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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Viagem e visita ao concelho de Coimbra

Brasão de Coimbra

Localização

           Coimbra é uma cidade portuguesa, capital do Distrito de Coimbra, a maior cidade da região Centro de Portugal e situada na sub-região do Baixo Mondego, cidade historicamente universitária, por causa da Universidade de Coimbra, fundada em 1290, conta atualmente com cerca de 30 mil estudantes. Banhada pelo Rio Mondego, Coimbra, é sede de um município com 319,41 km² de área e subdividido em 31 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Mealhada, a leste por Penacova, Vila Nova de Poiares e Miranda do Corvo, a sul por Condeixa-a-Nova, a oeste por Montemor-o-Velho e a noroeste por Cantanhede. É considerada uma das mais importantes cidades portuguesas, devido a infraestruturas, organizações e empresas para além da sua importância histórica e privilegiada posição geográfica no centro da espinha dorsal do país, Coimbra é também referência nas áreas do Ensino e da Saúde. O feriado municipal ocorre a 4 de Julho, em memória da Rainha Santa Isabel, padroeira da cidade. O rio Mondego atravessa o concelho, em sentido Nascente-Poente e tem como principais afluentes na margem esquerda: o rio Ceira, o rio Dueça e a ribeira de Antanhol; na margem direita, foi Capital Nacional da Cultura em 2003 e é uma das cidades mais antigas do país, tendo sido capital do Reino, e apresenta como principal ex-libris a sua Universidade, a mais antiga de Portugal e dos países de língua portuguesa, e uma das mais antigas da Europa.os principais afluentes são o rio Botão, a ribeira de Souzelas, a ribeira de Eiras e a ribeira de Ançã. 


História

       A cidade de Coimbra teve a sua origem num núcleo castrejo estabelecido no ponto mais elevado da colina da Alta, sobranceira ao Mondego que, além de proporcionar uma excelente posição estratégica, era um local de passagem quase obrigatório. Durante a ocupação romana, a cidade apresentava-se com o nome Aeminium, estando já instituída como centro administrativo. Além do fórum, localizado no centro da cidade, sabe-se que o povoado viu emergir no seu perímetro urbano vários edifícios como arcos honoríficos, um aqueduto, entre outros. Junto à via Olissipo-Braccara Augusta, atual Santa Cruz, supõem-se que se tenham construído umas termas ou banhos públicos.Com a ocupação visigótica, a cidade desenvolveu-se bastante, sendo deste período as primeiras notícias da organização eclesiástica de Coimbra, embora se desconheça quando ela teve a sua origem. De certo, sabe-se que em 563, no primeiro concílio de Braga, encontrava-se já presente um bispo de Coimbra, cuja a diocese tinha sede em Conímbriga. Coimbra esteve no poder dos muçulmanos durante mais de um século, tendo sido conquistada aos mouros em 878 pelo rei Afonso III de Leão que a mandou repovoar. Aí se instalou o bispo, foragido de Conímbriga que não se conseguia libertar das incursões inimigas e que acabou por ser abandonada pelos seus habitantes. Acabaram por se estabelecer em Emígio que terá tomado o nome da antiga sé episcopal, explicando-se deste modo a origem do atual topónimo de Coimbra. Após as bem sucedidas campanhas de Almançor, a região ficou de novo sob domínio dos mouros até 1064, ano em que D. Fernando reconquista definitivamente a cidade. Em 1094, assume o governo da província portucalense o Conde D. Henrique que faz de Coimbra o centro da sua ação política e militar; já então a cidade recebera foral, outorgado por Afonso VI, consagrando a organização municipal. Em 1111, o Conde D. Henrique e D. Teresa outorgam novo foral a Coimbra. Este foral é um documento notável pela minúcia com que estabelece os direitos e obrigações e pela transformação que opera no sistema tributário em detrimento do poder central. Por ele se averigua também que a população de Coimbra era constituída por nobres, infanções, cavaleiros, peões e colonos. Convém referir que durante o reinado de D. Afonso Henriques aconteceu o que viria em grande parte condicionar a vida da cidade: a fundação do Mosteiro de Santa Cruz. Por influência deste monarca, o mosteiro beneficiou de grandes privilégios e libertou-se da jurisdição ordinária do bispo. A proteção que usufruiu, permitiu-lhe acumular riquezas enormes e lançar-se no caminho da instrução superior, em oposição intencional à antiga escola do cabido. Em Coimbra reuniram-se as cortes desde muito cedo, sendo se de destacar as de 1385 onde, por influência de João das Regras, chega ao trono D. João I, Mestre de Avis. A 4 de Janeiro de 1451 concedia D. Afonso V a Coimbra, o primeiro privilégio importante de que a cidade nunca pertenceria a ninguém senão à corte. Anteriormente a cidade, que era segunda do reino, pertencera ao Infante D. Pedro que a recebera de D. João I seu pai. A Universidade de Coimbra teve uma grande influência na vida social, cultural e económica de Coimbra. Esta Universidade foi criada em 1290 por D. Dinis, começando a funcionar em Lisboa e transferindo-se em 1308 para Coimbra. Instalou-se então no lugar designado por "Estudos Velhos". Em 1338, no reinado de D. Afonso IV, transferiu-se de novo para Lisboa, para em 1354 voltar para Coimbra, instalando-se desta vez na parte baixa da cidade por onde o burgo se começava a estender. Em 1377, no reinado de D. Fernando, muda-se mais uma vez para Lisboa, onde agora vai permanecer por mais de um século e meio. Em 1537, no reinado de D. João III, dá-se a transferência definitiva para Coimbra e para o velho Paço da Alcáçova, acompanhada da reforma dos estudos e do ingresso de novos docentes. O atual concelho de Coimbra foi instituído por decreto de 24 de Outubro de 1855 que acrescentou ao concelho já existente a freguesia de Vil de Matos, desanexando-a de Cantanhede.

Bandeira de Coimbra

Heráldica

Brasão: de vermelho com uma taça de ouro realçada de púrpura, acompanhada de uma serpe alada e um leão batalhantes, ambos de ouro, armados e lampassados de púrpura. Em chefe, um busto de mulher, coroada de ouro, vestida de púrpura e com manto de prata, acompanhado por dois escudetes antigos das quinas. Colar da Ordem de Torre e Espada.

Bandeira: com 1 metro quadrado, quarteada de amarelo e de púrpura. Listel branco com letras pretas. Cordões e borlas de ouro e púrpura. Lança e haste de ouro.


Cultura e Turismo

               Coimbra é por si só um grande pólo turístico não só do distrito homónimo, como também de Portugal, sendo a cidade um dos locais mais procurados e visitados do país. No concelho são muitos os locais de inegável interesse turístico e cultural, como: o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, criado em 1772 no âmbito do Museu de História Natural instituído pelo Marquês de Pombal na Universidade de Coimbra; o Portugal dos Pequeninos, o grande precursor dos parques temáticos dedicados às crianças e onde se podem encontrar conjuntos miniaturais dedicados ao Império Colonial, bem como os mais importantes monumentos portugueses e casas tradicionais; e a Quinta das Lágrimas, cuja história está relacionada com a história de amor proibido entre D. Pedro e Inês de Castro. Segundo consta, as matas desta quinta teriam sido coutadas de caça da família Real que então residia em Coimbra e era aqui que se encontravam Pedro e Inês em segredo. Terá sido na mata desta quinta que Inês foi assassinada pelos três validos de D. Afonso IV e terão sido as lágrimas que então chorou que fez nascer a Fonte das Lágrimas, onde o sangue que do seu corpo saiu ainda hoje está gravado na rocha. A nível de unidades museológicas, o concelho de Coimbra é bastante rico sendo de se destacar: o Museu de Arte Sacra da Universidade; o Museu Académico, localizado no antigo Colégio de S. Jerónimo e cujas peças procuram retratar o estudante; o Museu Antropológico que, juntamente como os Museus da Botânica, de Mineralogia e o de Zoologia, faz parte da unidade orgânica de História Natural da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra; o Museu Bissaya Barreto; o Museu Nacional Machado de Castro, localizado no antigo Paço dos Bispos; e o Museu dos Transportes. Conhecida como a "cidade dos estudantes", Coimbra ficou imortalizada no fado de Raul Ferrão e José Galhardo que resume bem o espírito da cidade: 
Coimbra é uma lição/ de sonho e tradição/
 o lente é uma canção/ e a lua a faculdade/ 
o livro é uma mulher/ só passa quem souber/
 e aprende-se a dizer: saudade./ 
Coimbra do Choupal,/ ainda és capital/ do amor em Portugal, ainda./ 
Coimbra onde uma vez/ com lágrimas se fez/ 
a história dessa Inês tão linda./ 
Coimbra das canções/ tão meiga que nos pões/
 os nossos corações a nu./ Coimbra dos doutores/ 
para nós os teus cantores/ a fonte dos amores és tu.

                                                                                                         Mata Nacional de Vale de Canas
Penedo da Saudade 

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Jardim Botânico de Coimbra

Gastronomia

           Os pratos típicos de Coimbra são a chanfana ou os negalhos que se fazem do bandulho da cabra ou cabrito, o arroz de lampreia, o polvo cozido e a tibornada com batatas a murro. Na doçaria, destacam-se as arrufadas, as velhoses, os bolinhos bolinhós, o arroz doce, a sopa dourada das freiras de Santa Clara, o pudim de ovos, os biscoitos de canela, a lampreia de ovos, os capelos e as talhadas de príncipe.

                                                                                                                        Chanfana 
Arrufadas de Coimbra 

Sopa Dourada