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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Viagem e visita ao concelho de Cinfães

Brasão de Cinfães

Localização : 

          O concelho de Cinfães está integrado no distrito de Viseu na província do Douro Litoral e ocupa uma área de 241.7 Km2 , distribuída por 17 freguesias. O concelho é limitado a Norte pelo rio Douro que o separa dos concelhos de Marco de Canaveses e Baião, do distrito do Porto; a Sudoeste pelo concelho de Arouca, no distrito de Aveiro; a Sul e Sudoeste pelo concelho de Castro Daire e a Este pelo de Resende. A serra de Montemuro é a principal elevação do concelho, atingindo a sua altura máxima aos 1.332 metros. Esta serra estende-se no sentido Nascente/Poente num comprimento de cerca de 40 quilómetros. O seu nome parece ter origem numas muralhas que existiam no cimo da serra e que supostamente teriam sido construídas pelos lusitanos para melhor poderem resistir às investidas das Legiões de Roma.




História : 

        A área que corresponde ao atual concelho de Cinfães foi povoada em tempos bastante remotos, existindo vários vestígios dos primitivos povos que por aqui se estabeleceram. Esses vestígios surgem-nos quer através da toponímia quer da arqueologia, representada essencialmente em monumentos funerários, o mais representativo dos quais é o menir da era megalítica de Tendais. Do tempo de ocupação romana chegaram também vários vestígios de castros. As mais importantes cividades de que se têm notícia são as de S. Fins e de S. Paio, a primeira a Sul de Santiago Piães, sobre um alongado chão de mais de mil metros de altitude; a segunda em S. Cristóvão de Nogueira. Relativamente a S. Fins, os documentos do século XI e XII ainda a referem como "civitas Sancti Felicis" e, uma vez que dominava toda a parte ocidental do actual concelho, funcionava como uma referência para a localização das "vilas" ou propriedades nessa área. No que diz respeito ao castelo de S. Paio, existem ainda notáveis vestígios da romanização, sabendo-se que neste castelo chegou-se a fazer o culto ao imperador, de acordo com um fragmento de lápide aí encontrado que contém a inscrição "IMP. AVGVSTO DIVI.../F.SACRVM PVBLICE/...VLIVS". Destas cividades resultou a formação remota de circunscrições administrativas que se mantiveram no quadro português alti-mediévico. Assim, à "civitas Sancti Felicis" correspondeu a "terra" ou julgado medieval de Sanfins", e ao de S. Paio sucedeu a "terra" ou julgado medieval de S. Salvador, cuja cabeça era a "villa Cinfanes". Um dos documentos mais importantes para a história do concelho de Cinfães trata-se da doação de haveres ou dote feito à igreja de Souselo em 870, pelos fundadores Cartemiro e Astrilde, sua mulher. Estes haviam erigido a referida igreja num casal seu e dotaram-na com propriedades que diziam possuir de "presúrias de seus maiores". A presúria era um título especial em que eram concedidas a nobres terras por eles conquistadas a infiéis durante a reconquista cristã. Com a presúria eram erguidas ou reedificadas igrejas, como foi o caso da referida igreja de Souselo. Em Cinfães, nessa altura com o nome de "villa Sancti Johannis de Cinfanes", já existia uma igreja que provavelmente foi edificada ou restaurada com a presúria de Cinfila, no século VIII. Já em meados do século XII, Cinfães encontrava-se sob o domínio patrimonial dos próceres da estirpe dos Gascos, o primeiros dos quais conhecido por Munio Viegas "O Velho". Foi herdeiro dele, o seu filho Egas Moniz, o primeiro da estirpe, também dito "o Velho". A vila e o seu aro passaram depois à posse do filho deste último Ermígio Viegas e depois para o filho deste, Múnio Ermiges, pai do famoso Egas Moniz, aio de Afonso Henriques. As Inquirições de 1258 referem dois irmãos fidalgos ditos de Cinfães: Rodrigo Ermiges e D. Urraca Ermiges. Estes dois irmãos causavam graves prejuízos nos rendimentos públicos pelas suas aquisições e usurpações sobre casais e fogueiras reguengas de vários lugares da freguesia de Cinfães. Segundo um documento da Comenda Hospitalar de Leça, a referida D. Urraca Ermiges doou à Ordem do Hospital metade da Igreja e burgo de Cinfães. Em fins do século XVIII Cinfães era uma reitoria da colação ordinária e comenda da Ordem de Cristo. Passou depois a vigairaria apresentada alternadamente pelo ordinário e pelo papa. Do século XV para o século XVI era senhor do concelho o conde de Marialva. O senhorio passou depois para a posse de seu genro D. Fernando, passando para a coroa por morte deste último em 1537. O concelho primitivo de Cinfães compreendia ainda nos inícios do século XIX apenas a freguesia de Cinfães e alguns lugares da de Nogueira. Por decreto de 24 de Outubro de 1855, foi extinto o concelho de Ferreiros de Tendais e de Sanfins, passando o concelho de Cinfães a abranger as freguesias que estavam integradas nesses concelhos. Por essa altura foi também criada a comarca de Cinfães, com quatro julgados: Ferreiros de Tendais, Fornelos, Cinfães e Tarouquela.

Bandeira de Cinfães

Cultura e Turismo : 

          Inserido numa região conhecida quer pela sua beleza paisagística quer pela sua riqueza histórica, o concelho de Cinfães dispõe de locais de grande interesse turístico, como a barragem e albufeira de Carrapatelo, o monte Ladário, a Ilhota do Outeiro ou o Penedo da Chieira. A nível cultural e desportivo, o concelho dispõe de várias associações que promovem atividades ao longo de todo o ano.


Gastronomia : 

           Da gastronomia tradicional do concelho de Cinfães, são de destacar os pratos: o anho assado com arroz no forno, os rojões à moda de Cinfães, o arroz de lampreia à bordalesa, as carnes de porco fumadas e as milhas com carne de porco. Na doçaria, são tradicionais os formigos, os bolinhos de manteiga e o pão de ló de Tendais.

  




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