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domingo, 3 de fevereiro de 2013

Viagem e visita ao concelho de Belmonte

Brasão de Belmonte

Localização : 

           O concelho de Belmonte está integrado administrativamente no distrito de Castelo Branco, na região da Beira Interior, abrangendo uma área de 114.6 km2, distribuída por cinco freguesias, duas das quais com sede em vila: Caria e Belmonte.  O concelho encontra-se localizado numa depressão denominada de Cova da Beira, onde nasce o rio Zêzere que o limita a Poente. A Cova da Beira é uma vasta e fértil região que se estende pelo vale planáltico, formado entre as serras da Estrela, a Oeste, da Gardunha, a Sul e da Malcata, a Este. Geologicamente, Belmonte é constituído por solos predominantemente graníticos, ricos em cassiterite, em urânio e em estanho. Relativamente ao clima, este é considerado temperado, com Verões quentes e curtos e Invernos frios e prolongados. Na área do concelho existem minas de urânio, estanho e volfrâmio, bem como uma importante nascente de águas minerais, na freguesia de Caria. No que diz respeito à área florestal do concelho de Belmonte, esta é constituída predominantemente por eucaliptos e pinheiros.



História : 

         Sobre o topónimo principal do concelho, prevalecem ainda algumas dúvidas: alguns autores defendem que deriva do nome latino "belli-monte", com o sentido de "montes de guerra", sendo dessa forma uma referência a antigas práticas militares de povos que ocuparam esta região; uma outra hipótese é que o topónimo seria de origem nacional, reportando-se ao tempo de repovoamento do território, com o sentido de "belo monte". Ainda a respeito da origem do topónimo, conta-se uma lenda curiosa nesta região: Carámo era um pastor pobre que vivia nas encostas dos montes da Grécia, onde então habitavam os deuses. Certo dia, este pastor resolveu construir uma casa para si, dirigindo-se então a Delfos para que este lhe aconselhasse o melhor lugar, ao que este respondeu: "Segue confiado as tuas cabras. Depois de um longo caminho elas acabarão por parar. É aí que deves edificar a tua moradia.". O pastor obedeceu e durante anos seguiu o trilho do rebanho, indo parar a um belo monte virado para o Zêzere e rodeado de pastagens verdes. Lá fez a sua casa com pedra arrancada à montanha e esse foi o começo de Belmonte. Apesar das dúvidas e das lendas relativas à origem e aplicação do topónimo, sabe-se que a área que atualmente compõe o concelho de Belmonte foi ocupada desde tempos bastante remotos, existindo vários indícios que comprovam a sua antiguidade. Exemplo disso é o castro da Chandeirinha, que remonta à Idade do Bronze e a célebre torre de "Centum Cellas", o símbolo mais emblemático da civilização romana nesta região. Também conhecida como Torre de S. Cornélio, é o que resta de um edifício construído em inícios do século I d.C.. Este enigmático monumento foi bastante estudado, tendo surgido várias considerações sobre a sua funcionalidade; assim, houve quem lhe atribuísse a função de atalaia, de santuário, de praetorium que era a zona central do acampamento romano, e de hospedaria da via romana Mérida-Braga que passa nas imediações. No entanto, estudos recentes parecem demonstrar que seria parte integrante de uma villa romana que pertenceria a um proprietário ligado à atividade agrícola e possivelmente à exploração de estanho, uma vez que aí se encontraram escórias com elevada percentagem deste material na sua composição. Em finais do século XII, foi construído o castelo de Belmonte que, juntamente com os castelos de Sortelha e Vila do Touro, formou a linha defensiva do Alto Côa, apoiada na retaguarda pela muralha natural da Serra da Estrela e que perdurou até 1297, altura da assinatura do Tratado de Alcanizes. O primeiro foral do concelho foi passado em 1199 por D. Sancho I, estando então o senhorio na posse dos bispos e Sé de Coimbra. Em 1266, o bispo D. Egas Fafes tem permissão para construir a torre de defesa, para reforçar a cerca já existente. Entre 1397 e 1398, D. João nomeou o primeiro alcaide do castelo, Luís Álvares Cabral, que herdara em Belmonte o morgadio instituído por sua tia Maria Gil Cabral, mas é só em 1466, que a família Cabral se fixa definitivamente em Belmonte, aquando da doação a título hereditário da Alcaidaria-mor do castelo a Fernão Cabral, membro do Conselho de D. Afonso V. Durante o século XV, graças ao isolamento e segurança proporcionados por esta terra, Belmonte foi o refúgio de muitos judeus vindos de Castela que fugiam às perseguições da Inquisição, após o édito de expulsão de 1496. Desta forma, foi criada uma comunidade coesa que perdurou até aos nossos dias, sendo oficializada em 1989 e cuja sinagoga "BET ELIAHU" foi inaugurada em 1997. O concelho de Belmonte foi extinto e anexado ao da Covilhã em 1895 e restaurado em 1898. Em 1947 a freguesia de Belmonte é dividida, surgindo a nova freguesia de Colmeal da Torre e ficando o concelho com cinco freguesias, situação que se manteve até à atualidade.

Bandeira de Belmonte

Cultura e Turismo : 

            O concelho de Belmonte dispõe de várias infra-estruturas culturais, desportivas e de lazer que proporcionam a realização de várias atividades. No que diz respeito a infra-estruturas culturais são de destacar: o Castelo de Belmonte, onde funciona um Anfiteatro ao ar livre e um Museu na Torre de Menagem; o edifício onde outrora funcionou a Casa do Povo, com várias salas e um pequeno Auditório e Galeria de Exposições; o Centro de Cultura Pedro Álvares Cabral e o Ecomuseu do Zêzere. Relativamente a espaços desportivos, destacam-se no concelho de Belmonte as Piscinas Municipais; o Pavilhão Desportivo Municipal e a Zona de Lazer Envolvente do Castelo de Belmonte que inclui um Complexo Desportivo e Pavilhão Polidesportivo.



Gastronomia : 

              O cabrito assado, o ensopado de borrego, o bacalhau à lagareiro, as sopas de couve, o queijo fresco e curado, e o presunto, constituem as principais atrações gastronómicas do concelho de Belmonte. Na doçaria, destacam-se os biscoitos, as bicas, as filhós, o bolo de ovos, as papas de carolo e o arroz doce.


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