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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Viagem e visita ao Parque Natural do Douro Internacional


Localização

          O Parque Natural do Douro Internacional é um parque natural que abrange a área em que o rio Douro constitui a fronteira entre Portugal e Espanha, bem como o rio Águeda, afluente do Douro. Inclui áreas dos municípios de Mogadouro, Miranda do Douro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo. Classificado pelo Decreto-Lei nº 8/98, de 11 de Maio.



    



História :  

                  O Parque Natural do Douro Internacional foi criado a 5 de junho de 1996, segundo a Resolução de Conselho de Ministros n.º 53/96. O Decreto Regulamentar do Parque Natural do Douro Internacional foi aprovado em Conselho de Ministros a 30 de dezembro de 1997, ocupa uma área de 86 500 hectares, integrando parte dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo. O Parque Natural do Douro Internacional abrange o troço fronteiriço do rio Douro (numa extensão de cerca de 122 km), incluindo o seu vale e superfícies planálticas confinantes, e prolonga-se para sul através do vale do rio Águeda, zona de características análogas à anterior.
O troço internacional do Douro faz a transição através de acentuado declive longitudinal (desnível de cerca de 400 metros) entre os horizontes aplanados da meseta e a bacia inferior, já em território nacional. A parte norte do Parque Natural corresponde à zona de menor influência atlântica de Trás-os-Montes, sendo constituída por um extenso planalto, com altitudes rondando os 700 a 800 metros. O vale é bastante encaixado com encostas escarpadas essencialmente graníticas. À medida que se avança para sul o vale apresenta-se mais aberto, com fundos de vales aplanados, permanecendo as vertentes escarpadas tal como as pequenas áreas planálticas e os relevos residuais encimados por quartzitos. Essa zona onde o vale já se assemelha ao "Douro vinhateiro" caracteriza-se pelo seu microclima, com escassa precipitação e amenas temperaturas invernais, fazendo parte da designada Terra Quente Transmontana. A diversidade e variabilidade das condições ecológicas do território atualmente integrado no Parque Natural do Douro Internacional possibilitou o desenvolvimento e estabilização de um manto vegetal extremamente rico e diversificado. No que diz respeito à flora, as formações vegetais que se encontram presentes no parque são: os azinhais, os sobreirais, os carvalhais, os zimbrais e os giestais.
Quanto à fauna, o Douro Internacional constitui uma das zonas mais importantes no contexto nacional, e mesmo internacional, tendo sido integrada na lista dos Biótopos CORINE e proposta para classificação como zona especial de conservação e zona de proteção especial. As aves são o grupo mais emblemático da área devido à quantidade de espécies comparativamente a outras áreas do interior do país. Estão confirmadas 60 espécies de nidificantes até ao momento. Salientam-se as aves nidificantes rupícolas, ou seja, as que utilizam os afloramentos rochosos para nidificar. São os casos da cegonha-preta, do abutre-do-Egito, do grifo, da águia-real, da águia-de-bonelli, da falcão-peregrino, do andorinhão-real, do chasco-preto, do bufo-real e da gralha-de-bico-vermelho. Existem importantes manchas de bosque e matos de vegetação autóctone que constituem o refúgio de diversa avifauna, destacando-se as populações de milhafre-real, de açor, e de pega-azul. Por outro lado, as zonas de aproveitamento agropecuário incluídas no Parque Natural são extremamente importantes como área de alimentação das populações de aves necrófagas e predadoras que nidificam nas arribas, daí que o binómio arriba-planalto seja indissociável. A inclusão de áreas planálticas e montanhosas permite a ocorrência de uma população de mamíferos rica e diversificada onde se destacam o lobo, a lontra, o gato-bravo e o corço. Salienta-se ainda o grupo dos quirópteros com o morcego-de-peluche, o morcego-de-ferradura-grande, o morcego-de-ferradura-pequeno, o morcego-rato-grande, assim como os micromamíferos toupeira-de-água e o rato de Cabrera. Por último, refiram-se também os répteis e os anfíbios, grupos que detêm uma elevada representatividade de espécies relativamente ao número total de espécies em Portugal e na Península Ibérica. É de assinalar a ocorrência dos seguintes endemismos ibéricos: cobra-de-pernas-de-cinco-dedos, cágado-de-carapaça-estriada, tritão-de-ventre-laranja, sapo-parteiro-ibérico e rã-de-focinho-pontiagudo.







O que visitar

            Ao nível do património arquitetónico destaca-se a existência de exemplos de arquitetura religiosa (igrejas e capelas), arquitetura tradicional de feição erudita (casas solarengas) ou popular (edifícios isolados ou conjuntos arquitetónicos, para além de outros elementos diversos como cruzeiros, alminhas, pontes). Uma pequena parte deste património está classificada como Monumento Nacional, Imóvel de Interesse Público ou como Valor Concelhio. Quanto a património cultural, a área do Douro Internacional é muito rica quanto a tradições etnológicas, artesanato e gastronomia. Para além de um artesanato muito diversificado, as referências mais significativas nesta região em termos etnológicos são os Pauliteiros de Miranda, no concelho de Miranda do Douro, bem como a existência do dialeto mirandês. As festas, feiras e romarias que ocorrem um pouco por toda a área constituem fortes manifestações de comércio local.
Na gastronomia, é muito reconhecida a "posta" - carne de vitela de raça mirandesa assada na brasa. São também importantes os vinhos, o azeite, o queijo de ovelha e de cabra, o mel, os frutos secos e ainda os enchidos. No que concerne ao património arqueológico existente na zona, este é igualmente vasto e abrange desde inscrições rupestres, testemunhos da ocupação romana (povoados, necrópoles, pontes, estrada romana), castelos e atalaias medievais, até aos exemplares de arquitetura do ferro de finais do século passado (Barca d'Alva).A paisagem do PNDI é controlada pela geologia complexa, sublinhando-se o vale em canhão do Rio Douro, encaixado em fracturas ao longo dos granitos que dão origem à grande planura do Planalto Mirandês, os relevos abruptos das cristas quartzíticas como o Penedo Durão, a topografia ondulada de montes e vales abertos dos terrenos de xisto da zona de Freixo de Espada à Cinta e as margens escarpadas do rio Águeda cobertas de densos matagais.


Lazer e Passeios

Alto Douro Vinhateiro - É a mais antiga região demarcada do mundo, muito próximo ao parque, e também um Património Mundial UNESCO. É uma das mais belas secções do parque, onde se produz um dos mais famosos vinhos do mundo, o vinho do porto, em socalcos à beira-rio. As várias quintas de vinho  e miradouros , abertas ao turismo, merecem uma visita. 

Casa de Selores - A Casa de Selores foi erguida nos séculos XVII e XVIII num estilo clássico, seguindo a influência do Barroco. A Casa é constituída por três corpos distintos. O primeiro corpo tem uma fachada simples, de granito, com varanda de tipo renascentista, onde as colunas são já torsas. O segundo mostra uma porta brasonada e seis janelas de fachada, todas de avental. A capela setecentista com um portal maneirista que tem o brasão do bispo do Porto, D. Gonçalo de Morais que mandou construir esta capela funerária para os seus pais e para o seu irmão.    

Castelo de Penas Róias - Um belo castelo templário na povoação de Penas Róias, perto de Mogadouro. Dentro do castelo pode-se ver a Igreja de Azinhoso e Mogadouro, ao longe.

Parque Natural Arribes do Douro - Uma área protegida espanhola que se corresponde com o Douro Internacional. Conhecido pela grande beleza das arribas do Douro, é também importante pela sua fauna e flora.

Miradouro de São Leonardo da Galafura, Largo do Jogo - Fonte Nova, Galafura. Proporciona uma excelente vista sobre o Alto Douro Vinhateiro (Património Mundial), com as suas quintas e os seus socalcos.

Percursos terrestres

Cascata da Fia d'Água Alta - Cerca de 800 metros de caminhada. Tendo como principal ponto de interesse esta cascata, permite apreciar a paisagem única do Douro.

Almofala - Sto. André das Arribas - Com cerca de 8 km, realca o património histórico da região, e o vale escarpado do Rio águeda.

Ribeira do Mosteiro - Calçada de Alpajares  - Permite uma perspectiva diferente das arribas do parque, bem como do seu património arqueológico, da sua fauna e flora. Tem cerca de 8 km.

Miranda do Douro - S. João das Arribas  - Desde a bela cidade de Miranda do Douro, às arribas do Douro, mostrando a vida das gentes locais. Cerca de 19 km.


Onde ficar

No campo

Quinta dos Baldo - Casa de Campo (Martim Tirado, Carviçais, Torre de Moncorvo; tel.: 962 557 275; quintadosbaldo@gmail.com) - Integrada na acolhedora aldeia de Martim Tirado, a um pulo de vales recônditos e paisagens deslumbrantes, a Casa oferece dois quartos e uma zona comum, que inclui sala e cozinha.

Solar dos Marcos Turismo Rural (Rua de Santa Cruz, Mogadouro; tel.: 279 570 010; geral@solar-dos-marcos.com) - Situa-se num solar do séc. XVIII, que terá pertencido a D. Manuel Martins Manso, bispo da Guarda.

Casa da Cisterna - Turismo Rural (Rua da Cadeia, 7, Castelo Rodrigo; tel.: 273 313 515) [29] - Localizada na bela aldeia fortificada de Castelo Rodrigo, situa-se numa casa tradicional. Todos os quartos tem nome de pássaros (pisco, chapim, etc.). Tem uma piscina e um jardim interior. O hotel também organiza percursos pedrestes, de bicicleta e de burro pelas aldeias históricas.

Moradias do Douro Internacional (Praia Fluvial da Congida, perto de Freixo de Espada à Cinta; tel.: 279 653 018) - Dez bungalows numa encosta com bela vista para a Praia Fluvial da Congida, no coração do parque. Os bungalows têm cozinha, televisão e ar condicionado. Também disponíveis estão a piscina, os bares, o cais fluvial (para passeios de barco) e, é claro, a praia fluvial.

Casa das Quintas - Turismo Rural (Quinta das Quebradas; tel.: 279 599 435) [30] - Situada numa casa típica de Trás-os-Montes, tem piscina e disponibiliza bicicletas.

Casa de Santa Cruz - Turismo de Habitação (Rua Cimo do Lugar, 1, Felgar; tel.: 279 928 060) [31] - Situa-se no centro da aldeia, numa casa antiga, adaptada a turismo rural. Possui piscina e serve comida regional.