, que ao longo dos tempos vai ver o seu prestígio e importância valorizados face às doações e privilégios que lhe vão sendo concedidas por reis e nobres, com o passar dos séculos, Guimarães vai ser palco do desenvolvimento de algumas indústrias, como sendo a cutelaria, a fiação e tecelagem do linho, a curtimenta das peles e a ourivesaria. No ano de 1853, a Rainha D. Maria II eleva à categoria de cidade, sendo a partir saqui fomentado e autorizado o derrube das muralhas, muralhas estas das quais são ainda possíveis hoje em dia observar alguns vestígios.


Gastronomia :

                Guimarães é um centro de cultura bem definido e na mesa também se encontra essa particularidade, não pela sua originalidade, mas sim pelo tratamento que se dá aos pratos e que os torna diferentes de tudo o que se pode encontrar na região norte do país. Comece pela sopa, prove a Canja olhuda de pica-no-chão ou a suculenta Sopa de Nabos, prove a variada Sopa de Lavrador ou o famoso Caldo Verde. Se procura peixe, o bacalhau é rei, e em Guimarães encontra um delicioso bacalhau recheado, com o bacalhau também se fazem os bolinhos de bacalhau, as pataniscas ou o saboroso bacalhau frito. Se optar pela carne, tem a vitela, com batatas loiras e arroz seco, cabrito ou perna de porco assada, de influência minhota encontra os rojões e as papas de sarrabulho, diferentes de todas as outras, por serem de prato e feitas de pão, para o fim fica o pica no chão, um arroz de frango e o bucho, puramente vimaranense, pela forma como é recheado. É comum dizer-se que o Minho é a região portuguesa onde melhor se come e Guimarães não foge a essa regra, tem um particular realce a doçaria, que mereceu inclusive referência por parte de Camilo no seu romance " Amor de Salvação", quando diz que aqui se comem " as mais ambrosíacas rabanadas que os deuses coaram em suas celestiais gargantas". Rabanadas e mexidos, aletria e o leite creme, o famoso toucinho do céu, as incomparáveis tortas de Guimarães e as brisas da Penha, este é o legado deixado sobretudo pelas monjas do convento de Santa Clara de geração em geração, chegando até aos nossos dias.