Translate

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Viagem e visita ao Parque Natural do Vale do Guadiana


Localização

            O Parque Natural do Vale do Guadiana é uma área protegida, com uma área de 69700 ha, localizada no sudeste do território português, na região do Baixo Alentejo. O parque abrange os concelhos de Mértola e Serpa, localizados no distrito de Beja, abrangendo a zona ribeirinha do rio Guadiana, bem como a Vila de Mértola, localidade de grande interesse histórico.



História

         O Parque Natural do Vale do Guadiana foi criado a 18 de novembro de 1995, segundo o Decreto Regulamentar n.º 28/95, ocupando uma área de 69 600 hectares.
A zona de intervenção do Parque Natural do Vale do Guadiana situa-se no Sudeste de Portugal continental, abrangendo parte dos concelhos de Serpa e Mértola, no distrito de Beja, entre os vales dos rios Guadiana e Chança (fronteira espanhola com a Comunidade Autónoma da Andaluzia). A criação do Parque Natural do Vale do Guadiana tem como objetivos: a gestão racional dos recursos naturais e paisagísticos caracterizadores da região e o desenvolvimento de ações tendentes à salvaguarda dos mesmos, nomeadamente no que respeita aos aspetos paisagísticos, geológicos, geomorfológicos, florísticos e faunísticos; a salvaguarda do património histórico e tradicional da região, bem como a promoção de uma arquitetura integrada na paisagem; a promoção do desenvolvimento económico e do bem-estar das populações, em harmonia com as leis fundamentais da Natureza.




Biodiversidade :

       No que diz respeito à flora, os valores naturais desta região estão estreitamente ligados ao rio Guadiana e ribeiras afluentes, os quais representam, num contexto europeu, uma área privilegiada em endemismos e comunidades biológicas interessantes. As características peculiares dos cursos de água do Parque Natural do Vale do Guadiana permitiram a formação de unidades florísticas únicas, muitas delas incluídas em diretivas comunitárias de proteção da Natureza, como é o caso dos "cursos de água mediterrânicos intermitentes". A vegetação que ladeia os cursos de água é diversificada, sendo as espécies mais características, o loendro, a tamargueira e o tamujo. Em encostas declivosas encontramos por vezes o zimbro, cujas formações são alvo de classificação no âmbito de diretivas europeias de conservação da Natureza. A flora da área do Parque Natural é também bastante rica em plantas aromáticas e medicinais, como o rosmaninho, alecrim, erva-ursa, murta, mariola, orégão e poejo. Entre as raridades e espécies ameaçadas da flora, há a destacar o trevo-de-quatro-folhas-peludo que aparece nas áreas ribeirinhas. O rio apresenta uma fauna piscícola extremamente variada. No Guadiana e seus afluentes, existem cerca de 24 espécies de peixes de água doce e migradores, dos quais nove são endemismos ibéricos, estando quatro restringidos à bacia hidrográfica do Guadiana. Este é o caso do saramugo, da boga-do-Guadiana, do barbo-de-cabeça-pequena e do barbo-de-steindachner. O Guadiana foi também o último rio português onde o solho ou esturjão se fez representar, tendo os últimos exemplares sido capturados nos finais dos anos setenta. O solho, de tão notável, chegou a ser retratado nas moedas cunhadas em Mértola no século I a. C. Entre os outros peixes migradores, ainda se pode encontrar a lampreia e a saboga, enquanto o sável está em perigo de extinção. Todos estes aspetos contribuem para que a bacia hidrográfica do Guadiana seja considerada a mais importante em Portugal para a conservação da ictiofauna de águas interiores.
Dentro do grupo dos anfíbios, das dezassete espécies que ocorrem em Portugal, pelo menos treze podem aqui ser observadas, destacando-se pela sua raridade e importância o discoglosso, o sapo-parteiro-ibérico e o tritão-de-ventre-laranja. As características climáticas da região restringem a atividade dos anfíbios a determinadas alturas do ano. Nas primeiras chuvas de outono, podem observar-se grandes quantidades de anfíbios, nas suas migrações para os locais de reprodução que muitas vezes correspondem a lagoas temporárias. No grupo dos répteis, estão referenciadas pelo menos vinte espécies, sendo de evidenciar a cobra-de-pernas-pentadáctila, espécie rara e que se restringe à Península Ibérica, e a cobra-de-colar, de hábitos crepusculares e ainda muito pouco conhecida. Na região, pode-se ainda observar uma espécie de cágado bastante rara no contexto nacional, o cágado-de-carapaça-estriada, e também uma espécie de osga invulgar, a osga-turca. Existem ainda referências para a ocorrência na área da víbora-cornuda, uma das duas espécies de víboras que se podem encontrar em Portugal. A avifauna constitui um dos grupos mais importantes do Parque Natural do Vale do Guadiana. As aves de presa criam nas fragas que ladeiam as margens dos cursos de água, como é o caso da águia-de-bonelli, do abutre-do-egito e do bufo-real, a maior espécie de mocho da Europa. Neste tipo de habitat aparece também a cegonha-preta que procura zonas menos perturbadas para criar. Na vila de Mértola, existe a maior colónia de Portugal e uma das maiores da Europa de uma espécie bastante rara e ameaçada, o francelho-das-torres. Nas zonas de planície, onde o cultivo de cereal em rotação se processa, é ainda possível encontrar aves de estepe como é o caso da abetarda, do sisão e do cortiçol-de-barriga-negra, entre outras. Pelas suas características, o vale do rio Guadiana é um importante corredor de espécies de passeriformes migradores, nas suas deslocações entre a Europa e África. Dentro do grupo dos mamíferos, são de realçar a população de lontras, que é uma das mais importantes de Portugal, e o morcego-rabudo, que tem as fendas rochosas como abrigo.


Tritão-de-Ventre-Laranja


Lazer e Passeios

          O pólo urbano nuclear deste Parque é a vila de Mértola.. As empresas locais oferecem percursos pedestres e de bicicleta, actividades de canoagem e passeios em embarcações motorizadas por todo o troço navegável do rio, que se estende entre Mértola / Pomarão e Vila Real de Santo António. Estes pequenos cruzeiros podem obedecer a programas regulares ou ser feitos por medida. Com base na informação disponível no Posto de Turismo, sugerimos que, a pé, de bicicleta ou de automóvel, não perca sítios cheios de bucolismo como o Moinho dos Canais, as Azenhas de Mértola, o pequeno porto de pesca da Penha d’Águia e o belo troço do rio a que se acede pelo chamado Percurso da Bombeira. Como locais de visita obrigatória sugerimos-lhe o Pulo do Lobo e o conjunto formado pela Mina de S. Domingos, o porto de Pomarão e a Praia Fluvial da Tapada Grande. 
Fora do Parque Natural, propomos-lhe ainda que não deixe de ver o lindíssimo troço do rio que se estende para montante, entre o Pulo do Lobo e o Açude de Pedrógão.

Passeio ao Pulo do Lobo

         O Pulo do Lobo é o mais fantástico acidente geomorfológico do Alentejo. Para o compreendermos temos que recuar até à última glaciação – chamada glaciação de Wurm – que, na sua fase final, ocasionou uma descida do nível das águas do mar. Nesses tempos longínquos, na foz do rio a que hoje chamamos Guadiana, ter-se-á formado uma queda que, fruto de uma onda de erosão regressiva, foi avançando lentamente para montante, cavando um leito novo no interior do antigo leito do rio. A partir de um determinado momento este processo parou, fruto do encontro com uma rocha mais dura - os grauvaques do Pulo do Lobo -, que explicam a existência da queda neste local.
O que nos é dado observar é, pois, muito mais do que a passagem vertiginosa do rio entre margens rochosas - subitamente tão estreitas que estariam ao alcance de um "pulo” -, e a sua espectacular precipitação numa queda de quase 14 metros sobre o sereno Pego dos Sáveis. É a clara e rara visão de épocas geológicas distintas, correspondentes à formação dos dois leitos do rio: o antigo, ampla plataforma esculpida na pedra por onde corria o velho Guadiana; e, cavado no seu interior, o novo leito, aqui com a forma de um extenso corredor rectilíneo, com cerca de 12 kms de comprimento, a que se chama, sugestivamente, a "corredoira”. Água e pedra em turbilhão, uma história de milhões de anos e, com sorte, talvez a visão da esquiva cegonha negra, é tudo o que faz do Pulo do Lobo um local de visita obrigatória.
O Pulo do Lobo tem acesso sinalizado pela margem esquerda, na estrada Mértola – Serpa, junto à povoação de Vale do Poço; e pela margem direita, na estrada Mértola – Beja, a partir de Corte Gafo. A vista mais espectacular é a da margem esquerda, embora, do lado oposto, se observe melhor a queda. Trata-se de uma zona perigosa de ambos os lados. Para quem viaja com crianças, todo o cuidado é pouco porque não há gradeamentos de protecção.




Mina de S. Domingos

             A Mina de S. Domingos foi a maior mina de pirite da Península Ibérica, chegando a dar trabalho a mais de 1500 mineiros. Foi explorada desde meados do séc. XIX pela firma inglesa Mason & Barry e definitivamente encerrada em 1960. O Bairro Mineiro continua habitado pelos descendentes das famílias mineiras e o Palácio dos Ingleses, antiga morada dos directores da empresa, é hoje uma estalagem.
O Complexo Mineiro conheceu uma rápida degradação e está a transformar-se num pólo de Arqueologia Industrial. O acesso está sinalizado e a circulação no seu interior é livre. Os visitantes podem fazer sozinhos e em segurança o Percurso Geológio-Mineiro que se estende entre a Corta e as fábricas de Enxofre da Achada do Gamo, desde que se mantenham nos trilhos marcados. A pé, de bicicleta ou de jipe, não terão qualquer dificuldade em seguir até Santana de Cambas (cerca de 10 kms) pela estrada de terra correspondente ao antigo caminho de ferro que transportava o minério para o porto do Pomarão, no rio Guadiana, hoje transformado em animado porto de recreio.





Praia Fluvial da Tapada Grande

         Em frente  ao Hotel S. Domingos localiza-se a Praia Fluvial da Tapada Grande. É um conjunto muito aprazível, com areal, água de reputada qualidade para banhos, parque de merendas, um anfiteatro ao ar livre e bar. Se viajar com crianças, tem aqui um lugar excelente para lhes dar liberdade e descansar.




Entre o Açude de Pedrógão e o Pulo do Lobo

            O troço do Guadiana que corre entre o Açude de Pedrógão e a zona a montante do Pulo do Lobo é a mais expressiva memória viva do velho rio. Além da beleza da paisagem, da avifauna e do bucolismo dos moinhos de água, desactivados há dezenas de anos, tem quedas nas aberturas dos açudes e divertidos pequenos rápidos que animam as actividades de canoagem organizadas pelas empresas da região. O local mais acessível para o observar é a ponte de Serpa. Quem quiser passear por conta própria, a pé, em btt ou de jipe, chegando à povoação de Quintos encontra facilmente o caminho de terra, bem trilhado, que conduz ao rio. Uma vez aí, são vários os quilómetros que podem fazer-se ao longo das margens, para montante e para jusante. Estando nesta zona, não deixe de visitar o Centro Histórico de Serpa e de provar os reputados queijos de ovelha da região.

Onde ficar :

CASA DAS CORES 
Corte Gafo de Cima
7750-308, Mértola      

        A Casa das Cores resulta da recuperação de uma pequena casa de aldeia em pleno Parque Natural do Vale do Guadiana, na aldeia de Corte Gafo de Cima no concelho de Mértola no coração do Alentejo. A sua traça tradicional foi mantida, preservando a arquitectura tradicional e as características mais marcantes desta habitação tão genuína. No seu interior, a decoração tem um misto de tradicional e moderno com cores que apelam aos seus sentidos. Aqui as paredes de taipa desta casa alentejana são revestidas de cores fortes e quentes do Alentejo…. Amarelo, Salmão, Azul e Verde, Violeta e Vermelho…
O mobiliário é simples e confortável procurando as influências e tendências marroquinas, tão evidentes quando visitamos a pequena Vila Museu de Mértola. O pequeno e recatado jardim convida à introspecção enquanto se delicia com os típicos chás da região.
A Ecoland - Casa das Cores pode ainda ser ocupada em exclusividade pelo seu grupo de amigos ou familiares. Nesta modalidade tem ainda ao seu dispor a cozinha da casa com todos os utensílios necessários para a preparação das suas refeições.
Na Ecoland - Casa das Cores encontra um ambiente calmo e sereno, perfeito para descansar quando regressa dos seus passeios na região. Aqui poderá jantar à luz das velas e ouvir no silêncio da noite os pequenos grilos a cantarolar nas noites quentes de Verão.
São muitas as sugestões para partir à descoberta do Parque Natural do Vale do Guadiana. A Ecoland - Casa das Cores lança o desafio… Um alojamento de Turismo no Espaço Rural que organiza actividades à sua medida! São programas de ecoturismo que da forma mais simples e saudável dão a conhecer a região de Mértola e do Parque Natural. Em contacto com a natureza descobrimos sítios de encantar com histórias de sonhar ao mesmo tempo que praticamos o seu desporto favorito!
O que pode encontrar na Ecoland - Casa das Cores:
- 4 Quartos (1 duplo e 3 twins) todos com casa de banho privativa;
- Sala de estar e de jantar;
- Parque de estacionamento
- Jardim e alpendre
- Refeições mediante solicitação

Para mais informações ou reservas, por favor, contacte - cores@casasnocampo.net ou Tel. +351 258 931 750

2

2

Hotel O Monte do Alhinho
Apartado 1

7750-909 Santana de Cambas

         Casa inserida no Parque Natural do Vale do Guadiana. Organiza diversas atividades como pesca, caça, passeios de BTT, passeios pedestres e tiro ao prato. Dispõe de uma sala de refeições e de uma sala de convívio, ambas com lareira. Os 10 quartos equipados com ar condicionado, TV e WC privativo, proporcionam um ambiente calmo e acolhedor. No exterior, aproveite para contemplar a paisagem, tipicamente alentejana, enquanto se refresca na piscina. Não deixe de provar as iguarias típicas da região e de visitar os magníficos locais em redor.

Informações :
Telefone: 286 655 414
Fax: 286 655 414
Website: http://www.omontedoalhinho.com/

O Monte do AlhinhoO Monte do Alhinho