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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Viagem e visita ao concelho de Arganil

Brasão de Arganil

Localização

           Localizado na Beira Serra, distrito de Coimbra, o concelho de Arganil abrange uma área de 332.1 km2, distribuída por 18 freguesias, uma das quais (Arganil) com sede em vila. É limitado a Norte pelos concelhos de Penacova, Tábua e Oliveira do Hospital, a Sul por Góis e Pampilhosa da Serra, a Leste pela Covilhã e Seia e a Oeste por Vila Nova de Poiares. O concelho de Arganil está inserido numa área particularmente montanhosa, sendo definida pela Serra do Açor e suas ramificações, tais como a Aveleira, a Deguimbra ou a do Colcurinho. A Serra do Açor é dominada pelo xisto, cujas dobras e fracturas formam um tipo de relevo bastante característico da região. Com o objectivo de salvaguardar os valores naturais, culturais e recreativos desta serra, foi criada a Área Protegida da Serra do Açor que abrange as freguesias de Benfeita e Moura da Serra. A Área Protegida é atravessada pela ribeira da Mata Margaraça e a Barroca de Degraínhos. No plano hidrográfico, o concelho de Arganil encontra-se inserido nas bacias dos rios Alva e Ceira, ambos afluentes da margem esquerda do rio Mondego.









História

        Durante muito tempo, o topónimo Arganil foi explicado como sendo um derivado de "arga", tratando-se então do seu diminutivo, com sentido de "pequeno campo", "campinho". No entanto, tendo em consideração que o diminutivo de "agra" era "agrela" e não "arganil", o topónimo atual não poderia ser explicado dessa forma. O nome Arganil permanece, deste modo, de origem e significado obscuro, sendo no entanto documentado já desde o século XII, com a sua grafia atual  o que comprova a sua antiguidade. O povoamento do território a que corresponde o atual concelho de Arganil é por certo bastante remoto, tendo sido encontrados bastantes vestígios da permanência dos povos primitivos nesta região; um dos testemunhos mais antigos da sua antiguidade é a necrópole de Lomba do Canho. Segundo a tradição, Arganil teria a sua origem na cidade romana de Argos, no entanto, essa hipótese parece ser baseada apenas na semelhança gráfica entre os topónimos, pois não existem provas documentais ou arqueológicas que o confirmem.  No início do século XII, o senhorio de Arganil pertencia à mitra de Coimbra e o bispo D. Gonçalo, em 25 de Dezembro de 1114, concedeu-lhe foral e no entanto, o senhorio de Arganil voltaria a passar para a posse da coroa no final do mesmo século, que o dispõe em favor do fidalgo Pedro Uzbertes. O direito de propriedade permaneceu nas mãos de particulares até ao reinado de D. Afonso V que, por permuta, integrou Arganil, de novo na posse da coroa. D. Manuel I a 12 de Setembro de 1514, deu foral à vila e ao seu termo, cujas freguesias eram então o antigo concelho de Arganil: Sarzedo, Secarias, S. Pedro de Folques e Cepos. A divisão administrativa de Arganil foi sofrendo bastantes alterações ao longo do tempo: em 1853 foram integradas no concelho de Arganil as freguesias de Benfeita, Cerdeira, Coja e Vila Cova de Alva, anteriormente integradas no concelho de Coja; dois anos depois, passaram também ao concelho de Arganil as freguesias de Anceriz, Celavisa, Piódão e Pomares, que pertenciam ao concelho de Avô; no mesmo ano, por extinção do concelho de Pombeiro da Beira, passou a integrar Arganil, a freguesia de Pombeiro da Beira; do antigo concelho de Fajão, saiu a freguesia de Teixeira, também em 1855; a freguesia de S. Martinho da Cortiça passou a fazer parte do concelho de Arganil no mesmo ano, por transição do concelho de Tábua, ao qual pertenceu desde 1853, por extinção de Farinha Podre; já a freguesia de Barril de Alva foi criada apenas em 1924; finalmente, Moura da Serra é a freguesia mais recente do concelho, tendo sido anexada ao mesmo em 1962, estando integrada até a altura na freguesia de Avô, concelho de Oliveira do Hospital.

Bandeira de Arganil

Heráldica

Brasão: de prata com um pinheiro de sua cor, saindo de um terrado de verde realçado de negro, acompanhado por dois crescentes de vermelho. Coroa mural de prata de quatro torres.

Bandeira: verde tendo por debaixo das armas um listel branco com os dizeres a negro «Vila de Arganil». Cordões e borlas de prata e de verde. Haste e lança de ouro.

Selo: circular, tendo ao centro os emblemas que compõem as armas, sem indicações dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres «Câmara Municipal de Arganil».


Cultura e Turismo

    Uma vez que o concelho de Arganil é banhado por dois rios, o Ceira e o Alva, beneficia da existência de várias praias fluviais e piscinas naturais que na estação mais quente se enchem de veraneantes. Uma das principais referências turísticas e históricas do concelho de Arganil é a aldeia de Piódão, uma das 10 aldeias históricas do país. Localizada na Serra do Açor, apresenta-se como um conjunto de construções em xisto, em forma de anfiteatro. A nível de infra-estruturas culturais no concelho de Arganil, são de destacar a Biblioteca Municipal de Arganil e o Museu Etnográfico. A Biblioteca Municipal possui também um pequeno auditório, preparado para a realização de atividades culturais de iniciativa da biblioteca ou da comunidade.


Aldeia de Piódão

        Piódão é uma freguesia portuguesa do concelho de Arganil, a freguesia inclui as seguintes aldeias e quintas: Piódão, Malhada Chã, Chãs d'Égua, Tojo, Fórnea, Foz d`Égua, Barreiros, Covita, Torno, Casal Cimeiro e Casal Fundeiro. A aldeia de Piódão, situa-se numa encosta da Serra do Açor. As habitações possuem as tradicionais paredes de xisto, tecto coberto com lajes e portas e janelas de madeira pintadas de azul. O aspecto que a luz artificial lhe confere, durante a noite, conjugado pela disposição das casas, fez com que recebesse a denominação de “Aldeia Presépio”. Os habitantes dedicam-se, sobretudo, à agricultura (milho, batata, feijão, vinha), à criação de gado (ovelhas e cabras) e em alguns casos à apicultura. A flora é em grande parte constituída por castanheiros, oliveiras, pinheiros, urzes e giestas. A fauna compõe-se, sobretudo, de coelhos, lebres, javalis, raposas, doninhas, fuinhas, águias, açores, corvos, gaios, perdizes e pequenos roedores. Atualmente  a desertificação das zonas do interior afeta praticamente todas as povoações desta freguesia. As populações mais jovens emigraram para o estrangeiro ou para as zonas litorais à procura de melhores condições de vida, regressam às suas origens, sobretudo, durante as épocas festivas para reviver o passado e se reencontrarem com os seus congeneres.

Património

       O conjunto arquitetónico da povoação forma uma das aldeias históricas protegidas. Com efeito, recebeu, na década de 1980, o galo de prata, condecoração atribuída à "aldeia mais típica de Portugal". e a Aldeia é classificada como Imóvel de Interesse Público.



Gastronomia

         A chanfana, o cabrito à serrana, os torresmos, o arroz de miúdos à convento de Folques, o bucho recheado à moda de Folques, o bucho recheado à moda de Vila Cova do Alva e o papa-laberça constituem os pratos de carne de referência na gastronomia tradicional do concelho de Arganil. Nos pratos de peixe, destacam-se a tibornada à moda de Arganil, o bacalhau à lagareiro e os carolos com bacalhau frito. Na doçaria, o realce vai para a tigelada, o arroz doce, a filhós de abóbora, a farta rapazes, os sequilhos, as farófias, os carolos doces, o bolo doce da Páscoa e os coscureis.

                                 Filhós de abóbora
Chanfana