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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Viagem e visita ao concelho de Vale de Cambra

Brasão de Vale de Cambra

Localização :

            O concelho de Vale de Cambra integra o distrito de Aveiro, ocupando uma área de 146,2 Km2, dividida administrativamente em nove freguesias, sendo uma delas, a de Macieira de Cambra, sediada em Vila homónima. É limitado a Norte e Nordeste pelo município de Arouca, a sul pelo de Sever do Vouga, a Sudeste tem Oliveira de Frades], a Este S. Pedro do Sul e a Oeste o município de Oliveira de Azeméis. Situado num vale amplo, entre as margens esquerda do rio Caima e a direita do Antuã, sendo ainda atravessado por outros dois cursos de água, o Teixeira e o Vigues, o concelho de Vale de Cambra pode orgulhar-se das suas terras, que sempre foram férteis, encontrando-se protegidas pelas montanhas envolventes, ricas em vegetação. Os seus terrenos apresentam uma extensão modesta, constituída por terras argilosas, arenosas e, mais raramente, por cascalhos. No vale, os terrenos coincidem, na maior parte, com as zonas de aluvião, maioritariamente, rodeadas por xistos argilosos. Uma outra zona situada a Este, é constituída por granitos e também por xistos, tratando-se de uma zona serrana e que coincide com a área de Perímetro Florestal. A sua extensa área florestal, tem como espécie predominante o pinheiro bravo, seguindo-se-lhe o eucalipto. Vale de Cambra situa-se a uma altitude que varia entre as cotas de 200 a 1000 m, sendo caracterizado por zonas baixas de pendentes muito suaves, onde predominam as culturas de regadio, e incluídas, em grande parte, na área de Reserva Agrícola Nacional e por outras zonas de pendentes mais acentuadas definidas pelas serras de Lordelo e de Escaiba (515 m), Alto de Trancoso e Serra de Trebilhadouro (800 m) a Norte, Serra da Freita a Este constituindo o limite do Concelho com Arouca e S. Pedro do Sul, correspondendo em grande parte à área de Reserva Ecológica Nacional, com ocupação predominantemente florestal ou silvo-pastoril e a Serra do Arestal (830 m) a Sul.




História :

      Detentor de longa existência histórica - que não se dissocia das condições naturais de que usufrui - o que hoje constitui o concelho de Vale de Cambra parece ter as suas origens em épocas distantes que se poderão situar, segundo alguns autores, na Idade do Bronze. Esta convicção fundamenta-se em achados arqueológicos, efetuados há algumas décadas, entre os quais se destacam pequenos machados de bronze e outros utensílios, remontando a cerca de três mil anos a.C.. Além destes vestígios, outros não menos interessantes têm sido descobertos, tais como dólmens, castros, esculturas rupestres e pedaços de cerâmica e de metal. De grande valor histórico são as mamoas que podem ser vistas na Serra do Arestal (no maciço da Gralheira), bem como vários monumentos rupestres existentes na serra da Junqueira e Cepelos. O próprio topónimo Cambra parece prova suficiente do asserto, através de formas antigas, Calâmbria (século XI) e Caâmbria (séculos XII e XIII), que revelam o primitivo Calambriga. A origem céltica, pré-romana, pelo elemento "briga" (altura fortificada), parece bem manifesta; faltando somente indicações precisas sobre o lugar alto e fortificado, onde existiu tal "civitas" que o papel administrativo medieval indica ter sido romanizada. Por sua vez, a documentação paleográfica dos séculos XI - XIII fornece indicações mais precisas sobre o castro que deve ter originado a constituição da "terra", defendendo a "civitas" primitiva. Nos fins do século IX, já o território cambrense se encontrava em bom estado de povoação, o que não é de admirar no fertilíssimo vale que o rio Caima sulca de Nordeste para Sudoeste. Possuía aqui então, ao que parece, avultados bens ou "villas", o dux Gondesindo Eres, o qual aparece num documento de 926 com o nome de Gundesindus Eroni. Mas, já antes, em 922, o Rei de Leão Ordonho II, vindo para visitar ao eremitório de Crestuma o bispo resignatário de Coimbra (Gomado), lhe doou e ao eremitório, muitas "villas", algumas delas no território cambrense, como a Igreja de S. Pedro de Vila Chã. Foi inicialmente povoado com as suas "quintaneas", "póvoas" e "vilares", onde, no dealbar da Nacionalidade, numerosos fidalgos possuíam terras e bens, situando-se no século XII o início da estirpe dos "de Cambra" . Esta família deriva da linhagem dos Riba Vizela e teve como precursor D. Afonso Anes, filho de D. João Fernandes de Riba Vizela e de D. Maria Fernandes Varela. De referir que nesta época o senhorio da terra de Cambra pertencia espiritualmente, à diocese de Mérida, passando posteriormente para o bispado de Coimbra, depois para o de Aveiro e, ainda, para o do Porto. No século XIV, o senhorio de Cambra passou, por doação, a Fernão Pereira, pai de Rui de Pereira, 1.º Conde da Feira; D. João I confirmou a posse das terras de Cambra por carta dada em 29 de Fevereiro de 1428. Incluídas desta forma, durante séculos, nas chamadas "Terras de Santa Maria", nelas permaneceu até à extinção da Família dos Pereiras, por morte de D. Fernando Forjaz Pereira Pimentel de Menezes e Silva, 8.º Conde da Feira. Sem sucessão legítima, por carta dada em Lisboa a 10 de Fevereiro de 1708, passaram a maior parte dos bens, entre os quais as terras de Cambra, para a Casa do Infantado, onde permaneceram até à sua extinção em 1834, com o advento do liberalismo. Macieira de Cambra, antigo concelho, e ao qual se encontra indelevelmente ligado o de Vale de Cambra, recebeu Foral Novo, de D. Manuel I, em Lisboa, a 10 de Fevereiro de 1514, tratando de várias terras e também de alguns lugares novos que se estavam povoando e desenvolvendo. Diversos documentos se referem a Macieira de Cambra, onde ainda existe o pelourinho, símbolo do poder municipal e da administração da justiça. Após a sua criação, no ano de 1832 por Decreto de 16 de Maio, o concelho de Macieira de Cambra, vulgarmente chamado concelho de Cambra, teve vida atribulada, com várias extinções seguidas de restaurações, até que veio a ser definitivamente extinto em 31 de Dezembro de 1926, aquando da criação do concelho de Vale de Cambra.

Bandeira de Vale de Cambra

Cultura e Turismo : 

           São vários os projetos de carácter cultural que o concelho promove, de forma a proporcionar o conhecimento através do prazer e da criatividade. Neste sentido, são promovidas atividades de amplitude variada com o intuito de atrair os locais e visitantes, a visitar ou participar em exposições de temáticas diversas, encontros com individualidades, sessões de teatro, cinema, música, entre outros. Assim, a Biblioteca Municipal de Vale de Cambra pretende definir-se como um equipamento cultural multifacetado e abrangente. Também o Museu Municipal de Vale de Cambra tem vindo a desenvolver várias atividades com destaque para a organização de exposições temporárias e a implantação do Serviço Educativo, não se limitando à simples amostragem do seu espólio, que assenta essencialmente na etnografia e arqueologia regionais, mas abrangendo também vários domínios, alguns dos quais ligados às principais atividades económicas do concelho, sobretudo aquelas de carácter artesanal. 




Gastronomia :

           No que respeita à gastronomia, são pratos típicos neste concelho a vitela assada à serrana, os enchidos, o presunto, a broa de milho, o queijo e o vinho verde.




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