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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Viagem e visita ao concelho de Campo Maior

Brasão de Campo Maior

Localização :

             Integrado no distrito de Portalegre, o concelho de Campo Maior ocupa uma área de 247.2 km2, sendo composto de três freguesias, duas das quais constituem a vila e sede concelhia (Nossa Senhora da Expectação e S. João Baptista), Campo Maior faz fronteira a Oeste com o concelho de Arronches; a Sudeste, com Elvas; e a Este e a Norte com Espanha.
O mais importante recurso hídrico do concelho é o Caia, rio afluente da margem direita do rio Guadiana. No rio Caia situa-se a barragem do mesmo nome, cuja albufeira é partilhada por três concelhos: o de Campo Maior, Arronches e Elvas. Os seus principais usos são a produção de energia, a rega e o abastecimento doméstico e industrial aos concelhos de Elvas e Campo Maior. Ainda como recurso hídrico deste concelho destaca-se a ribeira de Abrilongo.



História

           O território que corresponde ao atual concelho de Campo Maior foi ocupado desde épocas bastante remotas, sendo que vestígios arqueológicos mostram que Campo Maior foi habitado desde a época Pré-Histórica. Dominada por mouros durante meio milénio, foi conquistada em 1219, pelos Peres de Badajoz e entregue à igreja de Santa Maria do Castelo de Badajoz. A 31 de Maio de 1255, Campo Maior foi elevada à categoria de vila, por D. Afonso X, rei de Leão, e cinco anos depois, o bispo D. Frei Pedro Pérez, senhor da vila, concede-lhe o seu primeiro foral. Através do Tratado de Paz de Alcanizes, de 31 de Maio de 1297, Campo Maior passa a fazer parte de Portugal, juntamente com Olivença e Ouguela. Campo Maior vai pertencer sucessivamente a D. Branca, irmã de D. Dinis, em 1301; a D. Afonso Sanches, filho ilegítimo do mesmo rei, em 1312; e novamente ao rei D. Dinis em 1318. O mesmo monarca, mandou reedificar o seu castelo, em 1310.
Pela sua posição fronteiriça, Campo Maior e o seu castelo ligam a sua história a muitos dos episódios militares das guerras da independência, restauração e da invasão francesa. durante a Revolução de 1383-85, foi cercado por D. João I de Castela e continuou em seu poder depois da batalha de Aljubarrota. Pôs-lhe então cerco, D. João I de Portugal que a conquistou a 13 de Outubro de 1388. A 16 de Setembro de 1512, D. Manuel concede foral à vila e ordena o inicio da construção das muralhas, que no entanto ficam incompletas. Em finais do século XV, em consequência da perseguição da Inquisição em Castela, a comunidade judaica ou classificada como tal fixa-se em Campo Maior, sendo de tal forma numerosa que nas listas dos apresentados em autos de fé realizados em Évora pela Inquisição, Campo Maior aparece entre as terras do Alentejo com maior número de acusados de judaísmo. Em 1645, em virtude da guerra com Castela, D. João IV incumbiu Nicolau Langes de murar toda a praça e construir várias obras de defesa. Fabricou-se então a fortificação abaluarda da praça ao estilo do tempo, com nove baluartes e dois fortins. D. João V, em 1735, fez ampliar o sistema que ficou constituído por um forte, chamado do príncipe, dez baluartes com revelins, fossos, estrada coberta protegida por traveses, etc. a praça tinha duas portas: a de Santa Maria e outra, falsa, no baluarte de S. Pedro.
A 28 de Setembro de 1712, o Castelo de Campo Maior vê-se cercado por um grande exército espanhol comandado pelo Marquês de Bay, sendo o governador da praça o brigadeiro Estêvão da Gama Moura e Azevedo que tinha consigo cerca de mil homens de guarnição e alguns civis. A praça recebeu mais de 15.000 bombas, a povoação ficou em ruínas e depois de dois fortes assaltos vigorosamente repelidos, o marquês de Bay desistiu e levantou o cerco, a 2 de Novembro. Vinte anos depois, a 16 de Setembro de 1732, um raio que caiu nos armazéns de pólvora provocou uma violenta explosão, arrasando a fortaleza e grande parte da vila. D. João V, determina a rápida reconstrução do castelo e pouco a pouco, a vila volta a erguer-se. Em 1766, a vila que até então só tivera uma freguesia urbana é dividida nas duas atuais, Nossa Senhora da Expectação e S. João Baptista. Em 1801, Portugal foi invadido pelo exército do príncipe Godoy que logo pôs cerco a Campo Maior, governada pelo marechal Matias José Azevedo que capitulou depois de heróica resistência. A sublevação campomaiorense contra a ocupação napoleónica vai sair vitoriosa devido ao apoio do exército de Badajoz que permanece na vila durante cerca de três anos. A 12 de Abril de 1811, os franceses, comandados pelo general Mortier, sitiaram mais uma vez a vila que resistiu até pouco tempo depois que o seu governador José Joaquim Talaia teve de capitular. Quatro dias depois, eram os invasores expulsos por Beresford que recebeu o título de Marquês de Campo Maior, sendo dada à vila o título de Leal e Valorosa, pelo heroísmo dos seus defensores. Em 1867, o concelho de Campo Maior foi extinto e anexado ao concelho de Elvas, sendo restaurado definitivamente em 1926, acrescido da freguesia de Nossa Senhora dos Degolados.

Bandeira de Campo Maior

Heráldica

Brasão: de prata com duas palmas de verde cruzadas em aspa com uma quina das armas de Portugal orlada de ouro sobre o cruzamento. As palmas acompanhadas de quatro leões rompantes de vermelho, armados e linguados de azul, com uma espada de prata na mão direita. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres «Lealdade e Valor» de negro, e outro listel, também branco, com os dizeres «Leal e Valorosa Vila de Campo Maior» a negro.

Bandeira: esquartelada de vermelho e de azul. Cordões e borlas dos mesmos esmaltes. Lança e haste de ouro.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres «Leal e Valorosa Vila de Campo Maior - Lealdade e Valor».


Cultura e Turismo

            São vários os pontos de interesse turístico no concelho de Castelo Maior, do seu património, especial destaque para o Castelo de Campo Maior. Reedificado por D. Dinis, foi beneficiando de sucessivos restauros e aumentos; está desde o século XVII, enquadrado nas fortificações mais importantes levantadas nessa época (1641) pelo engenheiro Nicolau de Langres, das quais hoje ainda conservam restos bastantes importantes e completos.
Referência também para os vários edifícios religiosos, com especial menção para a Igreja Matriz, a Igreja de S. João Baptista e a peculiar Capela dos Ossos. Situada na parte Norte da vila, a igreja de S. João Baptista, remonta a 1520, tendo sido reconstruída após a explosão de 1732. A Igreja Matriz, situada no interior do castelo, era de evocação a Santa Clara, da Matriz, no interior do castelo, era de invocação a Santa Clara, mas em 1530 quando foi reedificada, passou a ter a invocação de Nossa Senhora da Assunção. A Capela dos Ossos, anexa à Igreja Matriz, as suas paredes, abobadas e altar completamente revestidas de ossos humanos, tendo nas paredes laterais dois esqueletos completos. Foi construída depois da explosão num paiol de pólvora no castelo em 1732, na qual morreram dois terços da população de Campo Maior. No que diz respeito a unidades museológicas, destaque para o Museu do Café e o Museu de Arte Sacra. O Museu do Café da Nova Delta, inaugurado a 21 de Dezembro de 1994, foi criado por iniciativa do comendador Rui Nabeiro. Aí se encontra representada a História do café, o nascimento da Delta Cafés e a sua evolução na NovaDelta. Este museu possui também uma biblioteca especializada com literaturas sobre o café e um espaço cultural destinado a acolher exposições temporárias e outras manifestações artísticas. O Museu de Arte Sacra, situado na Capela de Nossa Senhora do Carmo, reúne cerca de 150 peças, distribuídas por seis salas temáticas. Um dos outros pontos de interesse no concelho de Campo Maior é a Barragem do Caia, apesar de lhe pertencer apenas uma pequena parte da albufeira, situando-se em Campo Maior o dique e o Paredão.
Festas do Povo (Nossa Senhora da Expectação/ S. João Baptista) – primeira semana de Setembro: Também conhecidas como festas das Flores, a sua origem remonta a finais do século XIX.

Festas do Povo 




Gastronomia : 

          No concelho de Campo Maior, são os principais pratos típicos: a sopa de batata, as migas com entrecosto, o gaspacho, os grãos com acrene, a carne de porco à alentejana e a açorda. Na doçaria, destaque para: sericaia com ameixas, para os tosquiados, os bolos amassados e as tortilhas de amêndoa.
                                                                                                         Tosquiados 
TosquiadosAçorda
Açorda 


Bolos Amassados
Bolos amassados