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quinta-feira, 28 de março de 2013

Viagem e visita ao concelho de Óbidos

Brasão de Óbidos

Localização :

          Óbidos é uma vila portuguesa da sub-região do Oeste, região Centro, fazendo parte da Região de Turismo do Oeste, é sede de um município com 142,17 km² de área e subdividido em 9 freguesias. O município é limitado a nordeste e leste pelo município das Caldas da Rainha, a sul pelo Bombarral, a sudoeste pela Lourinhã, a oeste por Peniche e a noroeste tem costa no oceano Atlântico. Situado ao Sul do concelho de Caldas da Rainha e protegido a Sudeste pela Serra de Montejunto, o concelho de Óbidos estende-se por terras planas, dominado pela lagoa de Óbidos.
A Lagoa de Óbidos serve de fronteira natural entre este concelho e o de Caldas da Rainha, constituindo o principal elemento hidrográfico de Óbidos. A bacia hidrográfica da Lagoa de Óbidos abrange parte dos concelhos das Caldas da Rainha e Cadaval e a totalidade dos concelhos de Óbidos e Bombarral; caracteriza-se por uma escassez de caudais, sobretudo durante o Verão e Outono. Abrange uma área de aproximadamente 438 km2 com um perímetro de 109 km, sendo as sub-bacias dos rios Real e Arnóia as mais importantes. As principais linhas de água afluentes sãos os rios Real e Arnoia, no braço do Bom Sucesso e rio Cal, no braço da Barrosa.


História

        O povoamento do território que corresponde ao atual concelho de Óbidos é bastante remoto, tendo sido encontrados vários vestígios que remetem a permanência de povos nesta região ao período Neolítico, sendo um dos principais elementos que fazem recuar a origem do povoamento a essa época, os vestígios de um povoado pré-Campaniforme no outeiro da Assenta-Óbidos. Com a ocupação romana deu-se a fundação da cidade de Eburobrittium no vale do rio Arnóia, junto à atual Vila de Óbidos, e a construção de diversas pontes sobre esse curso de água, sendo que o único vestígio que resta das mesmas é a ponte junto a A-dos-Negros. Remonta também ao domínio romano o topónimo principal deste concelho que terá nascido no termo latino "oppidum que significa "cidade fortificada".Com a ocupação árabe (séculos VIII-XII) deu-se a edificação ou reedificação do castelo, tomado aos mouros por D. Afonso Henriques, a 11 de Janeiro de 1148. Este monarca nomeou D. Ourigo de Noriega primeiro alcaide-mor da vila, sendo que aos mouros foi-lhes concedida a permanência na região, tendo-lhes sido indicado um bairro, próximo do castelo, onde pudessem estabelecer a sua residência, o que eles aceitaram, dando-se a esse bairro o nome de mouraria e, mais tarde, de judiaria. Em 1186, o rei D. Sancho estabeleceu residência em Óbidos, mandou reformar parte das muralhas do lado poente e desenvolveu e povoou o centro da povoação. D. Afonso II, através de uma escritura feita em Coimbra a 7 de Dezembro de 1210, doou a vila de Óbidos a sua mulher D. Urraca e determinou que das rendas que a dita rainha tinha das suas terras de Óbidos se pagassem as dívidas que deixou e se cantassem aniversários e missas. O mesmo monarca deve ter sido responsável pela reforma do castelo, uma vez que nas suas paredes interiores apareceu um letreiro que diz "este castelo foi reformado em 1213". D. Sancho II, em virtude da má vontade contra a rainha D. Mécia, manifestada pelo alto clero e pelos nobres, veio também residir para Óbidos em 1224. Ainda durante o seu reinado, o Conde de Bolonha, seu irmão pôs apertado cerco a esta vila que durou oito meses. Era então alcaide de Óbidos, D. Fernando Ourigues de Aboim, fidalgo e cavaleiro que, juntamente com outros dois fidalgos, Vasco Moniz e Gonçalo de Sequeira, convocou para uma reunião do castelo todos os nobres, governadores e mais autoridades em que ficou acordado serem fiéis ao rei. De tal forma, o fizeram que à vila foram dados os títulos de "mui nobre e sempre leal". Durante este cerco, Óbidos foi também socorrida pelo abade de Alcobaça, D. Frei Pedro Gonçalves, que lhe fornecia dinheiros e víveres. Óbidos foi doada por D. Dinis, à semelhança do que aconteceu com Abrantes e Porto de Mós, como prenda de casamento à sua esposa, a rainha D. Isabel de Aragão, tendo o senhorio de Óbidos passado a pertencer à Casa das Rainhas, da qual recebeu o primeiro foral. Foram vários os monarcas que passaram por Óbidos e vários os privilégios e restruturações e doações concedidas a esta vila: nos últimos tempos do reinado de D. Afonso IV, esteve escondida no castelo de Óbidos D. Inês de Castro, que daí partiu para o Paço de Moledo; D. Pedro I fez a doação à câmara e povo de Óbidos da propriedade atualmente conhecida como Várzea da Rainha que era então uma grande mata quase toda pantanosa; D. Fernando fez também uma doação de Óbidos a sua mulher, D. Leonor Teles, e reformou o castelo, mandando construir um novo torreão; D. João I, Mestre de Avis deu à Rainha D. Filipa as vilas de Óbidos, Alenquer e Sintra; D. Afonso V contraiu matrimonio na Igreja Matriz de Santa Maria de Óbidos e fez alcaide-mor da mesma vila D. João de Noronha, Conde de Gijon; quando D. Manuel I sobe ao trono manda fazer no castelo de Óbidos a sua última reforma, substituindo as suas antigas portas e janelas por lavores em alto relevo, varandas redondas com frente para a vila e colocar sobre a porta da escada o seu escudo real, ladeado por duas esferas; este rei concedeu a Óbidos um novo foral; D. João III vai a Óbidos e faz alterações no castelo e manda construir a casa hoje conhecida por "Casa do Estudante", instituindo nela uma cadeira de Matemática que acabou por ser extinta em 1600 e em seu lugar foi criada uma outra de Teologia Moral que igualmente foi extinta em 1765; D. Filipe III mandou reformar o aqueduto de abastecimento de água da vila e reparou os chafarizes públicos; D. João IV mandou reparar e reformar o paço do concelho, onde atualmente é a cadeia (este rei também residiu em Óbidos com a Rainha D. Luísa de Gusmão durante muito tempo); no reinado de D. José, este monarca, por provisão 26 de Agosto de 1756, determinou que no segundo Domingo de Novembro se fizesse uma solene procissão em ação de graças por se ter escapado esta vila ao terramoto. Foi de Óbidos que nasceu o concelho das Caldas da Rainha, anteriormente chamado de Caldas de Óbidos (a mudança do determinativo ficou a dever-se às temporadas que aí passou a rainha D. Leonor).
A 16 de Fevereiro de 2007, o castelo da cidade recebeu o diploma de candidata como uma das sete maravilhas de Portugal.

Bandeira de Óbidos

Heráldica

Brasão: de vermelho, com um castelo de ouro aberto e iluminado de azul, sainte de penhascos de negro, realçados de verde. A torre central carregada de um quina antiga de Portugal e as torres laterais encimadas por dois crescentes de prata. Coroa mural de quatro torres de prata. Listel branco com os dizeres «Vila de Óbidos», de negro.

Bandeira: esquartelada de amarelo e de azul. Cordões e borlas de ouro e azul. Haste e lança douradas.

Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas, sem indicação dos esmaltes, e em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres «Câmara Municipal de Óbidos».

Cultura e Turismo

          Um dos principais atrativos turísticos deste concelho é a Lagoa de Óbidos, maravilha natural onde se podem praticar vários desportos como a vela, o windsurf, remo, canoagem e natação. Esta é também uma zona de praias, das quais se destacam a praia do Rei Cortiço e todo o areal junto às imponentes falésias que se estendem para Sul. 
A vila de Óbidos constitui também um importante pólo turístico, dada a sua riqueza patrimonial e que lhe valeu o epiteto de "vila Museu". A vila, contida na cerca muralhada, mantém o seu traçado medieval, traduzido nas ruas estreitas e sinuosas que a caracterizam, estando todo o seu conjunto urbano classificado como Monumento Nacional. O Castelo de Óbidos, outro Monumento Nacional, sobranceiro à vila é um dos mais exemplares da típica fortaleza medieval portuguesa. Encontra-se completamente restaurado, sendo um dos mais belos castelos em uso, onde funciona atualmente uma Pousada.
Ao nível de infra-estruturas culturais, são de se destacar no concelho de Óbidos: o Museu Municipal de Óbidos, localizado nos antigos Paços do Concelho e a Biblioteca Nacional de Óbidos.
O concelho de Óbidos dispõe de animação turística e cultural durante todo o ano, em especial no Verão, destacando-se como um dos principais eventos o Festival de Música Antiga, bem como a Semana Internacional de Piano em Óbidos. Um outro evento realizado em Óbidos com grande projeção é o "ÓbidosJazz".
                                                                                                   Praia do Rei Cortiço
Castelo de Óbidos


Gastronomia

          O concelho de Óbidos mantém as suas tradições gastronómicas, sendo estas dominadas pela proximidade do mar, bem como pela Lagoa de Óbidos, pelo que os principais pratos de Óbidos são confeccionados com peixe e marisco. Assim, a caldeirada de peixe da lagoa e a enguia são sem dúvida os mais afamados pratos desta região. No entanto, a tradicional criação de gado reflete-se também na gastronomia deste concelho, sendo comuns o ensopado de cabrito ou de borrego e as carnes na brasa.
Na doçaria, o destaque vai para as trouxas de ovos.
                                                                                               Enguias
Caldeirada de Peixe

Trouxas de Ovos 

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