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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Viagem e visita ao concelho de Grândola

Brasão de Grândola, Portugal


Localização

         Grândola é uma vila portuguesa no Distrito de Setúbal, região (NUTS II) do Alentejo e sub-região (NUTS III) do Alentejo Litoral, é sede de um município com 805,00 km² de área e subdividido em 5 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Alcácer do Sal, a leste por Ferreira do Alentejo, a sul por Santiago do Cacém, a oeste tem um longo litoral no oceano Atlântico e a noroeste o Estuário do Sado separa-o do município de Setúbal.




História :

       De acordo com as escavações e estudos até agora realizados, a presença humana no território grandolense remonta, pelo menos, ao Mesolítico, período a partir do qual existem estações arqueológicas de quase todas as épocas posteriores. De realçar que, na Antiguidade, o período Romano foi, muito possivelmente, aquele em que o espaço grandolense atingiu os maiores índices de povoamento e desenvolvimento económico e social.
Após a formação do espaço nacional, o território ficou a pertencer ao termo de Alcácer do Sal e, na sua maior parte, à Ordem Militar de Santiago da Espada. A primeira medida, que abriu a porta à posterior instituição do concelho e ao desenvolvimento deste espaço, foi a criação da comenda de Grândola, por volta de 1380 (no reinado de D. João I). Na sequência deste acontecimento, e da política de povoamento levada a efeito pelos reis e pela Ordem de Santiago, o território grandolense começou a progredir. Foram distribuídas terras, edificadas as primeiras ermidas e moinhos, e o lugar da Gramdolla adquiriu o estatuto de aldeia. Nos finais da época medieval, a aldeia de Grândola tinha cerca de 150 habitantes, e a Comenda, no seu conjunto, cerca de 900, distribuídos por cerca de 220 fogos. Em franco progresso, a população da Comenda solicitou, a D. João III, que atribuísse a Grândola a Carta de Vila e a libertasse da tutela de Alcácer do Sal, o que veio a suceder a 22 de Outubro de 1544. Na sequência desta atribuição, foi criado o Concelho (no espaço da Comenda) que foi dividido em três freguesias: Grândola, Bayrros e Santa Margarida da Serra. (De referir que, entre 1544 e 1855, o Concelho era menos extenso e interior).
Com a autonomia municipal, o Concelho entrou numa fase decisiva da sua História, e passou a dispor de dois juízes ordinários, três vereadores, um procurador, dois almotacés, um escrivão, três tabeliães, um juiz dos órfãos, um alcaide-pequeno, várias Quadrilhas (com funções de polícia) e três companhias de Ordenanças. Até finais do século XVI, a Vila viu surgir algumas construções emblemáticas, como os paços do concelho, a cadeia, o pelourinho, o 1.º hospital, o celeiro da comenda, a Santa Casa da Misericórdia e algumas ermidas e igrejas. Há, ainda, notícia de, em 1579, ter sido instituído um celeiro comum, que funcionou até cerca de 1880, e teve como função o empréstimo de cereais para sementeira a lavradores pobres, e a juros reduzidos.
Por volta de 1600, a população do concelho rondava as 1550 pessoas, e Grândola, principal núcleo urbano, tinha cerca de 480 (distribuídas por 120 fogos). Progressivamente, nos dois séculos seguintes a população aumentou e, em 1798, foram recenseados cerca de 4000 habitantes, distribuídos por cerca de 977 fogos. Em termos económicos, continuaram a prevalecer as actividades tradicionais, nomeadamente a cerealicultura, a vitivinicultura (na várzea de Grândola), a pecuária e a caça. No que se refere a indústrias, há que realçar a moagem, a tecelagem, a construção civil, a produção de vestuário e calçado e, em menor escala, a tanoaria, a olaria e a cerâmica. Na 2.ª metade do século XIX apareceram duas actividades que alteraram o perfil económico e social do Concelho: a indústria mineira (com início em 1863 no Canal Caveira e mais tarde no Lousal) e a indústria corticeira. O comércio, ligado essencialmente às actividades económicas tradicionais e à transacção de bens de primeira necessidade, foi outra das actividades que teve um desenvolvimento progressivo, ainda que lento. Em 1513 já havia uma estalagem no Concelho (na Anisa) e as primeiras feiras anuais, a de Santo António e a de S. Lourenço, começaram a realizar-se a partir de 1642. De realçar, que em 1855, decorridos mais de quatro séculos sobre a sua criação, o Concelho viu aumentado o seu território, com a anexação das freguesias de Melides e de São Mamede do Sádão, e as suas fronteiras atingirem o litoral. Na sequência desta anexação e das alterações económicas e sociais entretanto verificadas, a população continuou a aumentar. Em 1864, foram-lhe atribuídos 5553 residentes, distribuídos pelas suas quatro freguesias (Azinheira dos Barros e São Mamede do Sádão, Grândola, Melides e Santa Margarida da Serra), em 1890 o seu número aumentou para 6887 e, em 1900, para 7539. 
Na história deste concelho, o século XX foi, sem dúvida, aquele em que se verificaram as mais significativas mudanças económicas, demográficas e sociais.
Ao nível da Agricultura assistiu-se ao incremento da cultura de cereais, nomeadamente do trigo, fomentada pela política proteccionista e ruralista do Estado Novo, que teve o seu auge durante a chamada Campanha do Trigo. Nas várzeas de Melides e do Carvalhal, adquiriu crescente expressão a cultura do arroz.
Beneficiando da construção da linha férrea do Vale do Sado, a indústria corticeira ganhou um novo impulso, e surgiram dezenas de fábricas de diversa dimensão (a maior, de Inocêncio Granadeiro, chegou a ter mais de 300 trabalhadores). Se bem que as minas da Caveira tivessem entrado em declínio e encerrado, as do Lousal, sob a égide do grupo Mines et Industries, criado em 1936, aumentaram os níveis de exploração, e fizeram do local um pólo de desenvolvimento que, em 1960, atingiu cerca de 2 000 habitantes.
Devido a este surto de crescimento económico, instalaram-se no Concelho milhares de pessoas, que fizeram disparar os índices demográficos. Assim, a população, que atingia as 7801 pessoas em 1900, subiu sucessivamente para 10246 em 1911, 11159 em 1920, 13677 em 1930, 17566 em 1940, e 21216 em 1950, ano em que foi atingido o máximo demográfico. Com o aumento do número de trabalhadores rurais, operários e mineiros, a elevação da consciência política, o agravar das condições de vida e a repressão salazarista, vieram as greves e outras manifestações populares. Foi elevado o número de pessoas detidas por razões políticas, o que trouxe a Grândola a fama de terra revolucionária. O aumento populacional contribuiu, ainda, para o aparecimento de Associações culturais, desportivas e recreativas, nomeadamente na sede do Concelho e, entre elas, a Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, que inspiraria a José Afonso a célebre canção Grândola Vila Morena.
Após décadas de crescimento e desenvolvimento, o Concelho viu abater-se sobre si o espectro de uma grave crise, que desmantelou as suas principais estruturas económicas e de suporte social. O fim do proteccionismo e dos incentivos contribuiu para a diminuição da produção de cereais e do número de agricultores, o que levou ao despovoamento progressivo das zonas rurais do Concelho. A indústria corticeira, sob a pressão da concorrência dos grandes grupos económicos do sector, viu encerrar as suas fábricas e tornou-se residual. A extracção mineira, que atingiu no Lousal o seu auge entre as décadas de 40 e 60, deixou de ser rentável, o que levou ao encerramento das minas em 1988. Devido a esse facto, a povoação mineira sofreu uma drástica redução populacional, e ronda hoje os 300 habitantes. Devido a este conjunto de acontecimentos e, ainda, à repressão política e às guerras coloniais, uma parte significativa da população migrou (península de Setúbal, Lisboa, França, Alemanha e Luxemburgo foram os principais locais de destino). De 21060 habitantes recenseados em 1960, o Concelho passou para 15525 em 1970, 16042 em 1981, e 14417 em 1991. Em concomitância com esta redução, verificou-se a diminuição do número de jovens (e o encerramento de muitas escolas), de trabalhadores activos, e o aumento dos índices de envelhecimento. Com o advento do 25 de Abril de 1974 e as alterações político-sociais daí decorrentes, o Concelho entrou numa nova fase da sua História. Com a Democracia, o poder autárquico adquiriu nova expressão, e introduziu alterações a nível dos equipamentos sociais, que vieram melhorar significativamente a vida da generalidade da população. Esgotados os anteriores, surgiram paradigmas económicos mais consentâneos com as novas realidades. De concelho agrícola, operário e mineiro, Grândola tem vindo, paulatinamente, a transformar-se num espaço de desenvolvimento turístico e de oferta de serviços, apostado na preservação ambiental e na oferta cultural. Sustido o declínio, tem-se verificado, nos últimos anos, um aumento populacional e prevê-se que os grandes investimentos em curso e a crescente procura turística conduzam ao acentuar deste aumento nos anos que se avizinham. Assim, devido à sua localização geográfica, à diversidade e preservação da sua paisagem, à qualidade das suas vias de comunicação, aos investimentos em curso e ao empenho dos seus habitantes, Grândola é, seguramente, um dos concelhos alentejanos com maiores potencialidades de desenvolvimento.

Bandeira de Grândola, Portugal

Heráldica

Brasão: de prata, com um javali passante de negro dentado do metal do campo e acompanhado por dois carvalhos de verde landados de ouro, com troncos e arrancados de negro. Em chefe, uma cruz de ordem de Santiago carregada no cruzamento por um pelicano de ouro ferido de vermelho, alimentando três filhos no ninho, tudo de ouro realçado de negro, acompanhada por duas torres de negro, abertas e iluminadas do campo. Em contrachefe uma faixa ondada de azul. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres «Vila de Grândola», de negro.

Bandeira: esquartelada de amarelo e de negro. Cordões e borlas de ouro e de negro. Haste e lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres «Câmara Municipal de Grândola».


Cultura e Turismo

            O turismo assume-se como uma actividade económica emergente e de importância crescente no concelho de Grândola. Além da sua multiplicidade de recursos turísticos, a sua autenticidade cultural e qualidade ambiental do território conferem-lhe uma posição de grande atractividade para as novas formas e expressões da procura turística nacional e internacional. A costa do Alentejo apresenta-se hoje no continente europeu como um dos melhores exemplos de um litoral pouco intervencionado, mantendo praticamente em toda a sua extensão características biofísicas naturais.
Entre o oceano Atlântico e a planície alentejana, numa extensão de 45 km, desde o extremo da Península de Tróia até à praia da Lagoa de Melides, a costa do concelho de Grândola, é a maior extensão de praia do país, uma mancha contínua de areal. A paisagem litoral é caracterizada por uma costa baixa de extensas praias arenosas, constituídas por vezes pelos sedimentos avermelhados das escarpas arenosas recentes.
Em termos turísticos é, pois, natural que o produto “Sol e Mar” seja o que regista maior procura e o que tenha maior relevância no concelho, estimulado pela aposta na requalificação das praias, na melhoria das acessibilidades e pela perspectiva da implantação de novos empreendimentos. No entanto, Grândola apresenta também vocação para formas menos convencionais e massificadas de turismo, nomeadamente Turismo de Natureza, Turismo Cultural, Gastronomia e Vinhos, Turismo Cinegético e Turismo Activo/Desportivo, o Recreio e as Actividades Náuticas, actividades que, associadas à diversidade e identidade das paisagens características do Alentejo, desde as mais abertas até às mais arborizadas, designadamente as revestidas com povoamentos densos de sobro e azinho explorados em sistema de montado, passando por aquelas em que dominam as culturas permanentes (olival e vinha), fazem com que o Alentejo se diferencie das restantes regiões. Em 2006, no Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT) o Estado catalogou, pela primeira vez, o “Turismo Residencial” como um produto turístico estratégico e prioritário (nalgumas regiões) para o nosso País. Olhando para os projectos de investimento previstos para a faixa litoral do concelho de Grândola constatamos que o peso do produto Sol & Mar enquanto âncora ao turismo residencial irá ser crucial. Tal como o Golfe, uma aposta comum à esmagadora maioria dos resorts previstos para o nosso território.
No entanto, ao contrário do que acontecia há apenas alguns anos atrás, hoje em dia estes já não são os únicos produtos âncora previstos para os projectos turísticos. Vivemos uma altura em que a diferenciação é mais do que uma opção, é uma necessidade e uma tendência patente nos conceitos de lazer. Perante um público-alvo cada vez mais exigente e aberto a viver experiências de lazer únicas aposta-se em conceitos ligados à Gastronomia e aos Vinhos, muitas vezes em ligação com infraestruturas que apelam ao usufruto de uma vivência mais rural, ou às componentes ligadas à Náutica e outras actividades marítimas, ao Wellness através da oferta de SPA ou de cuidados de saúde como oferta complementar às mais diferentes modalidades de turismo. No futuro, a tendência deverá continuar a ser a diversificação e a inovação dos conceitos de lazer. A natureza dotou este concelho de extraordinárias condições naturais, o nosso trabalho é harmonizar a relação entre “os que visitam” e os “visitados”, ou seja a relação entre o turista, as comunidades locais e os agentes de desenvolvimento turístico, honrando “A estratégia de desenvolvimento turístico ideal” (Unesco 1997) que defende “a satisfação das populações locais, o sucesso da experiência turística e as condições óptimas de salvaguarda do património cultural e ambiental”.
Devido às suas condições naturais, o território do concelho de Grândola é dos mais diversificados do distrito de Setúbal, e até mesmo do país. De facto, podem considerar-se nele pelo menos três sub-unidades regionais: a Serra, a Planície e o Litoral, cada uma delas com as suas características específicas. A diversidade faunística é inegável: saca- rabos, gineta, raposa, javali, gato bravo (único local), lebres, coelhos, chapins, perdizes, melros, piscos, cartaxos, rolas, pombos torcazes, pica-pau, águia cobreira, águia - de – asa - redonda, rapinas nocturnas como: mocho galego, coruja das torres, coruja do mato. No que ao coberto vegetal diz respeito, dominam os montados de sobro, azinho ou mistos, os povoamentos mais característicos do sudoeste da Península Ibérica; abundam ainda estevas, medronheiros, rosmaninho, urzes e giestas. Associa-se-lhes uma exploração agro-silvo-pastoril. Com 326 metros no seu ponto mais elevado, a serra de Grândola (que se prolonga pelo concelho de Santiago do Cacém) é uma das componentes naturais mais importantes do espaço grandolense. Diferente da maior parte das serras portuguesas, oblíquas à costa, a de Grândola é paralela a esta, o que dificulta a penetração do ar marítimo, embora contribua para a condensação das nuvens. Integrada na Meseta Ibérica, datada do Carbónico Inferior, é constituída essencialmente por xistos, que em alguns locais se apresentam foliados e noutros de consistência mais dura e compacta. O seu bordo setentrional mergulha sob as formações terciárias da bacia do Sado. Na vertente oriental e na peneplanície que se segue, a sua composição geológia apresenta alterações, nomeadamente a partir da serra da Caveira, onde começa a chamada faixa piritosa do Alentejo (que se prolonga até às proximidades de Sevilha). Foi nesta faixa que se desenvolveu a exploração mineira no Concelho, com especial destaque para as minas da Caveira e do Lousal.
Em termos de perfil, a Serra oferece-nos um relevo de montículos, com altitudes aproximadas. O flanco ocidental, onde encontramos as maiores altitudes – Atalaia (326 m), Clementes (314.m), Outeiro dos Píncaros (309 m), Monte da Pele do Bode (286 m), Vale de Moinhos (281 m) e Silveiras (274 m) – é abrupto. O relevo apresenta-se, também, vigoroso a poente da antiga estrada de Santiago do Cacém, onde os vales estão melhor encaixados. Por sua vez, o flanco oriental desce suavemente até aos Algares (ou Montes Azuis) onde se acentua (chega a atingir altitudes de 187 m na Caveira e 205 m na Casa Nova) para em seguida declinar na direcção da peneplanície alentejana. O seu principal curso de água – a ribeira de Grândola ou rio Davino – de margens arborizadas, percorre um vale de vertentes dissimétricas, tendo a da margem direita um pendor mais acentuado. Do lado nascente da estrada de Santiago, o relevo tem sensivelmente a mesma altitude, e o principal curso de água é a ribeira de Castelhanos (afluente do Davino). De referir, que ambas as ribeiras permanecem em grande parte secas durante o Verão, mantendo apenas água em alguns pegos.
Outra importante zona do Concelho em termos de património natural é o Litoral, onde podemos destacar a plataforma continental, a restinga de Tróia, o estuário do Sado, a costa da Galé, o Carvalhal, a lagoa de Melides, e a planície adjacente que, bordejando a Serra se prolonga depois pela extensa charneca de Grândola.
A plataforma continental é constituída por um suave talude, prolongamento das terras emersas, inclinado ligeiramente para oeste e sudoeste. Os fundos marinhos, arenosos e vasosos, traduzem a acumulação de materiais sedimentares, na sua grande maioria oriundos do desgaste dos relevos continentais.
A península de Tróia, restinga arenosa de forma muito particular, desenvolveu-se devido à protecção a noroeste por parte do Cabo Espichel, que lhe fornece abrigo da ondulação predominante de noroeste. Aqui, ao contrário do que é usual no litoral português, houve um avanço da linha da costa de sul para norte, em resultado da permanente deposição de areias. De formação geológica recente (do período Holocénico), não obstante a sua aparente estabilidade, é um dos mais sensíveis ecossistemas do Concelho.





Gastronomia

          Na cozinha tradicional do concelho de Grândola coexistem dois aspectos fundamentais. Por um lado, o resultante das influências do Alentejo interior, onde predominam os caldos, as açordas, os jantarinhos, os pratos à base de carne de porco e borrego e os pratos de caça; por outro lado, o que deriva das actividades piscatórias artesanais desenvolvidas ao longo da faixa costeira e da proximidade de importantes portos de pesca, resultando em vários pratos de peixe, como por exemplo: as sopas e massa de peixe, as enguias (ensopado, caldeirada ou fritas).
Quanto a vinhos, destaca-se o de Pinheiro da Cruz. Na doçaria, é possível desfrutar das alcomonias e os rebuçados de pinhão de Melides.
                                                                                                           Massa de Peixe 
Massa de PeixeJantarinhos
Jantarinhos 
                                                                                                         Bolos de Rosas 
Bolos de RosasCaldeirada de Enguias
Caldeirada de Enguias