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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Viagem e visita ao concelho de Penalva do Castelo

Brasão de Penalva do Castelo

Localização :

          Penalva do Castelo é uma vila portuguesa do Distrito de Viseu, região Centro e sub-região do Dão-Lafões, é sede de um município com 135,93 km² de área e 7 956 habitantes (2011), subdividido em 13 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Sátão, a nordeste por Aguiar da Beira, a leste por Fornos de Algodres, a sul por Mangualde e a oeste por Viseu.




História :

           A mais antiga referência escrita relativa a Penalva do Castelo consta na Crónica dos Gogos, tratando-se de uma alusão à tomada do castelo de Penalva por Fernando I, o Magno, depois da conquista de Lamego e Viseu. O castelo de Penalva, não obstante o apelativo "pena" do topónimo, alusivo à sua fundação roqueira, devia ser em meados do século XI uma fortaleza bastante importante que servia de posto fronteiriço e de defesa para os cristãos e encabeçava uma vasta terra que se estendia por uma área muito superior à do atual concelho. Na primeira metade do século XII, era proprietário de herdades ou honras em Penalva, o célebre D. João Viegas que recebeu de D. Afonso Henriques outras que haviam sido confiscadas aos rebeldes de 1132. Na terra de Penalva instalou-se pela primeira vez em Portugal a ordem monástica do Sepulcro, protegida por D. Teresa e D. Afonso Henriques, pelo que a vila ficou a ser conhecida como Vila Nova do Santo Sepulcro. Em 1401, por carta de D. João I juntamente com a Rainha D. Filipa, foi feita a doação ao Infante D. Henrique de muitas terras, entre as quais a vasta terra de Penalva, com todas as rendas, direitos, foros, censos, emprazamentos, tributos, frutos e padroados das igrejas possuídas pela coroa na mesma terra de Penalva. Esta vastíssima doação a D. Henrique foi feita com a condição de que este não as poderia dar ou vender ou deixar em testamento. No entanto, este não cumpriu a imposição de D. João I e empenhou as terras ao Conde de Viana. Tendo falecido D. Henrique, o Infante D. Manuel procurou recuperar a terra de Penalva para a sua posse, contudo, quando se tornou rei de Portugal doou a terra de Penalva a João de Meneses. A este sucedeu seu filho, D. Duarte de Meneses, governador da Índia onde foi acusado de roubos e outras irregularidades de administração. Como consequência desta acusação, foram-lhe retiradas as terras de Penalva, passando estas de novo para a coroa. Em 1534, tendo conseguido carta de perdão, D. Duarte de Meneses obteve, por carta de 9 de Julho, a confirmação das mercês feitas a seu pai como suas, relativamente a Penalva. A primitiva vila e sede de concelho chamava-se Castanhedo e recebeu carta de foral de D. Sancho II, em 1240, e de D. Manuel I, em 1514. Por decreto de 4 de Agosto de 1957 foi alterada a sua designação para a atual.

Bandeira de Penalva do Castelo

Cultura e Turismo :

        Penalva do Castelo é um concelho bastante apelativo em termos turísticos, dada a sua situação geográfica privilegiada e a sua riqueza patrimonial e natural, merecendo um especial destaque as praias fluviais no rio Coja, junto à mata da Senhora de Lurdes e nas margens do rio Dão. 
Património Natural :
Penalva do Castelo foi outrora conhecida por Vila Nova de Santo Sepulcro, nome que decorre do facto de nela se ter instalado a Ordem Militar e Canónica de Jerusalém, também chamada de Ordem do Santo Sepulcro. É, no entanto, ponto assente que a antiga vila não se encontrava precisamente no local onde hoje está situada a Vila de Penalva do Castelo (que até 1957 era designada Castendo). Os forais foram as primeiras células da nossa organização politíca e administrativa. O foral mais antigo, que faz referência a este concelho, é o de Azurara da Beira (hoje Mangualde), com a data de 1102, que foi expedido pelo conde D.Henrique. D.Sancho II concede às terras de Penalva foral; D.Afonso III, em 1275, atribui a Penalva uma Carta de Foro; contudo, o foral de D.Manuel I, datado de 10 de Fevereiro de 1514, é o mais referenciado e conhecido documento régio sobre Penalva do Castelo. O Marquesado de Penalva do Castelo formou-se no reinado de D.João V e tem as suas raízes no Condado de Tarouca; o Marquesado de Penalva é filiado no Marquesado de Alegrete. A história de Penalva do Castelo está intrinsicamente ligada ao poder e influência de outras famílias senhoriais, como os fidalgos da Casa da Moita, da Casa de Real ou da Casa Magalhães Coutinho. As terras de Penalva estão, sobretudo, ligadas à Casa da Ínsua e à notoriedade e importância que esta adquiriu de Luís de Albuquerque ter sido Governador do Estado do Mato Grosso, no Brasil, entre 1771 e 1790. Situado no coração do Dão, o concelho de Penalva do Castelo, essencialmente agrícola e com boas condições agronómicas, salienta-se entre os melhores produtores de Vinho do Dão, de frutas (é o "berço" da Maça de Bravo de Esmolfe) e do Queijo da Serra de Estrela. O concelho tem treze freguesias : Antas, Castelo de Penalva, Esmolfe, Germil, Ínsua (Penalva do Castelo), Lusinde, Mareco. Matela, Real, Sezures, Pindo, Trancoselos e Vila Cova do Covelo.

Percursos Pedestres:


Percurso Arqueológico de Esmolfe
O percurso inicia-se junto ao cruzeiro de Ildefonso; siga em frente e pode observar as alminhas das eiras que se encontram assentes numa ara votiva anepígrafa. Depois do cruzamento, vire à direita e pode observar a necrópole medieval constituída por três núcleos: das Eirinhas, de S.Martinho e da Capela. Volte para trás e siga em direcção à Anta do Penedo do Com, (anta de grandes dimensões de câmara poligonal de nove esteios, com corredor constituído por quatro monolíticos. A 200 metros da anta do lado esquerdo pode observar o Penedo do Com, abrigo natural, sob um penedo de granito de grandes dimensões. Siga em frente e tome o caminho de asfalto em direcção ao cimo da Serra da Paramuna, onde se situa o Castro da Paramuna ou dos Mouros, e uma gravura rupestre.


Caminho dos Galegos:
Percorrido durante séculos por peregrinos que caminhavam em busca de Santiago de Compostela (Galiza, Espanha) para prestar homenagem junto da sepultura do Apóstolo, o Caminho dos Galegos é constituído por um execelente lajeado de acentuada antiguidade, provocada pelo desgaste de múltiplas passagens, marcando profundamente a pedra granítica. A freguesia de Mareco foi durante séculos propriedade da Ordem de Santiago, sendo os seus habitantes "reguengueiros encabeçados". Nesta localidade, existe a antiga casa da Ordem, que possui gravada na ombreira da porta uma estilizada cruz de Santiago, cruzada por dois cajados de peregrino. Num cenário natural de rara beleza, o Caminho dos Galegos faz parte de um inúmero conjunto de vias que percorrem a Peninsula Ibérica e Europa, denominados - Caminhos de Santiago.


Rota da Senhora da Ribeira:
Esta Rota situa-se na freguesia de Pindo, concelho de Penalva do Castelo. Com a Rota pedestre de Nossa senhora da Ribeira pretende-se estimular a observação do Património Natural e Monumental da Freguesia de Pindo. O pedestrianismo surge como um instrumento pedagógico extremamente eficaz na sensibilização de toda a comunidade para as questões patrimoniais-ambientais e no incremento da atividade turística. Esta rota permite-lhe observar recursos naturais de rara beleza como a Agricultura, Avifauna, Rio e Floresta. Procura-ser acima de tudo que descubra os itinerários sugeridos, caminhando pela história de uma terra onde a força e a vontade humana moldaram a natureza e criaram uma nova paisagem.




Gastronomia :

         Na gastronomia concelhia podem-se destacar os seguintes pratos: caldo casado da região; caldo de cebola; sopa de feijão com couves; papas laberças ou caldo papiço; torresmos de vinho de alhos com batatas à racha; arroz de favas com costelas em vinho de alhos; arroz com míscaros com costeletas em vinho de alho; migas de broa de centeio; arroz de grelos com chouriça caseira; feijão com couves temperado com azeite e vinagre; feijão guisado com toucinho e chouriço; açorda de pão de trigo com bacalhau e ovos; bolos de azeite ou de Páscoa.




Produto de Excelência :

Maçã Bravo de Esmolfe: 
Como próprio nome indica, esta variedade terá aparecido na aldeia de Esmolfe, no Concelho de Penalva do Castelo, há cerca de 200 anos. Provavelmente terá sido obtida a partir de uma árvore de semente, cujos frutos foram muito apreciados, originando uma intensa procura de material e enxertia e a disseminação da variedade. A existência de condições agro-climáticas favoráveis à manutenção das características que a tornaram apreciada, permitiu o seu alastramento a concelhos vizinhos e garantiu-lhe o estatuto de variedade dominante de que desfrutava em meados deste século. Descrição do produto A maça bravo de Esmolfe tem como principais características : calibre médio e pequeno, forma oblonga-cónica epiderme esbranquiçada, eventualmente com manchas avermelhadas; manchada e/ou ralada de carepa na fossa peduncular, podendo atingir até 20% d aepiderme; polpa branca, macia, sucosa, doce, com boas qualidades gustativas, aroma intenso, agradável e bastante sui generis; colheita a partir da 2º quinzena de Setembro ; conserva-se no frio entre 4 a 5 meses. As arvores apresentam : Porte erecto e ramificações de ângulos fechados, vigor muito grande, folhas novas de cor verde clara, tormentosas na página inferior e glabras na superior, folhas adultas ovadas e oblongas, com um comprimento quase duplo da largura, apresentando coloração verde amarelada. Floração tardia Produtividade média a baixa, com a produção a verificar-se na grande maioria na madeira de dois ou mais anos, com escalonamento médio da maturação. Entrada muito lenta em produção, grande necessidade em frio invernal para quebra de dormência.





 

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