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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Viagem e visita ao concelho do Funchal - Madeira

Brasão de Funchal

Localização

            O Funchal é uma cidade portuguesa na ilha da Madeira, capital da Região Autónoma da Madeira e a mais populosa fora do território continental Português. A cidade coincide com o seu concelho, e tem 76,15 km² de área e subdividindo-se em 10 freguesias. A área metropolitana do Funchal, que inclui os concelhos de Câmara de Lobos, Ribeira Brava, Santa Cruz e Machico. O município é limitado a norte pelo município de Santana, a nordeste por Machico, a leste por Santa Cruz e a oeste por Câmara de Lobos, sendo banhado pelo oceano Atlântico a sul.



História

           O povoamento da Madeira iniciou-se em 1425. Após a sua descoberta, em 1419, a Ilha foi dividida em duas capitanias, cabendo a do Funchal a João Gonçalves Zarco, onde se fixou com a sua família. O primitivo pequeno burgo, localizado “em um vale formoso de singular arvoredo, cheio de funcho até o mar”, como referem os primeiros cronistas, recebeu o nome Funchal, tornando-se rapidamente no principal núcleo populacional do Arquipélago. O melhor porto e o clima ameno conjugados com a excelente posição geográfica na costa sul - a mais produtiva da Ilha - depressa permitiu ao Funchal um fulgurante desenvolvimento urbano, ultrapassando rapidamente as restantes povoações insulares que passaram a gravitar em seu torno. Entre 1452 e 1454, ainda no reinado do Infante D. Henrique, o Funchal teve o seu primeiro foral, que o elevou à categoria de vila. A partir de 1480 passou a haver representação dos mesteres na vereação camarária (casa dos 24).
Com o desenrolar da segunda metade do século XV, a cultura sacarina desenvolveu-se excepcionalmente. Os canaviais proliferavam por toda a costa sul da Ilha, desde Machico até a Fajã da Ovelha, colhendo o Funchal, mercê da sua localização, os dividendos mais importantes deste surto económico açucareiro. O Funchal transformou-se num centro obrigatório de passagem das rotas comerciais portuguesas de então, para onde foram transferidos os grandes interesses comerciais europeus. Aqui fixaram-se aventureiros e comerciantes das mais recônditas origens em busca de melhores condições de trabalho e de vida, como foram os casos de Cristóvão Colombo de Génova, do seu amigo João d’Esmenaut da Picardia, dos Lomelino de Génova, dos Acciauoli de Florença, dos Bettencourt de origem francesa, entre outros.
No final do século XV, D. Manuel, Duque de Beja, que detinha o controlo da Ordem de Cristo, incentivou o planeamento e a estruturação da progressiva e próspera vila. Assim, mandou levantar os Paços do Concelho e dos Tabeliães, aptos a funcionar em 1491, enviou o pelourinho da vila, então denominado “picota” (1486), construiu uma igreja nova que depois foi elevada à categoria de Sé Catedral em 1514 e, quase ao mesmo tempo, mandou erigir um hospital e a nova alfândega do Funchal.
No início do século XVI, mais precisamente em 1508, o Funchal é elevado à categoria de cidade, poucos anos depois a sede de bispado e mais tarde, após a criação das dioceses de Angra, Cabo Verde, São Tomé e Goa, a arcebispado, passando a ter como sufragâneas aquelas novas dioceses. A cidade desenvolveu-se, então, por uma longa rua ribeirinha que, ao longo do seu percurso e história, conheceu vários nomes como Santa Maria, Caixeiros, Alfândega e Mercadores. A partir daquela rua nasceram outras perpendiculares, contornando as três ribeiras que atravessam o largo vale e se dirigem para as serras. A primeira e principal foi a Rua Direita, nascendo na foz das Ribeiras de João Gomes e de Santa Luzia. Seguiram-se o Caminho do Palheiro, o caminho de ligação ao Monte, o caminho de ligação a Santa Luzia, o caminho e Calçada de Santa Clara e assim sucessivamente.
 Paralelamente à rua principal ribeirinha surgiram outras, como ao longo do calhau, a Rua da Praia, e entre as Ribeiras de Santa Luzia e de São João, a Rua da Carreira, “pelos cavalos que costumam correr nela”, como refere o cronista Gaspar Frutuoso. No século XVII, com o recrudescimento dos tratados comerciais com a Inglaterra, instalam-se na Ilha importantes mercadores ingleses que, a pouco e pouco, acabaram por controlar o cada vez mais importante comércio vinícola insular. Este incremento levou ao aparecimento de uma nova cidade, com casas senhoriais urbanas, dotadas de um andar nobre para habitação, geralmente com varandas de sacada articuladas com as janelas de um andar intermédio de serviços, um piso térreo para arrecadações e adegas, e ainda uma torre que, para além de funcionar como um emblema senhorial, era imprescindível para ver o movimento do porto e controlar as chegadas e as partidas dos navios que vinham carregar as pipas de vinho Madeira. A partir dos finais do século XVIII a cidade espraiou-se pela encosta, até ao Monte, com pequenas residências senhoriais, dotadas de parques com árvores exóticas e mirantes sobre os caminhos, com as “casinhas de prazer”, nascendo assim a quinta madeirense e passando grande parte das residências urbanas para funções essencialmente comerciais.
Entretanto, ao longo do século XIX, a Madeira e a cidade do Funchal transformaram-se em mitos românticos europeus, com a passagem pela Ilha de personalidades como a Imperatriz Sissi da Áustria, a Rainha Adelaide de Inglaterra, a Imperatriz viúva do Brasil e a sua filha, a Princesa Maria Amélia, o futuro imperador do México e a sua esposa, a Princesa Carlota da Bélgica, e muitos outros nomes sonantes da nobreza europeia. A suave encosta do Funchal ganhou foros de estância turística terapêutica e a cidade passou a ser incluída, quase obrigatoriamente, nos roteiros do Grand Tour do nascente turismo internacional.
Os finais do século XIX e os inícios do século XX foram marcados pela revolução internacional dos transportes marítimos e depois aéreos. Assim foram criadas as novas instalações do porto do Funchal, depois do aeroporto de Santa Catarina, com o Funchal a tornar-se num centro de turismo internacional, dotado de um importante parque hoteleiro.

Bandeira de Funchal

Heráldica

Escudo - de verde, com cinco pães de açúcar de ouro realçados em espiral e com base em púrpura, postos em cruz, acantonados, por quatro cachos de uvas de ouro sustidos e folhados do mesmo metal, cada cacho carregado por uma quina de azul carregada de cinco besantes de prata, em aspa. Coroa mural de prata de cinco torres. Listel branco, com a legenda a negro “CIDADE DO FUNCHAL “.

Bandeira Municipal - Gironada de amarelo e púrpura, cordão de borlas de ouro e púrpura. Haste e lança de ouro. A bandeira tem de ser rectangular (em proporções 2x3) ou quadrada, para uso respectivo em mastro ao ar livre ou como pendão de interior ou em parada. Exige-se que ao centro da bandeira se encontre o brasão d’armas da autarquia.

Cultura e Turismo

            Visando a salvaguarda do património natural do Concelho do Funchal foi criada a Reserva Natural das Ilhas Selvagens, considerada um “santuário ornitológico”, a Reserva Parcial do Garajau, com uma riqueza biológica de grande interesse do ponto de vista científico e o Parque Ecológico do Funchal que tem vindo a desenvolver um papel importantíssimo, junto das escolas e público em geral, na área da conservação da natureza e da educação ambiental. A Cidade do Funchal foi a primeira cidade Atlântica - Primeira cidade construída fora do Velho Continente. Quem visita o Funchal não fica indiferente à sua beleza e hospitalidade da sua gente. São muitos os locais a visitar nesta cidade com 500 anos de existência e ,alguns, são a não perder. O Mercado dos Lavradores, com projecto da autoria de Edmundo Tavares (1892-1983), foi inaugurado a 24 de Novembro de 1940. Testemunho da arquitectura do Estado Novo, reflecte, pela grandiosidade da sua concepção, a intenção de o tornar no grande pólo abastecedor da cidade.Ornamentam a fachada, a porta principal e a peixaria, grandes painéis de azulejos da Faiança Batisttini de Maria de Portugal, datados de 1940 e pintados com temas regionais, por João Rodrigues.
No seu espaço organizado em pequenas "Praças", "Largos", "Ruas" e "Escadinhas", vendem-se produtos de toda a espécie, misturam-se cores, sons, cheiros e gentes diversas. 
O Monte é um dos locais mais aprazíveis da Madeira, com uma localização privilegiada no anfiteatro da cidade do Funchal, a freguesia do Monte, localizada a cerca de 9 Km do centro e a 550 m acima do nível do mar é, sem dúvida, um dos locais do Funchal a visitar. Com uma vegetação luxuriante e vistas soberbas sobre o anfiteatro e baía do Funchal, foi, desde os primórdios do turismo na ilha, o local de eleição dos visitantes da Madeira. Uma das maneiras mais agradáveis de chegar ao Monte é de teleférico que liga a Zona Velha da Cidade do Funchal à freguesia do Monte em apenas 15 minutos e proporciona espectaculares vistas sobre a baía do Funchal. O Parque do Monte ou Parque Leite Monteiro, que se estende por uma área de 26.000 m2, é o Jardim Municipal que se situa a uma maior altitude, entre os 543 e os 586 metros. A construção iniciou-se em 1894 e a primeira fase foi concluída em 1899. Este local, coberto por muitas espécies indígenas e exóticas, com algumas árvores centenárias, caracteriza-se por uma frescura repousante, para a qual contribui o ribeiro que aí passa caindo em cascata na zona mais a sul. Os caminhos pedonais calcetados com pequenos calhaus basálticos percorrem todo o parque permitindo fazer agradáveis passeios. 
                                                                                               Mercado dos Lavradores
Mercado dos Lavradores 
                                                                                                   Parque do Monte 
Parque do Monte 

            Nada melhor para gozar a deslumbrante paisagem da Madeira do que percorrer os seus trilhos e “levadas”, são mais de duzentas as “levadas” que atravessam a Ilha. A maioria destes surpreendentes percursos são acessíveis, existindo, no entanto, vários graus de dificuldade. Em caso algum deverá efectuar sozinho estes percursos e, deve levar, sempre, água, um farnel, calçado apropriado, uma lanterna e um agasalho, no concelho do Funchal, são 5 os percursos a pé que podemos efectuar, mas aqui só vamos falar de 1 dos percursos:  
Do Monte à Camacha - Do Largo das Babosas desfruta-se de uma bela panorâmica sobre a Ribeira de João Gomes.No fim da íngreme subida e, ainda, antes de chegar aos primeiros casais do Curral dos Romeiros, avista-se quase todo o Funchal. Ao chegar ao Caminho do Meio colocam-se duas opções:
- Subir para o Caminho dos Pretos 
- ou continuar na levada até o Caminho do Terço.
Antes de chegar ao caminho do Terço uma caixa divisória reparte a água da levada em vários braços ou regadeiras. Aí duas opções se colocam novamente: 
- continuar na levada até o Palheiro Ferreiro
- ou subir para o Caminho dos Pretos.
Percursos/tempo :
 A) Monte - Choupana - Carreiras - Rochão - Igreja da Camacha: 11,5Km / 4 horas
B) Monte - Choupana - Levada da Serra - Vale Paraíso – Igreja da Camacha : 13 km / 4 horas
Características
O percurso A, embora menos longo, é um pouco mais duro que o B devido à subida entre o Caminho dos Pretos e o caminho que liga a Estrada das Carreiras ao Rochão.
Os 2 percursos podem ser feitos por qualquer pessoa que goste de andar a pé pois, nem as levadas nem os caminhos, apresentam pontos perigosos. Estes passeios são aqueles que se aconselham a quem tem vertigens.
                                                                                                   Levadas 
Levadas 

Gastronomia

           A Espetada, feita com cubos de carne de vaca num espeto de louro e grelhada em lenha ou em carvão e acompanhada com Milho Frito e Bolo do Caco, espécie de pão tradicionalmente cozido num bocado de telha sobre o fogo é, sem dúvida, o prato mais típico e popular da gastronomia madeirense. As Lapas frescas salpicadas com um pouco de manteiga e limão são um dos petiscos a não perder. Deliciosas são, também, as Ovas de Peixe Espada Preto em molho vinagrete. O Filete de Espada, por vezes servido com banana ou molho de maracujá, e o Bife de Atum são pratos muito apreciados e que encontra em quase todos os restaurantes, a outra grande especialidade da ilha é a Carne em Vinho-e-Alhos preparada com carne de porco, normalmente, comida no Dia de Natal. A Madeira, também, produz boa fruta que muitas vezes é aproveitada para fazer deliciosos pudins, licores e sorvetes. Na doçaria sobressaem: a Queijada e o Bolo de Mel, iguarias perfeitas para saborear com o Vinho Madeira. A vinha foi introduzida na ilha por alturas do povoamento e por ordem do Infante D. Henrique. A primeira casta a ser introduzida na Madeira foi a Malvasia, vinda da ilha grega de Cândia, tendo sido a sua primeira exportação para a Europa durante o ano de 1515, destinada para França para a corte de Francisco I. Foi só no declínio do ciclo do açúcar, que se incrementou, no séc. XVII, a sua produção, que hoje ocupa um lugar cimeiro na economia da Ilha da Madeira. O Vinho Madeira ganha reputação internacional séc. XVIII e no primeiro quartel do séc. XIX; chegando a ser "o vinho mais caro e apreciado do mundo". Quando em 1852 e 1872 as pragas de oidim e de filoxéra ameaçaram a produção vinícola, só com a importação de novas vides (enxertadas posteriormente com as castas nobres) é que foi possível evitarem o aniquilamento desta indústria. As videiras encontram no solo e no clima ameno da Madeira uma situação bastante privilegiada, conferindo-lhes, assim, característica bastante próprias. Embora na Madeira, existam mais de 30 castas diferentes, as mais nobres são: Malvasia, Verdelho, Boal e Sercial. 
                                                                                                         Espetada Madeirense 
Espetada MadeirenseFiletes de Espada
Filetes de espada 

Bolo de Mel
Bolo de mel