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sábado, 6 de outubro de 2012

Concelho de Melgaço


Localização :

        Com uma superfície de 239 Km2 , Melgaço abrange na sua área administrativa dezoito freguesias.
Localizado no Extremo Noroeste de Portugal, no Alto Minho, o concelho de Melgaço encontra-se integrado no distrito de Viana do Castelo. Trata-se de um concelho bastante montanhoso que se estende desde as margens do rio Minho até à serra da Peneda, fazendo fronteira com os concelhos de Arcos de Valdevez, Monção e com os concelhos galegos de Entrimo, Verea, Lobera, Quintela de Leirado, Padrenda e Creciente. Da fauna característica do concelho é de destacar uma espécie em particular: o cão de Castro Laboreiro, um cão pastor bastante conhecido pela sua bravura na guarda de gado e de propriedades.

 


História : 

      Sobre o topónimo "Melgaço" ainda restam muitas dúvidas quanto à sua origem. Segundo alguns autores, o étimo deriva do latim vulgar "mellicaceus", que significa "terra abundante em mel", no entanto, uma outra explicação tem o topónimo como de origem pré-romana, na palavra "melgaecus". A ocupação primitiva do território que corresponde ao actual concelho de Melgaço é bastante remota, sendo atestada pelos diversos vestígios encontrados nas freguesias que o constituem. O exemplo mais significativo encontra-se talvez em Castro Laboreiro, onde foram descobertos várias marcas dos povos primitivos que aqui habitaram durante diferentes épocas. Sobre a fundação da vila existem algumas dúvidas ainda por esclarecer. Supõe-se que em finais do século IX, o povo árabe terá fundado aqui uma importante fortaleza, conhecida como Castelo do Minho e que, com a reconquista, teria ficado praticamente destruída. Em 1170, D. Afonso Henriques, tendo encontrado a povoação deserta, mandou-a povoar, e ordenou a reedificação do castelo. A 21 de Julho de 1181, o mesmo monarca concedeu-lhe foral e doou a Melgaço a aldeia de Chaviães. Este foral foi depois confirmado por D. Afonso II, em 1219, e mais tarde por D. Afonso III, a 9 de Fevereiro de 1261. Já a 3 de Novembro de 1513, D. Manuel I outorgaria ainda outro foral à vila.
Melgaço, sendo o concelho mais a Norte de Portugal, sempre representou um papel estratégico, sendo palco de vários acontecimentos históricos. Segundo a tradição, aqui se travou um combate que deixou para a história a personagem de Inês Negra. Tudo terá acontecido em 1388, no inicio do reinado de D. João I e altura em que se travou uma guerra contra Castela pela independência de Portugal. Este conflito dividiu a aristocracia e o povo português, pelo que muitas terras tomaram o partido de Castela. Quando Melgaço tomou também essa posição, Inês Negra, mulher do povo e fiel à causa portuguesa, abandonou a vila só regressando quando D. João I decidiu reconquistar Melgaço. Inês Negra juntou-se então ao seu exército, mas as duas facções nunca se chegaram a defrontar, pois a batalha travou-se entre Inês Negra e uma sua inimiga de longa data, conhecida como "Arrenegada". Segundo a lenda, a "Arrenegada" desafiou Inês Negra, propondo que a contenda fosse resolvida entre elas e, com o consentimento dos dois exércitos, assim aconteceu. Com a vitória de Inês Negra, os castelhanos abandonaram Melgaço e quando D. João I quis gratificar Inês, esta respondeu-lhe que se sentia já recompensada pela sova que tinha dado à sua inimiga.




Cultura e Turismo : 

       Localizado numa zona de grande beleza paisagística e riqueza cultural e histórica, o concelho de Melgaço apresenta um conjunto de características e infra-estruturas que impulsionam a atividade turística. Assim, o concelho dispõe de uma oferta diversificada que vai desde as praias fluviais ao montanhismo, caça e pesca. Um dos locais bastante procurados são as termas do Peso, uma estância de cura, repouso e turismo, e o Parque Nacional da Peneda-Gerês que engloba as freguesias de Lamas de Mouro e Castro Laboreiro. 


Gastronomia :

         Dos pratos típicos do concelho de Melgaço são de destacar o cabrito assado no forno, a lampreia com arroz à bordalesa frita com ovos, as trutas abafadas, o sarrabulho, o caldo de farinha, os grelos com rojões, a bola da frigideira, o bolo de pedra e o arroz de cabidela. Na doçaria, são de mencionar os pastéis mimosos, as migas doces, o arroz doce à moda de Melgaço, decorado com canela usando motivos da região e a sopa seca de pão duro, um dos doces tradicionais da noite de consoada.