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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Viagem e visita ao Parque Natural do Alvão


Localização

        Abrangendo parte dos concelhos de Vila Real e Mondim de Basto, ocupa uma área de 7.220 hectares no maciço montanhoso que lhe dá o nome, a Serra do Alvão e explana-se sobranceiro à bacia hidrográfica do Rio Olo. Barreira que separa Trás-os-Montes do Minho, pela sua direcção norte-sul, é um vasto conjunto de montes cobertos de vegetação, oferecendo a quem o visita panoramas magníficos. 





História

         Criado a 8 de junho de 1983, segundo o Decreto-Lei n.º 237/83, o Parque Natural do Alvão ocupa uma área de 7 365 hectares, e integra parte dos concelhos de Mondim de Basto e Vila Real. 
Do Minhéu, a norte, até aos Padrões da Teixeira, a sul, alonga-se o conjunto montanhoso constituído pelas serras do Marão e do Alvão, meia centena de quilómetros de penedos que se estendem de nordeste para sudoeste e cujas linhas de cumeada nunca descem dos 900 m de altitude. Fronteira orográfica, mas também uma fronteira climática em que se alicerça parte importante da distinção que se faz entre um norte de feição atlântica e a continentalidade que se associa às regiões transmontanas. Do Gerês ao Marão, ergue-se a Barreira de Condensação, que representa um obstáculo para os ventos húmidos vindos do Atlântico.
As águas do rio Olo percorrem toda a vertente oeste da serra. O Alvão leva o rio para sudoeste, através de um trajeto irregular e as suas águas deixam o Parque a jusante de Ermelo, descrevendo uma apertada curva para norte, a caminho do Tâmega. O Olo nasce a 1250 m de altitude e, no seu troço inicial, corre num vale relativamente largo, alimentado por inúmeras linhas de água de carácter torrencial e sempre acompanhado pelas cristas mais elevadas da serra do Alvão. Depois de atravessar a bacia de Lamas de Olo, o rio flete para noroeste. Mais adiante, o vale torna-se mais apertado, sendo parte das águas capturada acima das Fisgas do Ermelo e desviadas para a ribeira da Fervença. Mais para jusante, o Olo correndo em vale encaixado, segue para sudoeste, abandonando o Alvão, depois de percorrida boa metade do seu curso. O rio explica o relevo, já que o seu leito conduz através do essencial da morfologia do Alvão: zona montanhosa e planáltica, acima dos 1000 m de altitude, onde nascem as principais linhas de água e limite sudoeste da bacia do Tâmega; a zona de transição, com vales apertados e quedas de água; e a zona basal, em que sobressai o vale bastante aplanado do Ermelo, com altitudes na ordem dos 400 metros. O Alto das Caravelas (1339 m), ponto culminante do Alvão, situa-se no limite oriental do Parque Natural, fazendo parte da escarpa rochosa com que o planalto se precipita sobre os vales do Corgo e do Cabril. Manchas de granito que assumem as mais variadas formas ocupam o essencial da área oriental do Alvão, destacando-se em termos de paisagem a zona de Arnal, onde se podem observar os relevos da denominada "catedral de Arnal". Bancadas de rochas metamórficas (xistos, quartzito) surgem por sua vez na área ocidental da serra: bancada de quartzito das Fisgas ou os flancos de xisto do vale da ribeira da Fervença, toda ela moldada por socalcos, no que diz respeito à flora, carvalhos e vidoeiros representam uma área coberta pouco importante em termos de superfície, possuindo, no entanto, um valor quer ecológico quer paisagístico muito importante. As áreas ocupadas por resinosas - pinheiro-bravo, pinheiro-silvestre, pinheiro-larício, pseudotsuga -, em povoamentos contínuos ou dispersos, representam outro tipo de coberto arbóreo visível no Parque Natural.
Para além das áreas arborizadas e dos inúmeros afloramentos rochosos, a serra do Alvão caracteriza-se pela presença de extensas áreas de incultos, em que se incluem as zonas de pastoreio, cobertas no essencial por gramíneas espontâneas, e os matos. Estes últimos, povoados por estevas, giestas e sargaços, tojos, urzes e carquejas, representam formações arbustivas cuja importância é frequentemente negligenciada. Os matos são também alimento e cama para o gado, fertilizantes do solo após mistura com os excrementos dos animais, combustível para os homens, suporte essencial da atividade apícola, elemento importante no combate à erosão e na regularização do regime hídrico.
No respeitante à fauna, as falésias e escarpas abrigam falcões e andorinhas-das-rochas, nos matos imperam os passeriformes, a felosa-do-mato, a estrelinha-real, a trepadeira-azul, a carriça e o chapim-real, entre outros. Nas linhas de água surge o melro-d'água, ocorrendo também a lontra e a toupeira-d'água, enquanto que nos solos mais pobres se podem observar rabirruivos, a petinha-dos-campos e o melro-das-rochas. O coelho e a raposa são os mamíferos de maior porte hoje em dia presentes na zona serrana, enquanto nas linhas de água se podem encontrar trutas, bogas, escalos e barbos. No Alvão, os animais domésticos, nomeadamente o gado, assumem particular importância, pois representam um poderoso elemento organizador da vida económica e social. A cabra representa o essencial do efetivo pecuário, chegando, em Lamas de Olo, no Ermelo e em Fervença, a atingir a quase totalidade das cabeças de rebanho. Alimentando-se de espécies vegetais espontâneas e adaptada às condições adversas da montanha, as cabras são uma nota permanente nos extensos baldios da zona serrana, para além da cabra, o boi-maronês é característico dos planaltos do Alvão, entre o Tâmega e o Vale de Aguiar. A paisagem do Alvão lembra o Entre Douro e Minho, quer na arquitetura quer na presença de espigueiros, na cultura do milho e da vinha-de-forcados. Oliveiras, espécies frutícolas e pastos para o gado completam um quadro que se assemelha à policultura do Noroeste.



O que visitar

          A sua paisagem, marcada predominantemente por matos baixos, e agrestes afloramentos rochosos, associados às áreas de baldios, onde se apascenta a cabrada, aqui e ali ponteada pela floresta, pinheiros, carvalhos e sobreiros, áreas de cultivo, centeio, milho e batata, e lameiros, onde se cria o gado maronês, num perfeito enquadramento de ecossistema de altitude, é pois caracterizada pela agro-silvo-pastorícia associada aos pequenos aglomerados populacionais. Ao lado dos carvalhais que dominam as zonas mais elevadas, há plantas raras como a Rorela, uma espécie carnívora que medra nos terrenos encharcados e margens dos cursos de água onde se associa o vidoeiro, bem como a aveleira, o azevinho, o castanheiro e o loureiro formando bosques mistos de folhosas. Para os que querem descobrir a pujança da Natureza e apreciar penedias de xisto rebrilhando ao sol, subir montes escarpados, percorrer vales verdejantes onde correm regatos de águas frias e cristalinas, o Alvão tem muito para oferecer. Para além do ponto culminante do Alto das Caravelas, com as suas escarpas rochosas que se precipitam sobre os vales do Corgo e do Cabril, os montanhistas encontram significativos desafios nas fragas do Alto do Fojo, uma proeminência que domina o anfiteatro rochoso das cascatas das Fisgas do Ermelo, por onde se precipita o rio Olo após escavar um leito muito apertado numa barreira de resistentes quartzitos. Por entre os horizontes largos e paisagens de prender o fôlego, onde o património construído é, indiscutivelmente, de elevado valor, quer pela riqueza das suas formas, quer pelo seu estado de preservação e onde a mesma pedra, granítica e xistosa, que sustém os socalcos em Fervença, serviu para a construção das casas, palheiros,  espigueiros, capelas, moinhos, azenhas, muros e aquedutos e embelezar os povoados, a mão do homem moldou a paisagem, com os  materiais da região e adaptou-a às suas necessidades da vida rural.
Mas é a água, cantando nos ribeiros, saindo dos moinhos, ou remansando na área das barragens do Alvão, que dá uma nota de frescura permanente à paisagem serrana O Parque Natural do Alvão, para além de uma intensa paisagem granítica, de beleza áspera e serrana, em especial o caos granítico das Muas/ Amal e a aldeia de Arnal, dos panoramas proporcionados pela estrada entre Agarez e Arnal, ou entre Vila Real e Mondim de Basto, constitui um paraíso para os apreciadores da pesca e principalmente para as caminhadas por trilhos que percorrem estas belas paisagens naturais e testemunhar modos de vida onde a tradição ainda tem grande valor.
Numa paisagem tipicamente de montanha onde o isolamento e o trabalho árduo são elementos fortemente marcantes da actividade humana, marcada pela actividade agro-silvo-pastoril, que caracteriza o seu património cultural, surgem-nos as aldeias caracteristicamente alcantiladas nas encostas da serra: Anta, Arnal, Assureira, Barreiro, Dornelas, Ermelo, Fervença, Lamas de Olo, Pioledo e Varzigueto, são nomes de aldeias aninhadas na serrania, ainda com casas cobertas por colmo ou ardósia, pitorescos espigueiros, costumes antigos.
Agarez - Pitoresca e antiga aldeia serrana na encosta de Serra do Alvão, fértil de lendas e tradições. Por entre o seu típico casario destaca-se a secular ermida de São Torcato. Perto, em Lordelo, interessante torre medieval, pelourinho e solar.
Ermelo - Junto da estrada que liga Vila Real a Mondim de Basto, é o ponto de partida para duas actividades bem diferenciadas: a pesca da truta no Rio Olo, actividade a desenvolver, na época própria, a partir da ponte da Infesta, sobre aquele rio ou o inicio do percurso a fazer a pé (grande grau de dificuldade), de bicicleta, moto ou carro para ir ao encontro do Alto do Fojo e das quedas de água das Fisgas, passando pelas aldeias de Fervença e Barreiro. De origem secular, este aglomerado apresenta típicos exemplares da arquitectura rural da Serra, com as pitorescas casas feitas de xisto e cobertas de lousa, enquadradas pelo arvoredo e campos de cultivo. Antiga vila medieval e sede de concelho, como o atesta a “Casa da Câmara” e o pelourinho, continua a manter algumas das suas tradições etnográficas e culturais, bem patentes nos lagares de vara, nos espigueiros, nas levadas para regadio, na igreja paroquial, com torre sineira e adro e nas cruzes graníticas da via sacra. Teve o seu primeiro foral no longínquo ano de 1196.
Lamas de Olo - Num arquiplano situado no alto da serra do Alvão, surge-nos o vestuto casario de paredes graníticas, tradicionalmente coberto de colmo a duas águas, interessantes espigueiros longilíneos e moinhos, especial destaque para a curiosidade do moinho da Cruz, com o seu tosco, mas belo aqueduto e estranha localização no topo da serra.

As cascatas, Pequenas quedas de água de azul cristalino, contrastando com o tom cinzento das penedias onde vão talhando com perseverança o seu caminho.
Cascata de Saião - Ou de Agarez, como é mais conhecida, com apenas oito metros de altura, é uma das mais curiosas de Portugal, devido ao seu exotismo. Localiza-se na freguesia do mesmo nome, no centro da Serra do Alvão, em zona de difícil acesso sendo necessário percorrer caminhos estreitos, difíceis e rudes, recheados de rochas desgastadas pela erosão e frondosas árvores que descaem para o caminho.


Cascata de Fisgas do Ermelo - Uma das maiores quedas de água de Portugal e da Europa. Tem cerca de 200 metros de extensão, não se precipitando numa vertical absoluta, mas sim através de um profundo socalco cavado, ao longo dos milénios da sua existência, pelas águas calmas e perseverantes do rio Olo, de águas límpidas, propícias à truta e em certos trechos com farta vegetação ribeirinha.


Cascata de Galegos da Serra - Na freguesia de Vila Marim, nos limites da área protegida do Parque Natural do Alvão, por entre uma paisagem de aspecto rude, com grandes lajes graníticas profundamente desgastadas pela erosão e caminhos estreitos e difíceis. Tem oito metros  de altura, remansando a água num pequeno lago à saída. 

Percursos Pedestres

Percurso pedestre Agarez - Arnal - Agarez
Percurso pedestre circular, com caminhos de pé posto, carreteiros e troços de estrada alcatroada. 

Breve descrição : 
Para quem gosta de longas caminhadas em contacto com a Natureza, este percurso oferece paisagens de rara beleza,  permitindo o contacto com o mundo rural e um vasto património natural e cultural. Saindo da aldeia de Agarez, o percurso desenvolve-se pela área serrana de Galegos da Serra, junto à ribeira de Arnal, de vale muito encaixado e profundo. Com excelente panorâmica sobre toda a zona envolvente e mesmo sobre a cidade de Vila Real, nele se encontram duas aldeias ladeadas de campos agrícolas, de rebanhos de cabras e de vacas da raça maronesa em pastoreio. Do alto da "Escola Ecológica" contemplam-se os cabeços graníticos do Arnal.
Pontos de interesse
Paisagem de grandes contrastes entre verdes campos e declives rochosos, Arquitetura tradicional de Galegos da Serra e Arnal, Caos granítico de Arnal e  amplas vistas sobre a cidade de Vila Real e regiões circundantes.

Acesso: a partir da IP4 -  saída Vila Real / hospital, seguir direção hospital / Lordelo / Agarez.
Ponto de partida e chegada: estrada municipal nº 1214 entre Agarez / Arnal.
Partida: caminho pedestre à saída de Agarez no sentido de Galegos da Serra.
Chegada: Arnal.
Extensão: 6,5 km. 
Duração: 3 horas (aproximadamente). 
Dificuldade: alta. 
Cota mínima e máxima: 700 m e 1.000 m.
Apoios: parque de merendas, antes do desvio para Galegos da Serra, na proximidade da queda de água do moinho de Galegos. Café e telefone (Agarez e Galegos da Serra). Com marcação prévia, possibilidade de estadia no Centro de Acolhimento do Parque Natural do Alvão, em Arnal.  



Onde ficar

Casa das Vinhas - A Casa das Vinhas é uma casa de campo recuperada com bom gosto, aliando a sua traça e características tradicionais ao conforto dos nossos dias.
Esta casa tem 1 confortável quarto duplo, casa de banho completa, sala de estar e jantar e cozinha. A casa ainda dispõe de uma área exterior totalmente vedada com barbecue, uma mesa e cadeiras para refeições para poderem passar momentos agradáveis e repousantes.
A Casa das Vinhas está equipada com Fogão e forno; Microondas; Torradeira; Frigorífico; Máquina de café Nescafé Dolce Gusto; Roupa de cama, de banho e louça; Tv e Barbecue.
A casa está a 1,5 km da piscina descoberta pública de Codessoso e está a 400 metros da Ecopista da Linha do Tâmega.
A casa das Vinhas está situada na freguesia de Codessoso, dista 9,8 Km da sede do concelho de Celorico de Basto, cerca de 71,3 Km do Porto pela auto-estrada A4 e 43,7 Km de Guimarães pela N101.

CONTACTOS
Tlm: 914 880 608||967 633 808
E-mail: info@cameliasdebasto.com
Morada: Celorico de Basto

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