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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Viagem e visita ao concelho de Vila Nova de Foz Côa

Brasão de Vila Nova de Foz Coa

Localização : 

             concelho de Vila Nova de Foz Côa está situado no extremo Norte do distrito da Guarda e faz fronteira a Norte com o rio Douro que o separa dos concelhos de Torre de Moncorvo e Carrazeda de Ansiães; a Sul, é limitado por Figueira de Castelo Rodrigo e Meda e a Sudoeste por S. João da Pesqueira. Abrange uma área de 395.9 km2, distribuída por 17 freguesias. O clima do concelho caracteriza-se por ser temperado, com Verões muito quentes e Invernos frios, com temporadas em que chegam a ser atingidas temperaturas muito baixas, provocadas por massas de ar frio vindas de Norte ou Leste. Os mais importantes recursos hídricos deste concelho, são o rio Douro e o rio Coura; este último nasce na Serra da Malcata e desagua no rio Douro, a alguns quilómetros de Pocinho. Perto da foz, a sua bacia hidrográfica está limitada a nascente pela ribeira de Aguiar e a poente pelas ribeiras de Centieira e do Vale da Vila.



História : 

          As origens do povoamento do território que corresponde ao atual concelho são bastante recuadas, sendo que descobertas recentes remontam o povoamento ao paleolítico. Em lugares como Canada do Inferno, Vale de Figueira, Vale de José Esteves e Vale Cabrões foram encontradas gravuras do Paleolítico e de períodos posteriores que marcam bem a presença humana na área que hoje é o concelho de Vila Nova de Foz Côa. Os conjuntos artísticos do paleolítico encontrados no Côa situam-se nas vertentes viradas ao rio ou aos seus afluentes. No ponto de vista estilístico, a arte paleolítica do Côa apresenta uma característica particular que se trata da associação de duas ou três cabeças ao corpo de um mesmo animal, na tentativa de transmitir a ideia de movimento. Esta técnica está muito bem documentada na Penascosa e na Quinta da Barca, como anteriormente se referiu, mas há também alguns exemplos de excelente qualidade na Canada do Inferno. A Canada do Inferno fica num troço em que o rio percorre um vale profundo, com um encaixe de cerca de 130 metros e nessa zona já inventariadas trinta e seis rochas gravadas, a maior parte das quais está submersa a pouca profundidade desde 1983 em consequência da construção da barragem do Pocinho, cuja albufeira penetra pelo vale do Côa acima até cerca de 6 km a montante da confluência com o Douro. Como particularidade, assinala-se a existência de vários peixes gravados em duas das rochas deste núcleo, por picotagem, noutra por incisão filiforme. Há também gravuras de estilo pós-paleolítico comparáveis a algumas encontradas no vale do rio Tejo, representando veados e cabras. O concelho de Vila Nova de Foz Côa, onde prosperou a civilização castreja cujas reminiscências permanecem na orografia e na toponímia do seu território, possui diversos monumentos de vigia e defesa, entre eles os interessantes castelos de Castelo Melhor, Castelo Velho (de Freixo de Numão) e Numão. O castelo de Numão, pertencia, em 960, a D. Châmoa Rodrigues que o doou ao convento de Guimarães, e terá sido reconquistado por Fernando I, o Magno, de Leão, em 1055. Deve ter sido D. Dinis que, aforando Aldeia Nova, lhe teria dado o título municipal de Vila Nova de Foz Côa. A 21 de Maio de 1299, esse monarca outorga o primeiro foral, sendo que a 24 de Julho de 1314 lhe é atribuído o segundo foral. Nos finais do reinado de D. Dinis existiam no território do atual concelho as paróquias de Santa Maria de Aldeia Nova; Santa Maria de Cedovim, Santa Maria de Muxagata, S. Pedro de Numão (Freixo); Santa Maria de Numão; Santa Maria de Sebadelhe; Santa Maria de Vale do Boi e Santa Maria da Veiga. Alguns destes oragos posteriormente mudaram e algumas das freguesias foram extintas. A freguesia de Santa Maria de Aldeia Nova é a da atual vila e era a mais pobre de todo o território do atual concelho, pois aparece taxada em 20 libras. A 25 de Julho de 1377, D. Fernando, escrevendo ao meirinho de Trás-os-Montes, João Rodrigues de "Portocarreiro", concede a Torre de Moncorvo a adua de Vila Nova de Foz Côa. Na altura vivia-se então uma guerra com os espanhóis e essa vila assumia o papel de defensáculo principal dessa região. O papel desempenhado por Moncorvo foi prejudicial para Vila Nova de Foz Côa que foi integrada no seu termo pelo Regente Mestre de Avis. Posteriormente, Vila Nova de Foz Côa assume o seu lugar de concelho, recebendo a confirmação dos seus privilégios por D. Duarte e por D. Afonso V e recebendo foral novo de D. Manuel I, em 16 de Julho de 1514. Cumpre dizer que a freguesia de Numão foi sede de um vasto concelho chamado Freixo de Numão por se ter mudado a sede para esta freguesia do seu termo, sendo que o concelho de Vila Nova de Foz Côa tem neste concelho, pela sua extensão e tradições, uma representação histórica. A 12 de Julho de 1997, por Decreto-lei n.º 41/97, Vila Nova de Foz Côa foi elevada à categoria de cidade.


Bandeira de Vila Nova de Foz Coa

Cultura e Turismo :

             São vários os atrativos turísticos do concelho de Vila Nova de Foz Côa que aliam os valores patrimoniais do concelho e a sua beleza paisagística, sendo de se destacar os vales e planaltos de Almendra, Castelo Melhor, Alto das Seixas, Vale de Mós e Santo Amaro e de Muxagata. Existem por todo o concelho vários miradouros de onde se pode desfrutar as bonitas paisagens da região. São então de mencionar os miradouros de: Nossa Senhora do Viso, em Custóias, onde se situa a capela de Nossa Senhora do Viso, a uma altitude de 813 metros; Santa Bárbara, em Mós; S. Martinho, em Seixas, onde se tem uma vista panorâmica sobre o Rio Douro (zona do Vesúvio); S. Gabriel, em Castelo Melhor, com uma vista sobre o vale do Côa; Mata dos Carrascos, em Santo Amaro onde se consegue ver a ponte e a barragem do Pocinho, Vila Nova de Foz Côa e o concelho de Torre de Moncorvo; e Arnozelo, em Numão. Ao nome de Foz Côa anda hoje associada a descoberta, nos vales dos rios Côa e Douro, de um elevado número de gravuras rupestres do Paleolítico Superior. De facto, o vale do rio Côa constitui um local único no mundo por apresentar manifestações artísticas de ar livre nomeadamente o maior conjunto de figurações paleolíticas de ar livre, até hoje conhecidas. Apesar da existência de vários "sítios" com gravuras, encontram-se organizadas as visitas aos núcleos da Canada do Inferno, Penascosa, e Ribeira dos Piscos. A gestão das visitas às gravuras é feita pelo Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), sediado em Vila Nova de Foz Côa, junto do qual devem ser feitas as respectivas inscrições para o efeito. Ao nível de unidades museológicas, destaca-se o Museu da Casa Grande de Freixo de Numão, instalado num palácio barroco do século XVIII e que alberga um acervo arqueológico e etnográfico de grande interesse.



Gastronomia : 

             Da gastronomia tradicional de Vila Nova de Foz Côa destacam-se as migas de peixe, o fumeiro, a salada de azedas, as omoletes de espargos silvestres e o cabrito assado. Na doçaria, as principais iguarias são os doces de amêndoa, as súplicas, as lampreias de ovos e ainda os "coscorões", os folares e as bolas toscas, livradas e picadas.