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domingo, 17 de março de 2013

Viagem e visita ao concelho de Ansião

Brasão de Ansião

Localização

             É sede de um município com 179,98 km² de área e subdividido em 8 freguesias, está limitado a Norte pelos concelhos de Soure e Penela, a Nascente pelos concelhos de Penela e Figueiró dos Vinhos, a Sul pelo concelho de Alvaiázere e a Poente pelos concelhos de Pombal e Soure. O concelho de Ansião é dominado pela bacia hidrográfica do rio Nabão e pelas ribeiras de Alge e Ansião e está integrado na sub-região do Pinhal Interior, uma zona montanhosa por excelência, dominada pela Serra de Ansião. Esta serra, com aproximadamente dezoito quilómetros de comprimento, divide-se em dois braços, formando dessa forma a Serra de Alvaiázere e a Serra da Junqueira.


História

         Ao longo dos tempos têm surgido várias interpretações e explicações relativamente ao topónimo "Ansião". Uma destas explicações, baseada numa tradição popular, refere-se à existência, na antiga estrada real que ligava Coimbra a Lisboa, de um velho muito pobre a pedir esmola. A certa altura, teria passado por ele a rainha D. Isabel que lhe tributou uma generosa esmola. Logo a notícia se espalhou e acorreram ao local inúmeras pessoas com esperança de também serem contemplados com favores da rainha. E assim teria nascido a povoação de Ansião, cujo nome seria uma referência ao velho "ancião" que ali teria existido. No entanto, há que entender que esta lenda, apesar do seu valor etnográfico, não é suficiente para explicar a origem do nome do concelho, pois que este é muito anterior à época referida na lenda. Assim, a primeira referência escrita relativa ao concelho de Ansião surge num documento datado de 1175, no qual o topónimo surge com a grafia "Ansion". Trata-se de um documento referente à compra de uma herdade pelo Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra a um grande proprietário da região, cujo nome "Ansion" supostamente teria dado origem ao topónimo atual  Deste modo, "Ansião" seria o genitivo do nome pessoal germânico hipocrístico. Ansião tem um passado histórico remoto, bem patente no seu topónimo e nos seus vestígios arqueológicos, principalmente da época de ocupação romana: moedas, mosaicos e telhas. Durante os primórdios da nacionalidade, a grande maioria das localidades que compõem o atual concelho de Ansião estavam integradas no vasto território conhecido como Ladeia, uma antiga circunscrição administrativa e cuja cabeça existiria na actual freguesia de Alvorge, no extremo Norte do atual concelho. Como já foi referido, a primeira referência a Ansião data do último quartel do século XII, tratando-se de um documento em que o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra aparece a adquirir bens na chamada herdade de Ansião. No sentido de promover o povoamento nesta região, D. Afonso Henriques criou o concelho de Germanelo, concedendo-lhe foral em 1142. Neste foral, o monarca determinava que além de serem livres de impostos, concedia paz, perdão e isenção de justiça a todos quanto tivessem cometido crimes de homicídio, furto ou qualquer outro tipo de perturbação pública, sob a condição de cultivarem e defenderem as terras do Germanelo. Com o tempo, o município de Germanelo foi perdendo importância e a povoação e o castelo que aí existia foram desaparecendo. No entanto, esta povoação foi o grande impulsionador do povoamento da região que viu o seu sistema defensivo ser alargado com a edificação de uma torre de defesa na atual freguesia de Torre de Vale de Todos. A 2 de Janeiro de 1465, Ansião recebeu, por certidão passada em Coimbra por D. Afonso V, o título de Mordomado. Já em 1514, D. Manuel concedeu foral novo a Ansião, Avelar, Chão de Couce e Pousaflores, sendo que estas últimas três conservam ainda hoje o seu pelourinho, símbolo do poder judicial de cada concelho. Em 1663, Ansião é elevada à categoria de vila por D. Afonso VI e posteriormente D. Pedro II doou-a a D. Luís de Meneses, Conde de Ericeira. Com a reforma administrativa levada a cabo no reinado de D. Maria II, os concelhos de Avelar, Chão de Couce e Pousaflores foram extintos, passando à categoria de freguesias e sendo anexados ao de Ansião.

Bandeira de Ansião

Heráldica

Brasão: de negro, com um anel de ouro acantonado por quatro romãs de prata abertas de púrpura e folhadas de verde. Coroa mural de quatro torres, de prata. Listel branco com os dizeres: «Vila de Ansião», de negro.

Bandeira: esquartelada de branco e púrpura. Cordões e borlas de prata e púrpura. Haste e lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres: «Câmara Municipal de Ansião».


Cultura e Turismo

          Local de grande interesse turístico, o concelho de Ansião dispõe de vários atrativos turísticos proporcionados pela sua riqueza histórica e pela sua beleza natural. Assim, dos seus monumentos edificados ganham especial destaque: a Ponte Medieval da Cal, o Pelourinho da era Manuelina, a Lápide evocativa da Batalha do Ameixial em 1686, a Igreja da Misericórdia , Igreja Matriz com estatuária oitocentista evocativa de S. Gregório e de S. Sebastião e a Capela da Constantina. As serras envolventes do concelho, em especial a Serra de Rabaçal dominam a paisagem concelhia, sendo um local de repouso e tranquilidade. Ao nível de infra-estruturas culturais, destacam-se a Biblioteca Municipal, instalada no antigo Mercado de Peixe, e o Museu Municipal.




Gastronomia

             Dos pratos típicos tradicionais do concelho de Ansião destacam-se o cabrito assado, os aferventados e os grelos com morcela assada. Na doçaria, destacam-se as merendeiras doces e o bolo de noiva.
                                                                                                                     Cabrito Assado
Merendas doces