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terça-feira, 9 de julho de 2013

Viagem e visita ao concelho de Castro Marim

Brasão de Castro Marim

Localização

       Castro Marim é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Faro, região e sub-região do Algarve, é sede de um município com 299,83 km² de área e subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a norte e oeste pelo município de Alcoutim, a leste pela Espanha, a sul por Vila Real de Santo António (território principal) e pelo Oceano Atlântico, a sudoeste pela freguesia de Vila Nova de Cacela (Vila Real de Santo António) e a oeste por Tavira.



História

         Castro Marim, povoação que ressurgiu de velhas civilizações que aí deixaram seus testemunhos, foi conquistada aos Mouros por D. Paio Peres Correia em 1242.
Durante estas lutas da reconquista ficou gravemente fragilizada, tendendo a desaparecer devido a um grande decréscimo populacional. Devido a este problema, os primeiros monarcas concederam-lhe foros, privilégios, concessões e doações, iniciados por D. Afonso III em 1277, confirmados e ampliados em 1282 por D. Dinis, seu filho.
Durante o reinado de D. Afonso III (1245-1279), esta sociedade era constituída por indivíduos de diversas condições sociais. A maior parte da população vivia do cultivo da terra, mas a posição estratégica de Castro Marim retirava do mar e do rio, através da pesca, outros produtos importantes para a economia da região, passando mais facilmente a negociarem os seus produtos com o Reino do Algarve e a vizinha Andaluzia. Com D. Dinis, Castro Marim viu reconhecida a importância da sua localização geográfica, acolhendo por bula decretada pelo Papa João XXII a primeira sede da Ordem de Cristo, em 14 de Março de 1319, a vila desenvolveu-se, inicialmente, dentro das muralhas do Castelo, situado no cimo de uma colina, permanecendo este como cabeça da Ordem, sediada na Igreja Matriz de Santiago, primeira freguesia deste concelho, até ao reinado de D. Pedro I (1320-1367), em 1356, ano da transferência desta Ordem para Tomar. Esta transferência tornou-se num sinal de progressivo desprestígio desta vila, que apesar de ser vila raiana, a população não se fixava, fazendo com que a vila se despovoasse.
Trabalhando no sentido de atrair população à vila, D. Fernando I, que andava em guerra com Castela, concedeu novas mercês e prerrogativas aos vizinhos do lugar em 1372, e reparou as ruínas da vila.
Em 1375, Castro Marim foi novamente entregue, por pouco tempo, à Ordem de Cristo, com os direitos e privilégios de outrora. Com a entrada no século de 400, grandes modificações sofreu o Algarve, já que foi aqui que o Infante D. Henrique, filho de D. João I, Mestre de Avis, encontrou a localização adequada às guerras da conquista ultramarina. Na qualidade de situação defensiva e comercial privilegiada, Castro Marim voltou a ter Foral em 1504 por D. Manuel I (1495-1521).
Castro Marim passou a ter um papel fundamental na luta contra a pirataria muçulmana dada a sua proximidade com Marrocos, tornando-se a principal praça de guerra do Algarve após as obras de restauro que D. Manuel I mandou fazer em 1509 ao Castelo, a vila torna-se num importante ponto de segurança e porto piscatório e comercial, contribuindo para o aumento da população, atingindo o seu apogeu nos séculos XV e XVI. Deste prestígio resultaram o aparecimento de outras duas freguesias, a de Nossa Senhora da Visitação em Odeleite, referida na Visitação de 1534, e a outra, a "Capela Curada do Santo Espírito" (Espírito Santo) do Azinhal, referenciada em 1565. A freguesia da Altura foi recentemente criada em Junho de 1993, alargando o concelho para quatro freguesias administrativas.
Desde os fins da Idade Média até aos séculos XVI e XVII, esta vila foi importante porto piscatório e comercial. Durante o século XVII, com as Guerras da Restauração em 1640, foi o castelo restaurado por ordem de D. João IV e acrescido de novas fortificações como foi o Forte de São Sebastião, ampliando a sua estrutura muralhada. No século XVIII, grande abalo sofreu toda a vila, aquando do terramoto de 1 de Novembro de 1755 que muito a arruinou, pelo que deixaram de ser utilizadas as habitações no interior da muralha medieval. A vila cresceu extramuros sem no entanto nunca conseguir recuperar a importância de séculos passados, agravada pelo nascimento de Vila Real de Santo António, que junto do assoreamento dos esteiros, provocou a sua decadência. 

Bandeira de Castro Marim

Heráldica

Armas: De ouro com um castelo de vermelho aberto e iluminado do campo, sobre um terrado de uma cor e acompanhado das cruzes das milícias do Templo e de Cristo de vermelho. Em chefe, duas chaves de negro cruzadas em aspa, acompanhadas por uma cabeça de carnação branca coroada de ouro e por uma cabeça de negro de turbante de prata. Em contra chefe, quatro faixas o­ndadas, duas de prata e duas de azul. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres «Vila de Castro Marim» de negro.

Bandeira: Esquartejada de vermelho e de negro. Cordões e borlas dos mesmos esmaltes. Haste e lança douradas.

Selo: Circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres «Câmara Municipal de Castro Marim».


Cultura e Turismo

Castelo de Castro Marim

         As populações que habitavam o espaço português conheceram, desde tempos muito remotos, a necessidade de se munirem de estruturas defensivas.
Está a vila de Castro Marim edificada sobre um monte do Castelo, umas das mais significativas invocações que a Idade Média introduziu na paisagem portuguesa, na margem direita do rio Guadiana.
A primeira fortaleza de Castro Marim deveria ter consistido num castro familiar ou de povoamento do período neolítico, levantado na coroa desse monte.
Devido à configuração topográfica e localização estratégica de Castro Marim, foi esta vila povoada por vários povos, entre eles, Fenícios, Cartagineses, Vândalos e Mouros, estes derrotados, aquando da conquista da vila por D. Paio Peres Correia em 1242. Em 1277, D. Afonso III concedeu-lhe Carta de Foral com grandes privilégios para atrair população mais facilmente aquela zona, erguendo a cerca medieval, onde inicialmente, a vila se desenvolveu. A vila cresceu, inicialmente, dentro das muralhas do castelo velho, de planta quadrangular, definido por quatro torreões cilíndricos nos ângulos e um pátio interno, com duas portas de acesso, uma a sul e outra norte.
Mais tarde, no reinado de D. Dinis, compensando a perda de Ayamonte que passou para o domínio de Castela, mandou o rei reforçar a fortificação, ampliando-a com a construção da Muralha de Fora, para abrigo e defesa da população, atraindo-a com a confirmação e ampliação dos privilégios atribuidos pelo seu pai D. Afonso III, concedendo-lhe nova Carta de Foral em 1282.
Durante todo o processo de conquista do Algarve, não se pode descurar a importância do papel das Ordens Militares Religiosas.
Castro Marim pela sua localização geo-raiana conseguiu atrair com a ajuda do rei D. Dinis e pela bula papal instituída pelo papa João XXII, a Ordem de Santiago, que terá herdado os bens da Ordem dos Templários extinta em 1321, instalando a sua sede no Castelo de Castro Marim em 1319 até 1356, ano em que foi transferida, por ordem de D. Pedro I, para Tomar, devido à cessação das lutas contra os mouros e de um progressivo desprestígio da zona. A partir dessa altura, a importância deste Castelo foi diminuindo e a vila começou a despovoar-se, apesar dos privilégios atribuídos pelos monarcas. Com a entrada do século XV, e com o incremento das campanhas ultramarinas, a Coroa Portuguesa encontrou no Algarve o melhor posicionamento geográfico e estratégico, pela proximidade ao Norte de África mantendo, assim, mais facilmente essas praças, controloando-as, para além de controlar possíveis ataques de corsários vindos do sul ou da vizinha Espanha.
Castro Marim tornava-se assim, pela sua localização geográfica, numa das principais praças de guerra aquando do destacamento das nossas tropas além-mar, perdendo o seu apogeu relativamente a outras praças de guerra algarvias durante o século XVI. Durante o reinado de D. Manuel I, com a nova Carta de Foral atribuída a esta vila em 1504, inicou-se relevante obras de restauro e defesa do Castelo, inicadas em 1509. estas obras visaram um duplo objectivo de apoio às conquistas ultramarinas e de vigilância aos possíveis ataques corsários a que esta vila estava sujeita.
Dentro do recinto muralhado, situavam-se as ruínas da Igreja de Santiago, primitiva matriz da vila, construída no século XIV, a Igreja de Santa Maria e antiga Igreja da Misericórdia, junto à porta de Armas, que serviu a população até ao século XVI, altura em que a vila começou a crescer para fora do recinto muralhado, significando o aumento de terra firme, por este motivo e com o incremento das estruturas abaloartadas durante o século XV, mandou D. João IV, aquando das Guerras da Restauração em 1640, dada a importância militar desse ponto, restaurar o Castelo e fazer novas obras de fortificação, construindo o Forte de S. Sebastião e de Revelim / Forte de S. António.

Praias

          Uma pequena faixa do Concelho de Castro Marim estende-se até à costa, o­nde se localizam algumas das mais belas praias do Sotavento Algarvio: são elas a Praia da Alagoa, a Praia Verde e a Praia do Cabeço. Com o passar do tempo, e com o incremento da actividade turística, estas praias têm vindo a ser consideradas como um polo atractivo o­nde o sol impera num ambiente rodeado por uma considerável biodiversidade. Muitas são as razões que atraem a atenção nestes locais: de facto o largo e vasto areal, que culmina num mar de águas calmas e amenas, é apenas uma parte do “pequeno paraíso” que aí podemos encontrar. Um cordão de dunas estáveis e densas, que separa a praia do pinhal, constitui um ecossistema rico, com uma grande diversidade na fauna e na flora, que permite a existência de espécies adaptadas ao meio litoral e continental. Desde giestas ao camaleão, muitas são as espécies que tornam esta zona um reduto de riqueza ambiental que todos podem desfrutar. O fresco da vegetação, combinado com a maresia, criam uma atmosfera especial e atractiva que assim se tem mantido graças em grande parte ao esforço de conservação, em prol de um desenvolvimento sustentável que se pretende que permita às gerações vindouras desfrutar deste rico ecossistema localizado no Sotavento Algarvio. 



Gastronomia

      A cozinha de Castro Marim é tão variada como a sua paisagem, do mar vêm as frescas douradas, robalos e outros peixes para grelhar e o delicioso camarão, do rio, a taínha, as lampreias e enguias para preparar segundo receitas tradicionais, enquanto o sapal fornece caranguejos. Já os suculentos pratos de carne de porco, de favas e de ervilhas e o refrescante gaspacho para os dias de Verão vêm da Serra. Na doçaria destacam-se os doces de figo, as queijadas de amêndoa, o bolo de massa do Azinhal com canela e erva-doce, e as típicas filhós. Do medronho apanhado na serra extrai-se, após lenta destilação, aguardente deliciosa... a melhor maneira de acabar uma refeição.

                                                                                                         Papas de milho 
Papas de MilhoAçorda de Galinha
Açorda de Galinha 

Queijadas de Amêndoa
Queijadas de amêndoa 



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