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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Viagem e visita ao concelho do Seixal

Brasão de Seixal

Localização

        O Seixal é uma cidade portuguesa pertencente ao Distrito de Setúbal, região de Lisboa e sub-região da Península de Setúbal, é sede de um município com 93,58 km² de área, subdividido em 6 freguesias. O município é limitado a este pelo município do Barreiro, a sul por Sesimbra, a oeste por Almada (com quem mantém uma forte afinidade) e a norte pelo estuário do Tejo, através do qual tem ligação a Lisboa. O concelho do Seixal possui um grande braço do Tejo, com o sapal de Corroios a oeste e o rio Judeu a leste.


História

         Da história remota da sede do Município pouco se sabe. Contudo, esta cidade terá tido origem, muito provavelmente, num pequeno núcleo de pescadores e o seu nome poderá estar associado à grande quantidade de seixos existentes nas praias ribeirinhas que seriam utilizados como lastro nas embarcações.
Foi no Seixal que os irmãos Vasco e Paulo da Gama construiram as embarcações para a viagem até à Índia. Enquanto Vasco da Gama estava em Lisboa a preparar a viagem, Paulo da Gama comandava os carpinteiros e calafates na construção das naus. Estêvão da Gama, pai dos navegadores, foi comendador do Seixal.
No início do século XVI, a população rondava as três dezenas de fogos e no dealbar do século XVIII, o número de habitantes ascendia a cerca de 400 pessoas. Actualmente, o Concelho tem 180 mil habitantes.
A organização administrativa e territorial do Seixal sofreu várias alterações ao longo dos tempos. Assim, na época de Quinhentos, o povoado do Seixal fazia parte da freguesia de Arrentela, estando incluído no termo de Almada. Só após a revolução liberal, na sequência da reforma administrativa de 1836, no reinado da Rainha Dona Maria II, é que viria a ganhar direitos de concelho. Contudo, em 1895, viria a ser extinto.
A Freguesia de Amora foi então integrada no concelho de Almada e as de Arrentela, Aldeia de Paio Pires e Seixal no concelho do Barreiro. Três anos mais tarde, o concelho do Seixal foi de novo instituído, passando também a abranger a freguesia de Corroios, criada em 1976.
As alterações de estatuto administrativo acompanharam a evolução e desenvolvimento das povoações. O Terramoto de 1755 fez-se sentir violentamente no Seixal, tendo obrigado as populações ribeirinhas a procurar refúgio nas barrocas do Conde de Vila Nova. A reconstrução foi lenta.
A partir da segunda metade do século XIX, começou a registar-se um significativo surto de desenvolvimento económico e industrial, com a instalação de diversas unidades fabris (têxtil, vidro e cortiça). Ficaram conhecidas a Companhia de Lanifícios de Arrentela, a vidreira Fábrica da Amora e as corticeiras Mundet e Wicander. Há cerca de 100 anos, o Seixal era o principal centro corticeiro do País.Nos anos sessenta, a instalação da Siderurgia Nacional (inaugurada em 1961) e a ponte sobre o Tejo (1966) deram um novo impulso ao desenvolvimento económico do Concelho, com grande incidência no crescimento demográfico e na alteração profunda das suas características urbanísticas.
Em 27 de Maio de 1993, é criada a freguesia de Fernão Ferro, resultante da subdivisão da antiga freguesia de Arrentela. Em 20 de Maio do mesmo ano, as vilas do Seixal e Amora adquirem o estatuto de cidade e Corroios ascende a vila.
A presença do Tejo neste concelho, nomeadamente da Baía do Seixal, condiciona o aparecimento de um conjunto de profissões - pescadores, marinheiros, moleiros, calafates, carpinteiros de machado - que, durante anos, constituíram o principal modo de vida das populações.
A fisionomia urbana do Concelho foi também definitivamente marcada pela presença do rio, com a construção de moinhos de maré, estaleiros navais e de actividades ligadas à pesca, tais como a antiga seca do bacalhau na Ponta dos Corvos.

Bandeira de Seixal

Heráldica

Brasão: escudo de vermelho, uma muleta de azul realçada de ouro, mastreada e encordoada do primeiro e vestida de prata, vogando em três faixetas ondadas, duas de azul e uma de prata, acompanhadas por seixos de prata realçados de negro. Em chefe, uma enxó cruzada com um machado sobre o macete, tudo de ouro. Coroa mural de prata de cinco torres. Listel branco com a legenda em maiúsculas a negro: "SEIXAL".

Bandeira: gironada de oito peças de amarelo e azul. Cordão e borlas de ouro e azul. haste e lança de ouro.

Selo: circular, com as peças do escudo sem a indicação de cores e metais, tudo envolvido por dois círculos concêntricos, onde corre a legenda: "Câmara Municipal do Seixal".

Cultura e Turismo

             Cidade plana que motiva o cicloturismo e, como tal, conta com uma ciclovia ao largo da baía ligando as cidades de Amora e Seixal, passando pelas localidades do Seixal, Arrentela e Amora.
Local onde Vasco da Gama e Paulo da Gama construíram a sua frota marítima para se deslocar até à Índia, conta com inúmeras quintas senhoriais, com um património riquíssimo testemunho dessa época (Quinta da Fidalga, Quinta do Álamo, Quinta da Trindade, Quinta de São Pedro, Quinta de Cheiraventos, etc.).
Terra de pescadores, viveiro de músicos, o Seixal e a Amora têm presente a qualidade artística das melhores bandas filarmónicas nacionais, tais como a Sociedade Filarmónica União Arrentelense, a Sociedade Filarmónica Operária Amorense e a Sociedade Filarmónica Timbre Seixalense.
Ao passear pelo Seixal por terra, visite o núcleo histórico com destaque para a Praça Luís de Camões, Patio do Genovês, Largo da Igreja, Praça dos Mártires da Liberdade e Rua Paiva Coelho, não esquecendo de saborear a magnífica gastronomia. Quando o visitar à beira-rio, deslumbre as embarcações típicas do Tejo e a vista sobre Lisboa.



Gastronomia

            A gastronomia seixalense estava dependente do que se produzia no solo, do que se pescava no mar e no rio e dos animais que se criavam. De facto, no início do século XX, o Seixal era um concelho rural e agrícola, onde se produziam frutas, legumes, vinho e azeite.
Dos cereais, o milho era o mais produzido, sendo no entanto também cultivado o centeio, a cevada e a aveia. Como culturas hortícolas de sequeiro, o tomate era o mais abundante, seguido pelo feijão, a fava, a ervilha e o grão-de-bico. Relativamente a culturas de regadio, era possível encontrar a couve, o repolho, o nabo, a cenoura e o feijão-verde. As culturas frutícolas eram essencialmente de laranjeiras e limoeiros. Havia também no concelho figueiras, macieiras, pereiras e nespereiras, damasqueiros e ameixoeiras. No estuário do Tejo, devido à proximidade com o Mar da Palha, existiam tainhas, enguias, robalos, peixe-rei, caboz, marinha, sardinha, linguado, patruça, xarroco, sargo, dourada, ruivo, salmonete, corvina, choco, lambujinha, camarão, camarinha, caranguejo, lagostas, santolas, navalheiras, berbigão e ostras. Todos estes elementos foram fundamentais para a riqueza gastronómica que o concelho do Seixal possui. Aliado ao percurso demográfico que sucedeu no concelho, pode afirmar-se que o Seixal, para além da riqueza patrimonial natural, possui também uma grande riqueza cultural, que deve ser valorizada e preservada.
A diversidade gastronómica do concelho deve-se ao facto de aqui se terem fixado homens e mulheres oriundos sobretudo das Beiras e do Alentejo, que trouxeram consigo o saber, adaptando-o aos recursos agrícolas e piscatórias existentes. 
Desta forma, foram implementados novos hábitos alimentares nesta região, hábitos esses que permanecem até hoje, resultando na riqueza gastronómica que o Seixal possui, tais como a feijoada de choco, a caldeirada, a massa de peixe, as enguias fritas e o ensopado de enguias.
Na doçaria tradicional encontramos os Pastelinhos de Santa Marta, o doce eleito do concelho, após o concurso de apuramento, que decorreu em 2006, inserido na 14.ª edição da Festa da Gastronomia do Seixal. Consta que eram confeccionados e vendidos em ocasiões festivas, especialmente durante a Festa de Santa Marta de Corroios, que viria a realizar-se até aos primeiros anos do século XX. A secular receita, que inclui farinha, açúcar, ovos, limão, canela e amêndoa, chegou ao conhecimento da proprietária do Restaurante O Virgílio como tendo sido duma anciã, de seu nome Henriqueta de Paiva, antiga residente na Quinta da Cabouca, no Alto do Moinho. Consta, da tradição oral do local, que esta senhora, nascida por volta de 1860 e que terá morrido na década de 1940, confeccionava os Pastelinhos de Santa Marta para consumo caseiro e em ocasiões festivas.
                                                                                                        Caldeirada de Peixe 
Caldeirada de peixe Pastelinhos de Santa Marta
Pastelinhos de Santa Marta 

Feijoada de Choco
Feijoada de Choco