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terça-feira, 27 de agosto de 2013

Viagem e visita ao concelho da Vila do Corvo - Açores

Brasão de Corvo

Localização

           A ilha do Corvo é a menor das ilhas do Arquipélago dos Açores, localizando-se no Grupo Ocidental, a norte da Ilha das Flores. A ela corresponde territorialmente o município do Corvo, o único dos concelhos da República Portuguesa que não tem qualquer freguesia, já que, nos termos do artigo 136.º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores, este nível de divisão territorial não existe na ilha. As funções dos órgãos de freguesia são assumidos pelos correspondentes órgãos municipais. 



História

          Nos mapas genoveses do século XIV, nomeadamente no Portulano Mediceo Laurenziano (1351), é mencionado a "Insula Corvi Marini" (Ilha do Corvo Marinho) entre as sete ilhas que compunham o arquipélago, mas é improvável que esta designação se refira especificamente a esta ilha, apesar de ter sido a origem do nome. É provável ser uma designação para ambas as ilhas do Grupo Ocidental do Arquipélago dos Açores, como parece ser o caso no chamado Atlas Catalão, (c. 1375).
Na fase de exploração portuguesa do Atlântico sabe-se que foi Diogo de Teive quem achou as ilhas do Grupo Ocidental dos Açores, no regresso de sua segunda viagem de exploração à Terra Nova, em 1452. Terá sido descoberta em simultâneo com a Ilha das Flores, já que as ilhas se avistam mutuamente. A sua designação henriquina é Ilha de Santa Iria, mas foi também chamada de Ilhéu das Flores, ilha da Estátua, ilha do Farol, ilha de São Tomás e ainda de Ilha do Marco, tendo este nome persistido durante alguns séculos em razão, de para alguns servir o monte do Caldeirão servir como uma referência geográfica para os marinheiros ou, e mais provavelmente, pelo facto de existir um pequeno promontório a que foi dado o nome de Ponta do Marco, local onde possivelmente terá sido afixado algum padrão como era hábito fazer-se nas novas terras descobertas, apesar da incerteza quanto à data do achamento português da ilha, é seguramente anterior a 20 de janeiro de 1453, data em que Afonso V de Portugal fez doação da ilha, e da vizinha ilha das Flores, a seu tio, Afonso I, Duque de Bragança. A primeira tentativa de povoamento do Corvo foi empreendida por um grupo de 30 pessoas, lideradas por Antão Vaz de Azevedo, natural da ilha Terceira, no início do século XVI, que entretanto culminou com o seu abandono.2 O mesmo sucedeu com um grupo de povoadores, também oriundos da Terceira, liderados pelos irmãos Barcelos. Mais tarde, em meados do século, a 12 de Novembro de 1548, Gonçalo de Sousa, capitão do donatário das ilhas das Flores e do Corvo, foi autorizado a mandar para ilha escravos - provavelmente mulatos, oriundos da ilha de Santo Antão, arquipélago de Cabo Verde - de sua confiança como agricultores e criadores de gado.
Em 1570 foi construída a primitiva igreja. Por volta de 1580, colonos das Flores fixam-se no Corvo, que, a partir de então passou a ser permanentemente habitada, dedicando-se a população à agricultura, à pastorícia e à pesca. Apesar de seu isolamento, a ilha sofreu diversas incursões de corsários e piratas. Os corvinos, entretanto, souberam impor-se, muitas vezes aliando-se aos incursores e participando activamente na sua actividade. Em troca de protecção e dinheiro, a ilha fornecia água, alimentos e homens, ao mesmo tempo que permitia tratar os enfermos e reparar os navios.
Em 1587, o Corvo foi saqueado e as suas casas queimadas pelos corsários ingleses, que haviam atacado as Lajes das Flores. No ano de 1632, a ilha sofreu duas tentativas de desembarque de piratas da Barbária, no local do actual cais Porto da Casa, que na altura ainda era apenas uma baía. Duzentos corvinos usaram tudo ao seu dispor para repelir os atacantes que acabaram por desistir com baixas. A imagem de Nossa Senhora do Rosário foi colocada na Canada da Rocha e daí, diz a lenda que ela protegeu a população das balas disparadas, foi o segundo pároco da ilha, o florentino Inácio Coelho, irmão do cronista frei Diogo das Chagas. Foi ele quem conseguiu que D. Martinho de Mascarenhas, 2.º capitão do donatário, assumisse o sustento do pároco, bem como a ele se deve a presumível redacção e divulgação dos factos e atribuição à Virgem Maria do milagre da vitória dos corvinos sobre os piratas. A partir de então, a imagem passou a ser chamada de Nossa Senhora dos Milagres.
Em 1674 o lugar do Corvo foi elevado a paróquia, sendo o seu primitivo orago Nossa Senhora do Rosário. Antes dessa data, a ilha era visitada anualmente por um padre de Santa Cruz das Flores por ocasião da Quaresma. O primeiro pároco foi o faialense Bartolomeu Tristão. No século XVIII, com a chegada dos barcos baleeiros norte-americanos à Ilha das Flores para recrutar tripulação e arpoadores, uma vez que os corvinos eram apreciados pela sua coragem, iniciou-se uma estreita relação com a América do Norte, que passou desde então a ser o destino de eleição para a emigração corvina e de onde chegaram praticamente todas as novidades à ilha, a qual manteve durante muito tempo uma relação mais estreita com Boston do que com Lisboa. A emigração clandestina era uma constante da vida da ilha, apesar dos esforços repressivos das autoridades portuguesas, preocupadas com a fuga ao serviço militar obrigatório e com a perda de mão-de-obra. Os corvinos tinham de pagar tributo aos seus capitães do donatário e, a partir de 1759, com morte a 8.º duque de Aveiro e conde de Santa Cruz, à Coroa. Foi Mouzinho da Silveira, impressionado pela quase escravidão em que vivia o povo do Corvo, obrigado a comer pão de junça para poder pagar o tributo a que se encontrava obrigado, quem propôs a redução, para a metade, do pagamento em trigo e anulou o pagamento em dinheiro, fazendo assim a felicidade dos corvinos. Manuel Tomás de Avelar foi o chefe delegação de corvinos que foi a Angra do Heroísmo fazer a petição, despertando, pela sua sabedoria e maneiras, o espanto da liderança liberal da Regência de Angra. A impressão foi tal que Mouzinho da Silveira, hoje homenageado como patrono da Escola Básica Integrada do Corvo, anos depois escreveria no seu testamento que gostaria de estar sepultado na ilha, "cercado de gente que na minha vida se atreveu a ser agradecida". O decreto, datado de 14 de Maio de 1832, e assinado em Ponta Delgada por D. Pedro IV, reduziu à metade (20 moios) o pagamento em trigo que os corvinos faziam a Pedro José Caupers, então donatário da Coroa, e eliminou o pagamento em dinheiro de 80 000 réis. Em contrapartida, a Coroa assumiu indemnizar o donatário. O tributo apenas foi completamente abolido em 1835. No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), quando da ofensiva liberal do 7.º conde de Vila Flor (1831), a ilha reconheceu espontaneamente o governo liberal. Pouco depois, Pedro IV de Portugal elevou a povoação do Corvo à categoria de vila e sede de concelho (20 de junho de 1832). O decreto determinou que a nova vila se chamasse Vila do Corvo, e não Vila Nova como por vezes aparece grafado. Antes disso, esteve sob jurisdição de Santa Cruz das Flores, sendo uma das freguesias daquele concelho. Atualmente o dia 20 de Junho é feriado municipal.
Em 1886, o Governador Civil do Distrito da Horta, Manuel Francisco de Medeiros, quando visitou a Vila do Corvo indagou quais eram as suas aspirações. Foi-lhe pedido apenas uma Bandeira Nacional para saudar os barcos que por aqui passavam, durante as suas expedições oceanográficas ao Atlântico, o príncipe Alberto I do Mónaco visitou demoradamente a ilha no seu iate Hirondelle, recolhendo imagens fotográficas de extraordinário interesse, hoje no Museu Oceanográfico do Mónaco e apenas parcialmente publicadas. A ilha foi também visitada em 1924 pelo escritor português Raul Brandão, que com a sua obra Ilhas Desconhecidas muito contribuiu para a mitificação das vivências dos habitantes do Corvo, criando a imagem de uma idílica república comunitária que persistiu até quase aos nossos dias. A partir do início do século XIX assistiu-se ao crescimento constante da emigração para os Estados Unidos e Canadá, com um interregno entre 1925 e 1955, num processo que se prolongou até meados da década de 1980. Em 1938 o Corvo teve pela primeira vez um médico residente, o dr. João Rodrigues Ferreira da Silva, que ali permaneceu até 1945. O actual centro de saúde da ilha ostenta o nome daquele médico.
De 1950 a 1954, O Corvo teve um outro médico residente, Álvaro de Sousa e Brito, que ali viveu com a sua mulher e duas filhas, uma das quais ali nasceu com a assistência do seu próprio pai. O Dr. Álvaro de Sousa e Brito, para além da sua actividade clínica onde de inclui a sua preciosa contribuição para erradicar as epidemias de tifóide na ilha, também contribuiu juntamente com o padre Leoneto Melo do Rego, para desenvolver a banda de música já existente. Para ajudar os rapazes da ilha a terem uma actividade desportiva, iniciou a prática do voleibol. Na década de 1960 a população da ilha viveu em constante oposição ao regime florestal imposto sobre o baldio da ilha, regime esse que levou ao fim da produção de lã, fazendo desaparecer totalmente as ovelhas da ilha, e com elas as tradições ligadas à tosquia, cardagem, fiação e tratamento das lãs, antes aspectos centrais da cultura corvina. Com a inauguração do tráfego aéreo comercial no Aeroporto da Ilha das Flores, em 27 de Abril de 1972, os corvinos começaram a sentir-se menos isolados do resto do mundo. Em 28 de Setembro de 1983, foi inaugurado o Aeródromo do Corvo, (código IATA: CVU) com uma pista de 800 metros de extensão. De início, as ligações aéreas entre o Corvo e a Terceira (Lajes) eram asseguradas por um avião CASA C-212 Aviocar da Força Aérea Portuguesa. A partir de 1991 esta aeronave foi substituída por um Dornier 228-212 da SATA Air Açores, fazendo as ligações com Santa Cruz das Flores, Horta e Terceira (Lajes). O aeródromo é servido quatro dias por semana no período do Verão, e três dias por semana no de Inverno, podendo o número de voos ser alterado se a quantidade de passageiros assim o demandar. 

Bandeira de Corvo

Heráldica

Armas – De prata, com um corvo marinho de negro segurando um peixe de vermelho no bico, pousado sobre um monte de verde, saínte de um ondado de prata e de verde, de três peças; em chefe um açor de negro, realçado de ouro, segurando uma a negro, realçado de ouro, segurando uma quina de Portugal nas garras.

Bandeira – Esquartelada de branco e de negro, tendo no centro o escudo das armas encimado por coroa mural de prata de quatro torres e por baixo listel de prata com os dizeres “Corvo” em letras de negro.

Selo – Redondo, com as peças do escudo soltas e sem indicação dos esmaltes, tendo à volta, entre círculos concêntricos, a legenda “Câmara Municipal do Corvo”.


Cultura e Turismo

            Do património arquitectónico existente, destaca-se a Igreja de Nossa Senhora dos Milagres, construída em 1795, que veio substituir a primitiva ermida. No seu interior, podem admirar-se a estátua da padroeira, obra flamenga do século XVI da escola de Malines, um Cristo em marfim e uma imagem em madeira de Nossa Senhora da Conceição, entre várias outras imagens existentes na igreja.
Além da igreja, é digna de ser visitada a Casa do Espírito Santo, no típico Largo do Outeiro, fundada a 1871, seguindo a traça simétrica típica das Casas do Espírito Santo das ilhas das Flores e Corvo.
Junto ao aeroporto existem os interessantes moinhos de vento típicos do Corvo, classificados como imóveis de interesse municipal. Dos cerca de 7 moinhos que existiram na ilha, apenas 3 moinhos se mantêm em funcionamento, embora já não sejam utilizados para o fim para que foram construídos.
O casario da vila é um verdadeiro museu vivo, também classificado como conjunto de interesse público, onde as pessoas mais antigas preservam no falar expressões arcaicas únicas com uma evolução linguística muito própria. Em duas casas tradicionais cuidadosamente recuperadas foi instalado em 2007 um moderno centro interpretativo cultural e ambiental da ilha, com espaço museológico e galeria para exposições temporárias. Um local a não perder é o Miradouro do Pão de Açúcar localizado na elevação do Pão de Açúcar, infelizmente desfeiteado por uma lixeira a céu aberto. O troço ascendente da estrada que conduz ao interior da ilha também proporciona vistas de grande beleza sobre a vila, a fajã onde ela se situa e a vizinha ilha das Flores. O Caldeirão, a cratera central da ilha, com as suas lagoas e turfeiras, é uma das mais belas paisagens dos Açores. Foi ainda constituída ao abrigo da Directiva Habitats e da Directiva Aves o Sítio de Importância Comunitária Costa e Caldeirão do Corvo e a Zona de Protecção Especial da Costa e Caldeirão, hoje integrados no Parque Natural da Ilha do Corvo criado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 56/2006/A, de 22 de Dezembro. A ilha possui dois farolins para ajuda à navegação: um na Ponta Negra (desde 1910); o outro no Canto da Carneira, nas coordenadas geográficas 39º 42,98’ N e 031º 05,15’ W (desde 1965, agora inactivo). As festividades da ilha são a Festa do Divino Espírito Santo que acontece todos os anos no 7º Domingo depois da Páscoa faz-se o cortejo com missa solene e as sopas do Espírito Santo onde toda a população é convidada e no 2º fim-de-semana de Julho é que é a festa profana com arraial, tasca, artistas e convidados. havendo no Domingo mais uma vez o cortejo com coroações, o bodo de leite. A Festa de São Pedro (24 a 26 de Junho), que acontece sempre no fim-de-semana mais próximo do dia 29 de Junho que é o dia de São Pedro e a festa da Sagrada família que ronda quase sempre o último fim-de-semana de Julho, a Festa e Romaria de Nossa Senhora dos Milagres (15 de Agosto) na qual se integra o Festival de Verão dos Moinhos, e também a festa da Senhora do Bom Caminho que costuma ser no 1º ou 2º fim-de-semana de Setembro. Em 1938 foi fundada a Sociedade Filarmónica Lira Corvense. Realizava-se no 1.º Domingo de Maio e no 1.º Domingo de Setembro, a Festa do Fio ou Tosquia das Ovelhas, cuja a tradição foi abandonada e ainda não foi recuperada. Do artesanato, destaca-se as barretas, mantas e as fechaduras de madeira. Entre as lendas da ilha encontra-se a Lenda da Ermida de Nossa Senhora dos Milagres da ilha do Corvo e muito famosa lenda do Lenda do Cavaleiro da ilha do Corvo, já deu origens a livros. O Corvo apresenta uma densidade florestal muito baixa – de 0,6%, que corresponde a uma área de 1 hectare, salientando-se as seguintes espécies: cedro-do-mato, criptoméria e loureiros.
O concelho começa a apostar no turismo (sector terciário), oferecendo como principais actividades e atracções turísticas a volta à ilha de barco, mergulho, pesca submarina, passeios pedonais na ilha, com destaque para a subida ao Caldeirão. Existem boas condições de alojamento na ilha, com uma moderna unidade hoteleira recentemente inaugurada.
Esta ilha foi declarada no mês de Setembro de 2007 como Reserva da Biosfera pela UNESCO, na sequência de uma candidatura apresentada para esse fim pelo Governo Regional dos Açores. Esta importante classificação confirma a qualidade da biosfera desta ilha que muito variada possuindo uma rica variedade de biotopos típicos da macaronésia. Esta classificação foi aprovada pelo Bureau do Conselho Internacional de Coordenação do programa da UNESCO que reuniu em Paris. 

Caminho pedestre composto pelo percurso Caldeirão, Ponta do Marco e Cancela Nova (PR2COR).
Este percurso pedestre desenvolve-se em duas zonas de protecção especial da natureza. Uma zona classificada Zona Especial de Conservação (ZEC), nos termos da Directiva Habitats, dada a riqueza da flora carregada de plantas endémicas da Macaronésia que constituem um habitante único na ilha. Este caminho pedonal, um dos mais extensos dos vários criados pela Câmara Municipal do Corvo, desenvolve-se ao longo do Serrão Alto e do Espigãozinho tem uma extensão de 5,30 quilómetros e que se inicia junto ao Miradouro do Caldeirão e tem o seu fim no local denominada Cancela do Pico. Caracteriza-se por ter um grau de dificuldade elevado para os pedestres, devido principalmente às características acidentadas das veredas e atalhos percorridos, mas também por parte do percurso ser próximo de altas falésias, algumas com cerca de 700 metros de altitude, e também pela presença ocasional e repentina de nevoeiros que surgem devido à altitude. A realização deste percurso só é aconselhada pelo município na presença de um guia de campo, facto pelo qual não se encontra sinalizado. O trilho estende-se pelo elevado cume do Caldeirão, tendo de um lado a brilhante Lagoa do Caldeirão a cintilar no fundo de uma cratera que roda os 600 metros de profundidade e do outro o mar no fundo de uma falésia que atinge em alguns pontos os 700 metros e que constitui a falésia mais alto do seu tipo em todo o Atlântico Nordeste. O percurso acompanha várias formações geológicas de grande interesse para a espeleologia e para petrografia ao permitir-nos ler as fazes geológicas da formação da ilha. É de salientar a presença de vários cones vulcânicos. O pedestre ao chegar à parte mais escarpada do Caldeirão é obrigado a descer o trilho que se dirige a norte e desce a encosta norte da montanha abrindo uma imensa paisagem cuja amplitude se estende por um horizonte de mar e se queda no local denominado Ponta do Marco e numa pequena praia, a esquerda, encaixada na falésia. Neste ponto o percurso segue ao longo da falésia, por uma vereda muito acidentada, sendo que os pedestres são aconselhados a não se chegar muito à beira da falésia. É por aqui possível matar a sede numa fonte de água potável que se encontra a meia encosta. Mais a frente a paisagem altera-se e o caminhante envereda por um caminho de terra ladeado por abundantes bardos de hortênsias (Hydrangea macrophylla) que em comparação com a paisagem anterior, aconchegam o caminhante. Este caminho leva o caminhante ao local da Cancela do Pico, onde o trilho termina. 

Caminho pedestre composto pelo percurso denominado Cara do Índio (PR1COR).
Este percurso que se eleva até cerca de 400 metros de altitude, encontra-se devidamente assinalado e tem um indicie de dificuldade considerado médio, estende-se pelo espaço compreendido entre o Morro da Fonte, Urzea e Pão de Açúcar, ao longo do limite de duas zonas de protecção especial da natureza. Uma zona classificada como Zona de Interesse Especial, (ZIE) e outra classificada como Sítio de Interesse Comunitário (SIC) dada a riqueza da flora carregada de plantas endémicas da Macaronésia que constituem um habitante único na ilha. Este caminho pedonal tem uma extensão de 3,5 quilómetros e tem o seu início junto ao local denominado Cova Vermelha, vindo a findar na Vila do Corvo. Este caminho atravessa antigos caminhos rurais, canadas rodeadas por muros de pedra e dirige-se para a costa até chegar junto à alta falésia que margina a terra do mar. Quando o caminhante encontra este ponto deve voltar à direita na trilha e aproximar-se da fronteira entre a terra e o mar sendo-lhe assim permitido ver uma obra escultória feita pela natureza que ao longo se séculos de constante luta entre os elementos, a terra, o mar e o vento fez esculpir no duro basalto o que os habitantes acreditam ser a cara de um índio. Deste ponto deve voltar-se para trás parte do caminho, seguindo sempre, no entanto junto da falésia de forma a poder ter a noção da imensa arriba e a encontrar uma velha canada que deverá seguir para volta à Vila do Corvo.
Ao longo desta parte do percurso encontram-se pelo caminho antigos abrigos usados pelos lavradores para abrigarem os gados e por vezes a si mesmos das inclemências de um clima de altitude. Encontra-se também curiosas formações geológicas cuja origem se perde na formação da própria ilha e que devido aos milhares de anos de existência se encontram amaciadas pela erosão. É também de referenciar a existência de típicos bebedores de animais, específicos desta ilha. Ao atravessar este percurso o caminhante vai encontrar uma curiosa vegetação endémica típica da Macaronésia onde proliferam grandes aglomerados de briófitas, formações musgosas de grandes dimensões e aglomerados de Cedro-do-mato (Juniperus brevifolia).



Gastronomia

             São típicas as Couves da Barca, o Feijão Assado à Corvo, as tortas de Erva do Calhau, a broa de milho e o queijo típico local e molho-de-fígado.