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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Viagem e visita ao concelho de Peso da Régua

Brasão de Peso da Régua

Localização : 

             concelho de peso da Régua está integrado no distrito de Vila Real, ocupando uma extensão de 96.1 Km2, distribuída por doze freguesias, duas das quais (Peso da Régua e Godim) constituem a cidade de Peso da Régua, sede concelhia. É limitado a Norte pelo concelho de Santa Marta de Penaguião; a Este pelo de Sabrosa; a Sul pelo rio Douro e a Oeste pelo concelho de Mesão FrioO clima deste concelho é influenciado pelo relevo, altitude e pelo rio, apresentando variações climatéricas acentuadas. O concelho apresenta um relevo bastante acidentado, sendo o solo constituído por xistos-argilosos e com algumas zonas graníticas.




História : 

             No primeiro tempo da monarquia, o território do atual concelho de Peso da Régua estava incluído nos julgados de Penaguião (a ocidente do rio Corgo) e de Poiares (a leste do mesmo rio), sendo que o lugar da atual vila pertencia à "terra" e concelho de Penaguião, no entanto não possuía ainda muita importância. Na povoação de Peso existia uma igreja (não paroquial) que D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques doou ao bispo do Porto, D. Hugo, coutando-lhe os arredores e consignando-lhe metade dos rendimentos da barca de passagem que aí existia, entre o pequeno plaino da "villa" de Régua e o sítio de Vale de Locaia, na margem oposta. Essa zona territorial coutada aos prelados portuenses ficou, desde então, sendo uma "câmara" dos ditos (tal era o nome dado a estes coutos ou honras eclesiásticas); e é pois um facto que nada tinha este couto episcopal com a parte oposta da vila atual  na margem do Douro, onde porém se situava outra igreja, de diferente título, cabeça da velha freguesia que envolvia por todos os lados a "câmara" do Peso. E a distinção era tanto mais nítida que os padroeiros das duas freguesias eram totalmente diversos: a igreja da Régua era da apresentação da nobre família dos Guedes e a do Peso era da apresentação do bispo do Porto. Quanto aos oragos, é certo ter sido S. Faustino o da igreja de Peso e S. Prisco, o da igreja da Régua, destruída, ao que consta, por uma cheia no Douro, no Inverno de 1734. Recebido de D. Teresa o couto, certamente D. Hugo o aforou para povoamento, principalmente com o objectivo de determinar ou ajustar os deveres dos habitantes do Peso relativamente ao novo senhorio. Realmente assim o fez, pelo menos o seu sucessor, o bispo D. Pedro Rabáldiz (Rabaldes) em 1144 que aforou a sua "câmara" a três indivíduos: Ero Calvo, Paio Peres e Soeiro Peres. Evidentemente não foram estes indivíduos os primeiros povoadores do Peso, eram antes os condutores do povoamento que se procurava intensificar, aos quais ficavam encabeçados todos os casais ou courelas em que se repartia a "villa" rústica, devendo eles atrair para aí o maior número possível de povoadores e responder por todos ante o fisco episcopal, com a sexta do pão, a quinta do vinho e miunças, bem como os descendentes aos prelados posteriores. Dada a intensa cultura dos vinhos, foi escolhido o lugar da Régua para entreposto comercial o que fez crescer a povoação rapidamente, tão depressa que os vinhos desta região, de um e do outro lado do Douro, começaram a constituir um precioso género de exportação, principalmente externa. Pelo Tratado de Methuen (1703), feito em prol da viticultura duriense, as plantações tomam um novo incremento, invadindo as encostas até ao Cachão da Valeira. Mas dentro em breve a ambição dos lavradores adultera o produto e desacredita o mercado, tendo mudado esta condição graças à intervenção do Marquês de Pombal que criou a Companhia de Agricultura das Vinhas do Alto Douro e que por mais de um século regeu os destinos da zona vinhateira. Espalhada a fama dos vinhos da região e construídos na Régua os armazéns da companhia, esta, depois do arrolamento dos vinhos e de outras formalidades do instituto, chamava todos os lavradores do Douro à sua grande Casa da Régua e ali lhes dava o título de compra dos vinhos e o primeiro pagamento. A isso se chamava a "feira dos vinhos" que durava oito dias e que esteve na base da criação de vários estabelecimentos comerciais , hospedarias, alquilarias e muitas casas de jogo e consequente desenvolvimento da povoação. Em 1789, em virtude das Leis sobre o regime Senhorial, D. Maria I suprimiu a Câmara ou couto do Peso e instituiu aí uma capitania mor que o liberalismo extinguiu. A separação das freguesias do Peso e da Régua ainda persistia no século XVIII, sendo esta paroquiada por arcediago e aquela por um cura. Entre 1750 e 1760, foi reedificada a Igreja Matriz do Peso, sendo criado o concelho de Peso da Régua com a reforma administrativa de 1836.

Bandeira de Peso da Régua

Cultura e Turismo : 

                 O concelho de Peso da Régua está integrado na região do Alto Douro vinhateiro, classificado pela UNESCO como património da Humanidade, a região demarcada mais antiga do mundo, onde a riqueza das vinhas e a beleza das paisagens é a marca dominante. O rio Douro domina a paisagem, sendo a par do vinho e das termas um dos principais chamativos turísticos deste concelho. As termas das Caldas de Moledo, localizadas a cerca de cinco quilómetros da sede de concelho, são também um importante atrativo  sendo indicadas para o tratamento de afecções reumáticas, bronquites, sinusites, rinites, laringites, faringites e dermatoses. Também notável pelo seu património, são de destacar do acervo patrimonial deste concelho a antiga sede da Real Companhia das Vinhas do Alto Douro, bem como a Casa da Real Companhia Velha e a Casa do Dispensário.



Gastronomia : 

            Da gastronomia tradicional do concelho de Peso da Régua destaca-se como principal prato, o cabrito assado com arroz de forno, sendo o leite creme e os rebuçados da régua os principais "representantes" da doçaria local.