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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Viagem e visita ao concelho de Borba

Brasão de Borba

Localização :

       É sede de um município com 145,12 km² de área e subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Monforte, a leste por Elvas, a sueste por Vila Viçosa, a sudoeste pelo Redondo e a oeste por Estremoz. Borba ficou assim sendo, a cidade mais pequena do Alentejo com apenas 4.600 habitantes, lugar que era antigamente preenchido pela cidade de Santiago do Cacém no Alentejo Litoral com 6.500 habitantes, foi elevada a cidade em 12 de Junho de 2009.


História

            Borba é povoação antiquíssima cuja fundação alguns autores atribuem aos Galo-Celtas, esteve sob o domínio romano, godo e árabe, sendo conquistada por D. Afonso II em 1217 e povoada pelo mesmo rei.
Em 15 de Junho de 1302 D. Dinis concedeu-lhe o primeiro foral, constituindo-se Borba como concelho e libertando-se do de Estremoz. Teve novo foral dado por D. Manuel I em 1 de Junho de 1512.
Foi também D. Dinis quem promoveu o amuramento acastelado da povoação. O castelo dispunha-se em planta quardrilateral e a sua construção obedeceu as sistema corrente das fortificações similares da região. De grossa alvenaria, tinha amuramento espesso em altura normal, coroado por merlões góticos e de largo adarve que corria a muralha. O fosso, pouco profundo, desapareceu com a construção do casario que se foi desenvolvendo na face exterior.
Pelos inícios do Séc. XVIII, o governo militar da província determinou envolver a vila por um campo entrincheirado, com fossos, estacaria e estradas cobertas, obra que foi apenas esboçada e de que ainda existiam vestígios em 1766.
Do castelo, edificado ou remodelado do Séc. XIII, conserva-se a torre de menagem e duas portas, a de Estremoz e a do Celeiro.
Borba foi lugar de muitos acontecimentos notáveis da nossa história. Um dos principais foi o enforcamento do governador do castelo, Rodrigo da Cunha Ferreira, e de mais dois capitães portugueses da guarnição, no verão de 1662, após a invasão vitoriosa do exército de D. João da Áustria. Este terá mandado cometer o atroz acto como vingança pela morte de três capitães, um sargento e 20 soldados das suas forças, além de 50 feridos. A memória dos povos guardou a efeméride na tradição toponímica, com a "Rua dos Enforcados", que passou depois a chamar-se Rua Direita. Não contente com a sua represália, D. João da Áustria mandou ainda incendiar os Paços do Concelho e o Cartório Municipal, perdendo-se todos os manuscritos antigos da história de Borba.
Em 1383-1385, também Borba se viu envolvida nas campanhas da Independência, com destaque para os acontecimentos transcorridos durante a ocupação dos aliados ingleses do Duque de Lencastre e a cilada de Vila Viçosa, onde perdeu a vida Fernão Pereira, irmão de D. Nuno Álvares Pereira, que fizera quartel general em Borba e foi seu primeiro donatário, por mercê de D. João I.
Em 1483, D. Afonso Henriques, filho de D. Fernando da Trastâmara, senhor de Barbacena, foi amerceado por D. João II com a alcaidaria de Borba, então confiscada aos duques de Bragança.
Em 1665, Borba esteve ocupada por três regimentos de infantaria e um terço de cavalaria, e a população sofreu novamente o pânico da terrível invasão, que desmoronou no campo de Montes Claros, com a derrota dos exércitos de Filipe IV.
Em 1708, o general de artilharia João Furtado de Mendonça, governador da cidade de Elvas, era comendador de Borba.
Em Junho de 1711, a vila sofreu os incómodos da ocupação militar do general espanhol D. Domingos de Ceo, que impôs à população um elevado imposto de guerra.
Durante a Guerra Peninsular levantou-se em Borba um grupo de milicianos que figurou na defesa de Évora, em 29 de Junho de 1808. Pouco depois, entre 1809 e 1811, na vila se alojou uma brigada escocesa do exército anglo-luso de Beresford.

Bandeira de Borba

Heráldica

Brasão: de prata, com um castelo de vermelho aberto e iluminado do campo, acompanhado por duas sovereiras de verde troncadas de negro saintes de um terrado de negro realçado de verde, cortado de três faixas ondadas, duas de prata e uma de azul, com dois barbos de prata afrontados. Em chefe, uma cruz de Aviz de verde, acompanhada de dois crescentes de vermelho. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres «Vila de Borba» de negro.

Bandeira: de vermelho, com cordões e borlas de vermelho e de prata. Haste e lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres «Câmara Municipal de Borba».


Cultura e Turismo :

            Em termos culturais, Borba assume-se como um concelho particularmente dinâmico. As actividades culturais são abundantes e diversificadas. Anualmente realiza-se, neste concelho, um leque bastante diversificado de actividades culturais, nomeadamente, certames temáticos (Festa da Vinha e do Vinho, Feira do Queijo e Feira das Ervas Alimentares), cinema e teatro (Cine-Teatro de Borba), exposições, feiras do livro,  cursos, seminários e colóquios (Celeiro da Cultura), romarias, festas populares e religiosas (festas em honra do Senhor Jesus dos Aflitos, Santa Bárbara, S. Gregório, etc.). A estas actividades já realizadas algumas mais irão nascer, fruto da criação de novas infra-estruturas que dotaram o concelho de melhores equipamentos, nomeadamente, o Palacete dos Melos (biblioteca, videoteca, espaço internet, oficina da criança, etc.); Fórum Transfronteiriço (cursos, seminários, jornadas, exposições, palestras, simpósios), Pólo Universitário (cursos, simpósios, seminários, etc.).  Em madeira, pedra mármore, cortiça ou couro, o artesão serve-se dos materiais que tem à mão para conceber e dar corpo aos magníficos artefactos populares.
Nestas coisas, são os mais velhos os que têm mais sabedoria, mais paciência e mais tempo para dedicar à arte ímpar de criar objectos a partir de materiais típicos da região.
Trabalham as suas peças ao vivo, nos certames e nas exposições da especialidade, e demonstram enorme orgulho em ensinar a sua arte aos mais novos.





Gastronomia :

         Sopa de cação, sopa da panela, sopa de tomate, sopa de beldroegas, açorda, gaspacho, caldo verde, grãos com cardos, feijão com alabaças, sopa de hortelã, grão com arrabaças, Cação de coentrada, cação frito, Ensopado de borrego, borrego assado no forno, cozido de grão à Alentejana, feijão branco com cabeça ou orelha de porco, burras assadas, migas com carne de porco à Alentejana e na doçaria o Doce regional de Borba, sericaia, sopa dourada, pão de rala, encharcada, azevias, nógados, bolo de mel, arroz doce.