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domingo, 3 de fevereiro de 2013

Viagem e visita ao concelho de Penamacor

Escudo de azul, uma espada abálida e uma chave com o palhetão apontado para a ponta do escudo, ambas de prata e posta em pala, passadas e repassadas por cordão de vermelho atado em nó de três laçadas. Em chefe, um crescente de prata. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com as letras a negro "PENAMACOR".

Localização :

         Localizado no distrito de Castelo Branco, o concelho de Penamacor está inserido no chamado "campo Raiano", característico pelos seus terrenos acidentados, de grande vocação florestal, sendo dominado pela Serra da Malcata. O concelho ocupa uma área de 555.5 km2, sendo composto por doze freguesias e pela vila de Penamacor, sede de concelho. Faz fronteira a Norte com o concelho do Sabugal, a Sul com Idanha-a-Nova, a Oeste com o concelho do Fundão, e a Leste com Espanha.



História : 

          O topónimo "Penamacor" é de origem obscura, embora José Pedro Machado proponha, com fundamentos bastante sólidos, a sua derivação do céltico "Penmaencor", cujo significado é "a ponta da pedra da aranha". Contudo, muitas são as versões contadas pela tradição, algumas de curiosa interpretação: assim, segundo algumas pessoas, o topónimo "Penamacor" teve origem num célebre bandido chamado Macôr, que terá habitado no local; segundo dizem, este salteador vivia numa caverna a que davam o nome de Penha. Com o passar dos tempos, o nome adulterou-se e passou a chamar-se Pena, ficando assim a terra a ser conhecida por Penha de Macôr ou Pena Macôr. Há também quem diga ter havido uma luta feroz entre os habitantes do local e salteadores, e que o sangue derramado pelas vítimas era tanto e de tão má cor, que a vila ficou a ser conhecida por "Penha de má cor". Dizem outros também, que nesta zona existiam duas povoações, ambas localizadas em montes, Pena de Garcia e Pena Maior; com a adulteração da pronúncia Castelhana, Maior passou a "Magor" e depois a "Macor" dando assim origem a "Pena Macor".Provavelmente habitada por povos pré-romanos e certamente romanizada pelos latinos, as origens da história de Penamacor estão envoltas num mistério atribuído aos tempos antigos, dos quais quase nada se conhece pois, após a queda do Império Romano, Penamacor e a sua fortaleza foram esquecidas, entrando numa verdadeira idade das trevas. Ainda segundo a opinião de alguns autores, Penamacor foi pátria do rei Wamba, o famoso rei dos Godos que governou a Península desde 672 até 682.  Nos finais do século XII, D. Sancho I mandou repovoar o território de Penamacor através de Mem Peres, e sentindo uma grande necessidade de proteção da fronteira portuguesa, que se encontrava aberta do Douro até ao Tejo, o mesmo monarca ordenou que se erguesse um grande castelo. A construção da fortaleza defensiva demorou pouco tempo a ser iniciada, e vendo o consequente desenvolvimento da povoação, D. Sancho I deu foral a Penamacor em 1189, entregando-a aos Templários na figura do mestre D. Gualdim Pais, para que o seu castelo fosse guarnecido pelos monges-guerreiros, encarregues de travar as incursões dos árabes e dos castelhanos. Desde a sua formação, o concelho de Penamacor quer pela sua dimensão quer pelos seus privilégios, foi um dos grandes municípios do país. Posteriormente, em 1209, dois anos antes de sua morte, D. Sancho I reformou o foral de Penamacor. Em 1264, D. Afonso III concede aos vilões o direito de escolherem, entre cavaleiros fidalgos de linhagem, um alcaide cujo rendimento estava ao cargo do município. Mais tarde, D. Dinis procedeu à remodelação e reforço das muralhas do castelo, dotando-o de outra cintura protetora e de novas torres de vigia, tornando-se assim uma das mais importantes fortalezas da fronteira portuguesa. Depois, devido aos conflitos com Castela, D. Fernando e D. João I reforçaram ainda mais as defesas do castelo. Em 1510, Penamacor recebeu Foral Novo de D. Manuel I, dado em Santarém a 1 de Junho. Durante o reinado de D. Manuel verificou-se uma grande afluência de judeus e cristãos-novos, vindos de Espanha e que contribuíram em grande escala para o desenvolvimento da economia local.

Esquartelada de branco e azul, cordões e borlas de prata e azul. Haste e lança de ouro.

Cultura e Turismo : 

           Penamacor é um concelho com raízes históricas de grande valor, pelo que possuí um património edificado de grande interesse turístico que vai desde as várias igrejas paroquiais disseminadas pelas freguesias, aos pelourinhos, sem esquecer o histórico castelo de Penamacor. A Serra da Malcata é o principal recurso natural deste concelho que está inserido na Reserva Natural da Serra da Malcata. Com o objectivo de promover e desenvolver as atividades desportivas de Penamacor, existem várias associações e colectividades. Relativamente a unidades museológicas, é de destacar no concelho, o Museu Municipal de Penamacor, atualmente dividido em três secções: de arqueologia, destacando-se as duas sepulturas romanas recolhidas na Estação Arqueológica de Arronchela; a de etnografia que apresenta vários utensílios agrícolas e ferramentas artesanais; e uma secção onde se encontram diversos objetos relacionados com a vida cultural, histórica e etnográfica de Penamacor.



Gastronomia : 

        O borrego à camponesa; o cabrito à beirã; a lebre à beiroa; as perdizes assadas; vários enchidos (chouriço mouro, farinheira e morcela) e os queijos de ovelha, fazem parte da tradicional gastronomia do concelho de Penamacor. Na doçaria o destaque vai para as filhós, o arroz doce, as broas de leite e os borrachões.



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