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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Viagem e visita ao concelho de Moura

Brasão de Moura

Localização :

             Moura é uma cidade portuguesa pertencente ao Distrito de Beja, região do Alentejo e sub-região do Baixo Alentejo, é sede de um município com 957,73 km² de área e subdividido em 8 freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Mourão, a leste por Barrancos, a leste e sul pela Espanha, a sudoeste por Serpa, a oeste pela Vidigueira e a noroeste por Portel e por Reguengos de Monsaraz.


História

        Durante a ocupação romana da Península Ibérica, chamar-se-ia Arucci ou Nova Civitas Aruccitana. As invasões muçulmanas renomearam-na para Al-Manijah. A designação actual de Moura surge ligada à Lenda da Moura Salúquia. Foi conquistada pela primeira vez em 1166 pelos irmãos D. Pedro e D. Álvaro Rodrigues e perdida quase de seguida. Foi, ainda em 1166, conquistada por Geraldo O Sem-Pavor, tendo depois disso e até ao reinado de D. Dinis, sido perdida e reconquistada mais quatro vezes. Só foi definitivamente conquistada em 1295 no reinado de D. Dinis.
Recebeu foral de D. Dinis em 1295. D. Manuel I concedeu-lhe foral novo em 1512. Em 1554 recebeu o título de Notável Vila de Moura, das mãos de João III de Portugal.
A proximidade da fronteira espanhola fez com que nas suas cercanias se edificassem postos de vigia ou atalaias, colocados em pontos elevados estratégicos, constituídos por construções troncopiramidais de altura razoável e de difícil acesso, que foram postos à prova durante a Guerra da Restauração e a Guerra da Sucessão.
Em 1707, o duque de Ossuna cercou Moura e só em 1709 é que se viu definitivamente livre do ocupante espanhol que antes de se retirar destruiu as fortificações.
Moura foi elevada a cidade por lei de 1 de Fevereiro de 1988.
Foi em Moura que viveu Tiago Moura de Portugal, uma personagem importantíssima na história da cidade visto que liderou o exército que expulsou definitivamente os espanhóis aquando da sua ocupação.

Bandeira de Moura

Cultura e Turismo : 

            A igreja de S. João Baptista, classificada como Monumento Nacional, foi edificada nos inícios do Séc. XVI, constituindo assim o melhor exemplar do estilo Manuelino existente no concelho.
O templo tem três naves abobadadas, separadas entre si por oito arcos quebrados, assentes em duas séries de pilares octogonais.
Na torre sineira pode ser apreciado o varandim onde se deveria dar a missa aos reclusos da prisão.
A igreja sofreu derrocada parcial em 1708, tendo desabado o coro alto e parte da nave do meio, o que obrigou à sua reconstrução. As obras duraram dois anos, tendo-se verificado a reabertura do templo ao culto a 12 de Abril de 1710.
A última grande campanha de restauro do monumento foi levado a cabo há quase cinquenta anos. A beneficiação geral do edifício então efectuada, incluí arranjo interior do templo, a demolição de pequenas casas modernamente anexadas à igreja e demolição do coroamento da torre sineira.

Lenda Moura Salúquia

         Em 1165 Moura era uma cidade chamada Al-Manijah, capital de província. Governava então nessa importante cidade uma formosa moura, de nome Salúquia, filha de Abu-Assan, que se apaixonou pelo alcaide de Arouche, de seu nome Bráfama. Chegada a véspera do dia das núpcias, grande alegria reinava no castelo de Al-Manijah. Salúquia esperava ansiosamente, no alto da torre, ver surgir o seu noivo, entre os densos olivais. Entre tanto Bráfama acompanhado de brilhante comitiva, cheio de contentamento e desprovido de armas, pois ia para um festim e não para a guerra, deixava Arouche e tomava caminho da terra da sua amada, que estava localizada a 10 léguas de distância. Todo o Alentejo, ao norte e a oeste de moura já tinha sido conquistado pelos cristãos.
El-rei D. Afonso Enriques, encarregou D. Álvaro Rodrigues e D. Pedro Rodrigues, dois irmãos fidalgos muito valentes e ilustres, de conquistarem Al-Manijah, uma das mais importantes cidades muçulmanas, além do Guadiana. Estes dois fidalgos, sabedores do que se passava no castelo, foram esconder-se com o seu exército num olival (chamado hoje Bráfama de Arouche) e aí esperaram o desventurado alcaide e a sua comitiva para, traiçoeiramente, matarem os infelizes árabes. Já mortos, os cristãos despiram-se e vestiram-se com os seus trajes. Disfarçados de muçulmanos e simulando alegres canções mouriscas, dirigiram-se de que nada suspeitava. Salúquia, ao vê-los, mandou baixar a ponte levadiça, julgando que seu noivo se aproximava e depressa percebeu que tinha sido traída: os invasores ao transporem os muros, baixaram as máscaras de árabes honrados e começaram a ferir, sem dó, a desprevenida guarnição de Al-Manijah. Sabedora do que se passava, alcaidessa preferiu a morte à escravidão e num derradeiro esforço, verdadeiramente heróico, tomou as chaves do castelo e precipitou-se da torre onde se encontrava (Torre da Salúquia). Depois da morte da alcaidessa e da conquista da cidade, os irmãos Rodrigues, pelo o que parece, quando queriam referir-se a Al-Manijah diziam a terra de Moura, a vila (que nesse tempo significava cidade) da Moura.

Festa de Nossa Senhora do Carmo (12 a 17 de Julho)

     Já se começou a pintar as casas, por dentro e por fora, para que no dia da festa tudo esteja a brilhar de brancura. E este é apenas o primeiro sinal visível de que algo está para acontecer e que é fruto de um longo trabalho de preparação que começa logo na altura da festa do ano anterior, quando os novos festeiros se oferecem voluntariamente para preparar a festa do ano seguinte. É também uma forma de dar as boas vindas aos forasteiros e aos familiares ausentes que nessa altura regressam e de honrar a imagem da padroeira que, no dia da procissão, passa resplandecente com os seu manto bordado a ouro ou a prata.
A comissão de festas já realizou iniciativas para angariar fundos, já contratou os artistas, os comes-e-bebes e o fogo de artifício. Os vendedores ambulantes já sabem qual o espaço que vão ocupar, os jovens já compraram camisolas com o emblema da festa, os trabalhadores da Câmara organizam-se para montar os palcos e o som. Paira no ar uma atmosfera expectante que, nos dias da festa extravasa em alegria, em actos de fé e até em alguns desculpáveis excessos.
De tudo isto e do muito mais que é o sentimento particular e as razões que cada um guarda no seu coração se fazem as festas do Concelho que, todos anos, são tão certas como o calor de verão.



Gastronomia

           O ritmo da vida, ainda hoje marcado pelas estações agrícolas, é tão antigo como o próprio concelho. 
As quatro estações do ano conhecem ainda uma sequência com poucas alterações. 
Não se perdeu, assim, a arte de fazer os excelentes queijos, a doçaria, os enchidos, os vinhos e azeites que são motivo de orgulho para o concelho de Moura.

                                                                                                             Migas
MigasArroz de Cardos
Arroz de Cardos

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