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terça-feira, 21 de maio de 2013

Viagem e visita ao concelho do Montijo

Brasão de Montijo

Localização

          Montijo é uma cidade portuguesa pertencente ao Distrito de Setúbal, região de Lisboa e sub-região da Península de Setúbal, até 1930 chamava-se Aldeia Galega do Ribatejo.
É sede de um município com 348,09 km² de área , subdividido em 8 freguesias. É um dos poucos municípios de Portugal territorialmente descontínuos, sendo aquele que o é de forma mais evidente. A porção principal, onde se situa a cidade, é a mais pequena e é limitada a norte e a leste pelo município de Alcochete, a sudeste por Palmela, a sudoeste pela Moita e a noroeste liga-se aos municípios de Lisboa e de Loures através do estuário do Tejo, é limitada a nordeste por Coruche, a leste por Montemor-o-Novo, a sudeste por Vendas Novas, a sudoeste por Palmela e a noroeste por Benavente.
A nova ponte sobre o Tejo, a Ponte Vasco da Gama, foi inaugurada em Março de 1998 ligando Montijo a Sacavém. Montijo é conhecido por terra de touradas, boa comida e fados.


História

       Os coutos e herdades que existiam na actual área do concelho do Montijo nos alvores da Nacionalidade foram doados por D. Sancho I, em 1186, aos Cavaleiros da Ordem de Santiago, de que era então prior D. Paio Peres. O núcleo populacional, habitado principalmente por pescadores e salineiros, começou a desenvolver-se desde que na maioridade de D. Afonso V, o regente D. Pedro e o mestre da Ordem o infante D. João, ambos tios do monarca, mandaram desassorear o esteiro de Alhos Vedros, construindo para o efeito uma estacada.
D. Manuel I outorgou-lhe foral a 15 de Setembro de 1514. O correio-mor Luís Afonso fez de Aldeia Galega, em 1533, a sede da posta nas comunicações com o Sul de Portugal, tornando a povoação ponto de passagem para nacionais e estrangeiros que se dirigiam à capital ou dela provinham, e desta forma a vila conheceu grande desenvolvimento e abastança.
Foi na então Aldeia Galega do Ribatejo que o duque de Bragança já aclamado rei em Lisboa como D. João IV, em virtude do êxito da revolução de 1 de Dezembro de 1640, ao dirigir-se de Vila Viçosa para Lisboa, reuniu o primeiro conselho régio de que saíram nomeados os seus ministros e a constituição de um conselho de guerra permanente. Até 6 de Junho de 1930, a sede do concelho era chamada de Aldeia Galega do Ribatejo (ou simplesmente Aldeia Galega), passando, a partir de então, a intitular-se Montijo, denominação assumida também pelo próprio concelho. Foi elevado à categoria de cidade em 14 de Agosto de 1985. 
O concelho de Montijo é um dos três municípios de Portugal territorialmente descontínuos, estando geograficamente dividido em duas partes:
Parte ocidental – constituída pelas seguintes freguesias: Montijo, Afonsoeiro, Atalaia, Sarilhos Grandes e Alto Estanqueiro - Jardia, com uma área aproximada de 56,3 km²;
Parte oriental – constituída pelas seguintes freguesias: Santo Isidro de Pegões, Canha e Pegões, com uma área aproximada de 291,7 km².
A parte ocidental é formada basicamente pelo território do antigo Concelho de Aldeia Galega do Ribatejo, ao qual foi concedido foral em 1515 por D. Manuel I. A Parte Este formou-se a partir do território do antigo Concelho de Canha, extinto pela primeira vez a 6 de Novembro de 1836, altura em que foi integrado no Concelho de Montemor-o-Novo. A 2 de Janeiro de 1838 o Concelho de Canha volta a ser de novo restabelecido para, no entanto, ser definitivamente extinto no dia 17 de Abril do mesmo ano e integrar o Concelho de Aldeia Galega do Ribatejo. A nordeste da freguesia de Montijo encontra-se o concelho de Alcochete e a sudoeste o concelho da Moita, os quais historicamente já fizeram parte do concelho da então Aldeia Galega do Ribatejo. Este facto deveu-se à vitória das forças liberais sobre as forças miguelistas que, em 1834, acabaram com centenas de antigos municípios existentes no país.

Bandeira de Montijo

Heráldica

Brasão: de prata, um pequeno monte de verde, realçado de negro, movente dos flancos e assente num contrachefe de 5 faixetas ondadas de prata e azul; em chefe, cruz de Santiago de vermelho, acompanhada de 2 lemes de negro com ferragens de ouro, adossados, o da dextra posto em banda e o da sinistra em barra, e de 2 molhos de espigas de trigo de ouro, folhadas de verde e atados de vermelho. Coroa mural de 5 torres de prata. Listel branco, com letras a negro: «Cidade de Montijo».

Bandeira: gironada de amarelo e verde, cordão e borlas de ouro e verde. Haste e lança de ouro.

Selo: circular, tendo ao centro as peças do escudo, sem indicação de esmaltes, tudo envolvido por 2 círculos concêntricos, com os dizeres «Câmara Municipal de Montijo».


Cultura e Turismo

        MONTIJO, sede do concelho, ao longo da sua história tem sabido receber e acolher pessoas oriundas das mais diversas zonas do País. E não foi por acaso, pois está estrategicamente localizado junto ao Rio Tejo. Situação privilegiada, uma vez que o Rio foi e continuará a ser o maior meio de comunicabilidade entre os povos. A proximidade da grande metrópole, capital do País, não fez perder a sua identidade, cultura e tradições.
Dos Templos – testemunho vivo da fé do nosso povo, às Casas Senhoriais – que indicam o poder económico, requinte e bom gosto dos seus proprietários/fundadores, e o regresso às origens com os Moinhos - que fazem parte do passado, presente, e futuro. Enfim ... a nossa História!

Enoturismo, conceito relativamente recente, é um segmento da actividade turística que se fundamenta na viagem motivada pela apreciação do sabor e aroma dos vinhos e das tradições e tipicidade das localidades que produzem esta bebida. O Enoturismo constitui um dos principais produtos turísticos da região de Setúbal e as Rotas constituem instrumentos privilegiados na divulgação deste produto turístico.
O Turismo vitivinícola é o principal objectivo de um dos grandes instrumentos ao serviço do Enoturismo – as Rotas de Vinho. A Rota dos Vinhos da Península de Setúbal pretende desenvolver o conceito de Enoturismo, atribuindo novas dimensões a este inigualável produto - o vinho aliando-o às potencialidades turísticas de cada região.


Nossa Senhora das Dores
A Quinta do Saldanha engloba uma Ermida dedicada ao Senhor Jesus dos Aflitos. No entanto, a sua primitiva devoção era de Nossa Senhora das Dores, que ainda se encontra representada, num medalhão circular de azulejo azul e branco na fachada (dar 9 voltas ao altar era primordial para ter um bom parto).


Gastronomia :

           As características da gastronomia montijense traduzem-se na influência que esta recebeu da sua localização beira-rio e das extensas áreas rurais de férteis solos, onde se cultivam os primores da época – batatas, cebolas, favas, ervilhas. Produtos estes que contribuem para a genuinidade e riqueza dos sabores que caracterizam a gastronomia montijense.
O concelho de Montijo, por razões que se prendem com a sua situação geográfica, tem sido sempre um lugar de atracção, trazendo gentes das várias regiões do País, com especial incidência para o Alentejo e Beiras. O rio e a terra trouxeram as gentes, os seus gostos, hábitos e tradições.
A gastronomia montijense é, pois, um mosaico de paladares, ao qual é difícil resistir! A proximidade do Tejo, fez nascer típicos pratos de peixe como a aromática e apaladada Caldeirada à Pescador, tão genuína que há mesmo quem a confeccione a bordo (marcações com o Gabinete de Turismo-Posto de Turismo/Museu Municipal. As famosas Lamejinhas abertas ao natural, regadas com sumo de limão, um fiozinho de azeite, alhos e bastante coentro, são um manjar. A Massinha de Safio reconforta-nos o estômago e a alma.
Por estas paragens a enguia é rainha e representa, sem sombra de dúvida, a gastronomia montijense, no que diz respeito ao peixe. Desde o famoso Ensopado de Enguias, passando pelas Enguias Fritas com Arroz de Pimentos ou com Açorda, e ainda num casamento perfeito entre a terra e o rio, sugerimos a originalidade do prato - Carne de Porco com Enguias. Ainda nos peixes, o Bacalhau de Segredo, que só depois de provar se descobre…o seu verdadeiro “segredo”.
Nos pratos de carne, salientam-se os pratos confeccionados à base de carne de porco e dos seus derivados, desde há muito emblemáticos da gastronomia montijense.
Na “Capital do Porco”, não podemos deixar de referir as verdadeiras especialidades, que se podem encontrar nos diversos restaurantes da cidade.
Carne de Porco com Enguias, Lombinhos de Porco com Açorda, Lombo de Porco Assado à Montijo, Entrecosto com Migas e a saborosíssima Língua de Porco Fumada com ervilhinhas novas.
Para os petiscos ou entradas: Entrecosto, Entremeada, Couratos na brasa, e os gulosos Torresmos soltos ou prensados, quentinhos… com uma pitada de sal...!
No âmbito da doçaria, destacam-se algumas especialidades: Queijadinhas de Leite, Pudim de Vinagre ou Bolo de Milho, mais recentemente, surgiram os Aldeanos. Graças à imaginação da D. Zulmira, adoptaram o nome dos habitantes da outrora Aldeia Galega do Ribatejo, desde 1930 Montijo. Tendo existido em toda a região (há registos da sua existência em Aldeia Galega), a Fogaça é utilizada nos rituais da Atalaia, sobretudo pelo Círio dos Marítimos de Alcochete, há mais de 500 anos.
Descobrir a gastronomia montijense é, seguramente, um prazer! Fica aqui o nosso convite!

                                                                                                        Ensopado de Peixe
Ensopado de PeixeCaldeirada à Pescador
Caldeirada à Pescador
                                                                                                         Aldeanos
AldeanosQueijadas
Queijadas